Artigo do Ivan de Almeida: A falsa arte, a nossa arte, a tola nossa parte.

Vale a pena a leitura: A FALSA ARTE, A NOSSA ARTE, A TOLA NOSSA PARTE | Fotografia em Palavras

Muito interessante!!! :ok: :ok: :ok:

Chame de sofismo.
Chame de truísmo.
Chame de tautologia.

Eu chamo de um texto do Ivan.

Acho que ele pega uma idéia que até é interessante, porém simples (e que poderia ser muito bem explicada em uma frase), e dilui ela em um texto cheio de retórica, frases de efeito e platitudes. Isso sem contar as falácias, tipo a deste texto em que ele cria um cenário falso de que todas as fotos da internet aspiram ao nível artístico, sendo que a maioria dos fotógrafos amadores só quer produzir imagens esteticamente agradáveis sem nenhum significado ou interpretação artística mais profunda ou de vanguarda, e só desejam registrar momentos banais ou pessoais com suas fotos.

E sei que atacar o trabalho dele não invalida os argumentos que ele apresenta, mas ao ler os textos que ele escreve e as fotos que produz eu vejo uma disparidade gigante entre as duas, quase que uma esquizofrenia. Sempre fico esperando que ele escreva em algum ponto “e eu sou parte do problema, olhe minhas fotos”, mas não lembro de ter visto isso (também não leio muito o site dele).

Nosso mundo é dos raros mundos-momentos nos quais a vanguarda artística não é sequer combatida, ao contrário, é vista com a mais conservadora visão de consagração artística. Onde a vanguarda artística é vastamente “compreendida” pelas principais instituições artísticas, que na verdade fazem dessa vanguarda apenas uma diversão de baixa exigência para o observador que assim acha ser também uma personalidade de refinado critério artístico, quando não é mais do que público de uma parte da indústria cultural atual.

Concordo bastante com esse trecho. Quando exigimos que uma formatura, um casamento, um evento qualquer, seja fotografado usando o equipamento X segundo os requisitos Y, na verdade estamos tirando do fotógrafo tudo aquilo que pode tornar gratificante o seu trabalho: a criatividade. O trabalho alienado, o trabalho-meio, é o pior e mais improdutivo dos trabalhos. É aquele que se faz com má vontade, faz-se menos com o tempo que se tem, faz-se de forma repetitiva e acrítica.

Gosto de imagens nítidas, de boken de objetivas claras e caras, de uma fotografia bem exposta, mas gosto de sombras drásticas, de céu estourado, de ruído, de tremidos, de baixa acuidade. A arte não impõe esses limites, ela é algo do indivíduo, algo do qual o mercado não pode se apropriar. O trabalho artístico é consumido mais lentamente e, por isso, não é interessante sob o ponto de vista de mercado, pois não realimenta o desejo de consumo com a frequência que o mercado impõe.

Acho que vem-se fazendo muitas fotografias boas e quem frequenta discussões no Flickr, fóruns de fotografia e até no Facebook, sabe disso. Obviamente, o mercado quer algo mais pasteurizado, padronizado, uma fotografia-commodity, mas cabe a nós não consumir esse tipo de serviço ou publicação se quisermos que algo mude.

Eu não sei, eu acho que a fotografia dele até é bem condizente com o discurso, embora no texto referido neste tópico ele destoa um pouco disso. O Ivan está mais para Ansel Adams do que para Bresson. É um fotógrafo onde a arte dele está em buscar a excelência técnica (seja lá o que isso queira dizer).

Mas por exemplo, a foto que ilustra a postagem evidencia um pouco isso: são fotos com uma saturação interessante (raramente é um colorido monocromático), contrastes até relativamente duros, mas sem NUNCA estourar nem para cima e nem para baixo. Olhe pelo vidro e veja que até o céu não estoura, tem um arremedo de textura das nuvens ali. Também não é dos mais apaixonados pelo fundo desfocado, buscando sempre uma composição onde todos os elementos da cena tenham espaço na composição: um chinelo jogado no chão, uma sacola, etc. Lembra o estilo do Ansel Adams, aquela busca incessante por extrair o máximo dos químicos, das câmeras. A composição, que era tão importante para Bresson, é um aspecto secundário para Adams, embora às vezes até funcionasse em uma ou outra de suas paisagens. Talvez seja o objetivo mesmo, tentar criar uma fotografia que diga a verdade - o que, na verdade, é impossível -, mas por alguns instantes acaba nos convencendo.

Eu já busco uma fotografia-mensagem, especificamente uma mensagem do subconsciente, de forma que não possa ser traduzida com uma ou duas palavras, então não ligo muito para os aspectos técnicos (na verdade me preocupei muito no passado e hoje me dou ao luxo de perder o foco, perder a latitude, não me importo com o cobertor curto). Mas admiro o Ivan porque, embora chato (mala) algumas vezes no seu discurso, é coerente… minha opinião, pelo menos. O seu trabalho é coeso.

Francisco, como fotografia se trata de arte, ela se encaixa como “boa” a depender de suas expectativas e propostas. Ansel visava reproduzir na foto, exatamente o q ele via. Seria como uma especie de ultrarrealismo fotografico. Honestamente, admiro muito tratamentos diferentes, fotos dessaturadas, aspecto vintage em fotos, mas nao eh algo q me atraia.

Sobre o mercado, as vezes, um ou outro fotografo quebra as regras e se dah bem, como gente q cobre eventos com sobras excessivamentes duras, sem usar difusor algum nos flashs, ou cortes e composiçoes bem diferentes do habitual, como uma foto de um convidado numa igreja onde mostrava todo o seu terno, mas a cabeça estava cortada na foto.

A populaçao quer o basico: o registro do evento! E muitas vezes, se vc sair um pouco da linha, eles podem ateh escolher uma ou outra foto “maneira”, mas termina aih. Entregar um trabalho a sua maneira ao inves da maneira do cliente, pode desagradar seu empregador, coisa q poucos querem correr esse risco.

E outra: para vc quebrar regras sabendo o q estah fazendo, primeiro vc tem q ser fera dentro das regras!!! poucos chegam em tal patamar e menos ainda os q quebram a barreira do lugar-comum. Nesse ponto, concordo com o q Spiderman diz: " Ha espaço para todos dentro do mercado de trabalho. Os bons, os medianos e os ruins, cada qual com o seu preço"

O cara q contrata um fotografo para cobrir uma balada q ele promoveu, soh quer um fotografo q registre as patricetes bem vestidas e com sorriso e cabelo impecaveis, no começo da festa. Eh esse tipo de foto q vai promove-lo para ele fazer uma proxima festa e aparecer mais gente. Nao vejo muito espaço para arte o criatividade nesse caso. Nesse exemplo q citei, Fotografia passa a ser uma mera prestaçao de serviço e foge do conceito de arte visual. Eu pelo menos penso assim…

Meu caro Ivan,
Esse e nosso mundinho, a coisa esta assim por estes lares.
e o que existe nestes momentos
que dirao de nos em sociologia/antropologia, daqui a 100 anos.
vamos enfrente,tua materia esta impecavel!!!
Grande abraço.
Angelo.

Francisco, acho que o Ivan, especialmente nos últimos meses, passou para um outro nível de busca… Ele hj busca uma fotografia perene. Que ele possa colocar na parede e olhar pra ela durante muito tempo sem enjoar.

entre o perene e o lixo descartavel, ha muita escolha boa!!!
abs.