Estava assistindo ao jornal estadual quando exibiram uma matéria sobre Haruo Ohara, um imigrante japonês que primeiro se instalou no interior de São de Paulo, quando chegou de Kochi, no Japão, e depois migrou para o norte do Paraná, seguindo a rota da expansão cafeeira, como fizeram muitos imigrantes, provenientes de várias localidades.
Em Londrina, maior cidade do norte do Paraná, a imigração japonesa foi mais intensa e é, com certeza, uma das cidades brasileiras que mais recebeu imigrantes japoneses. Influências da cultura nipônica permeiam a cidade como um todo. Mas também teve um pequeno grupo de imigrantes italianos que fizeram o mesmo trajeto, como meus bisavós e avós maternos, além de famílias inteiras que vieram de Minas Gerais pelo mesmo motivo, com ocorreu com a família do meu pai. Enfim, é uma cidade com identidade multicultural.
Na cidade, Haruo Ohara participou da fundação do Foto-Cine Clube de Londrina, além de associar ao Foto-Cine Clube Bandeirantes de São Paulo.
Começou a fotografar por volta dos 30 anos. Sempre foi autodidata e, na década de 1970, migrou da fotografia em P&B para a colorida.
Teve a primeira exposição individual em 1998, quando tinha 89 anos, por iniciativa do Festival Internacional de Teatro de Londrina e foi apresentada na 2ª Bienal Internacional de Fotografia Cidade de Curitiba. Eu não sei dizer se ele estava vivo para ver a própria exposição, já que morreu em 1998.
A vida do fotógrafo ganhou visibilidade com a biografia “Lavrador de imagens”, escrita pelo jornalista Marcos Losnak e o historiador Rogério Ivano.
Têm fotos expostas no MASP e todo seu acervo, composto por mais de 20.000 negativos, álbuns, equipamentos, anotações, diários, etc., foram doados pela família ao Instituto Moreira Salles, em São Paulo.
Recentemente, a vida do fotógrafo chamou a atenção de documentaristas que trabalham num filme sobre Haruo Ohara. A estréia está prevista para dia 1. de novembro, quando será comemorado o centenário do nascimento do imigrante, agricultor e fotógrafo. Produzido pela Kinoarte, uma produtora local, o filme é patrocinado pelo MinC e completa a “Trilogia do esquecimento”, uma série de três filmes sobre Londrina nos anos 1950. Os outros dois são: “Satori Uso” e “Booker Pittman”.
As fotos, além de valor estético, tem valor documental e histórico.
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Essas fotos são basicamente da década de 1950. É interessante observar como determinados padrões de imagens permeiam determinadas épocas. Tenho saudade dos anos 1950 que eu não vivi.
Fontes:
http://site.pirelli.14bits.com.br/autores/191
http://photos.uol.com.br/materia.asp?id_materia=646
http://pausaparaaneblina.blogspot.com/