Dúvidas: fotojornalismo e a profissão do fotógrafo.

Boa noite! Há um certo tempo eu venho pesquisando algumas informações sobre este campo da fotografia, mas não consegui muitas informações.

Estou escrevendo um romance. Pretendo construir o personagem principal como um fotógrafo que trabalha para um jornal, fotografando “desastres” como acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, etc, etc. Ainda tenho muitas dúvidas sobre como funciona todo esse sistema, e isso me impede de continuar escrevendo. Se possível, gostaria de contar com a gentileza de alguém que conheça a área, que tenha trabalhado ou se informado melhor sobre o assunto.

Escreverei uma lista de perguntas, ficaria extremamente grato se alguém puder me responder.

  1. Em geral, este é um ramo procurado?
  2. A questão do sensacionalismo, a clássica afirmativa “desastre vende mais”, é verdadeira?
  3. Qual a liberdade do fotógrafo em relação à matéria, edição e publicação?
  4. Como o repórter / fotógrafo é avisado de algum caso de acidente, homicídio, etc?
  5. A polícia colabora para a atuação dos fotógrafos e jornalistas? Já se depararam com algum caso em que a polícia tenha atrapalhado ou negado o acesso?
  6. Na cena do crime ou acidente, o fotógrafo possui um “espaço”?
  7. O fotógrafo precisa, necessariamente, comparecer à redação do jornal em que trabalha diariamente?
  8. Como funciona o salário e a competição na área?

Por enquanto, são essas. Por favor, eu realmente preciso de ajuda! Novamente, ficaria EXTREMAMENTE agradecido pelas respostas. Serão valiosas para mim!
Desde já, obrigado. Abraços!

ué, vc vai escrever um livro, ou pretende seguir carreira de fotojornalista? O primeiro homicidio, ou acidente de moto, a gente nunca esquece: cérebro dividido no meio, e qdo o corpo já está em adiantado estado de putrefação o cheiro é 1000 vezes pior q de cachorro morto . Depois de 3 meses , a gente já consegue almoçar do lado do cadáver. Quer detalhes macabros,basta ir a algum jornal sensacionalista e entrevistar o fotógrafo por 10 minutos. Pra pauta policial o fotógrafo não tem abertura , fotografa a cena do crime, mas nada daquilo vai pras paginas do jornal , fica no arquivo. Melhor ser fotógrafo pericial da policia civil, aí o bicho pega.

Cara seja bem vindo.
Eu sugiro que entre em contato com algum jornal da região onde você mora e fale sobre o seu projeto.
Peça para fazer uma espécie de “laboratório” no jornal dele, acompanhando algum repórter fotográfico, ou fale
com algum fotógrafo que faz esse tipo de trabalho para que você sane suas dúvidas.
A minha ajuda é essa, acho muito interessante essa área da fotografia.
Acompanhando o tópico.
Um grande abraço

1- Relativamente bem procurada. Menos que fotógrafo social (eventos) mais que fotógrafo de natureza selvagem. Mas não tá fácil entrar. Todas as editoras e agências de noticias já tem muita gente contratada mas sempre cabe gente (freelancer = frela) que consegue boas fotos ainda mais se consegue fazer isso sequencialmente. Todo dia consegue uma foto devente que mesmo que não seja usada tem potencial de ser usada naquele dia ou em outro dia qualquer.

2- Depende do veículo. Se o veículo for sensacionalista ele só busca foto sensacionalista. Se for um veículo mais sério essas fotos não tem entrada. A maioria dos bons veículos sempre tem um espacozinho mesmo que reduzido para o sensacionalismo, outros só tem sensacionalismo. De maneira geral um bom flagrante vende, mas aqui estou falando de flagrantes bons, não de um corpo estendido no meio do asfalto crivado de balas e com os miolos aparecendo.

3- De maneira geral, nenhuma. Fotógrafo fotografa, jornalista redige sob ordens, editor corrige e decide se vai à publicação e diretor/editor de fotografia qual foto ilustrará a matéria. O fotógrafo vende sua foto e já foi. Se vai ser usada em página dupla, página inteira, meia página, ou em miniatura diminuta, isso é inacessível pra decisão dele.

4- Contatos. Na rua, policia, bombeiro, outros fotógrafos, rádio ou pela redação do veículo que ele tem vínculo.

5- Vária muitoooo. Depende do caso específico, depende de quem é o fotógrafo (se bem visto/quisto no meio, se conhecido, se bem relacionado), depende de quem são os policiais (quanto mais preparado o policial mais fácil a atuação do fotógrafo).

6- Sim e não. Ele não pode interferir na cena, evidentemente. Se a cena estiver isolada para circulação das pessoas dificilmente ele consegue chegar muito perto, exceto se tiver bom relacionamento. Se pericia estiver trabalhando ele não pode chegar perto. Isolou a área para a perícia ele não entra, exceto se for muito bem relacionado. De maneira geral, não atrapalhando nada ele pode trabalhar na boa.

7- Sim e não. Vai depender de como está a escala de plantão e do tamanho do evento a ser coberto. Grandes eventos como tragédias nacionais podem fazer o fotógrafo ficar dias sem pisar na redação só enviando as fotos pela rede. Mas de maneira geral ele dá um pulo na redação todo início de jornada de trabalho para pegar a pauta a ser coberta e receber orientações do editor de fotografia de como deverá ser a cobertura (mais sanguinolenta, mais leve, mais poética, mais humana, mais artística (?) e sobre tudo isso ainda cabe a impressão digital do próprio fotógrafo) e no final da jornada para saber se as fotos dele vão ser usadas e tentar fazer lobby pessoal para que as usem.

8- Muito variável… Pode ser fixo com acrécimos por uso de fotos com acréscimos variáveis pelo tamanho da foto a ser usada. Pode ser por foto comprada (frela). Pode ser por foto usada (frela). E sobre tudo isso ainda cabe trabalhos pessoais fora da redação mas fora do jornalismo, como trabalhos editoriais e trabalhos autorais para um futuro livro, exposições, etc…

Muitíssimo obrigado! Essas respostas vão me ajudar muito, mesmo! Pelo visto o fotógrafo acaba por precisar da colaboração de muita gente pro seu trabalho sair bem feito…
Obrigado novamente!