E o drama continua, se não é prostituição, posso chamar de concorrência desleal?

O título pode ser pesado, mas como está chegando o final do ano novamente, quem trabalha com fotografia de eventos acaba se deparando com as dificuldades inerentes das diferenças de valores cobrados entres os fotógrafos, aquelas promoções de natal. Eu mesmo acabei perdendo dois clientes no final do ano e um deles foi claramente devido a um valor mais em conta (quase ridículo) cobrado por um fotógrafo da minha região… ok, vamos as considerações mais comuns:
1 - cada um cobra o que quer… se quiser fazer de graça, faz, o equipamento é da pessoa, o tempo é dela…
2 - cada um tem seu espaço, quem cobra mais caro e quem cobra mais barato, já atendi uma clientela que pagava mais barato, hoje cobro mais caro…
Aí que está o problema, cada dia que passa está mais complicado captar clientes… não sei se sou apenas eu, mas, está dureza fechar meus contratos, as vezes a negociação avança bem, mas sempre tem alguém oferecendo serviços de qualidade, com álbuns personalizados, fotos impressas, video, serviço bom… por preços muito baixos… aí não tem como concorrer :aua:, tem gente oferecendo serviços de foto e video com album / dvd por menos de 1100,00 e com uma qualidade razoável… e se eu cobro mais do que isso só na fotografia, como fica? Claro que incluí os conhecidos que fazem filmagem, mas fica sempre muito mais caro…
Então para resumir :hysterical: O que tenho percebido é que o pessoal que está cobrando mais barato já deixou de ser o pessoal que está começando, e sim gente que tem bastante tempo e conhecimento (claro que não generalizando), mas são profissionais que tem condições de cobrar valores mais altos e não cobram, sei lá por que motivos… talvez por causa da concorrência mesmo…
(Esse post não é indireta, nem direta para ninguém, é só mais um tópico para opinarmos)

Sim, tem essa concorrência sim, tentando me adequar, tive que derrubar meus preços nos últimos anos, o faturamento geral tbm caiu. Tive que mudar alguns produtos, alguns entregando menos para poder fazer os trabalhos e ter algum lucro.

Acho que o geral, a facilidade de todo mundo fotografar atualmente, faz com que a sensação de valor agregado ao nosso serviço seja menor a cada ano.

Sim existem alguns clientes que confiam em nosso trabalho, e conseguem ver os objetivos que buscamos, que precisam desses objetivos, e por isso continuam contratando, mas a um preço menor agora.

O que você está observando é a mudança do mercado de serviços fotográficos. Tanto pela facilidade da entrada de quem oferece como pela valorização (ou não) de quem compra.

É bom ficar esperto com esses movimentos e se adequar: encontrar nichos que justifiquem um valor mais alto, ou popularizar o serviço e abaixar preço. Se você está perdendo clientes para quem oferece o mesmo serviço por menos, você é quem precisa rever sua posição.

Eu penso que nao eh isso.

Em qualquer industria, quando o mercado tem demasiada oferta para o numero de procura, o valor do produto/servico cai mesmo. E eh natural que isso aconteca, ja que com tanta oferta a demanda que eh limitada vai sendo distribuida. Quanto mais gente chega na festa para comer o bolo, menor sera a fatia que cada um vai ganhar do bolo. Sendo assim, profissionais nao veem outra maneira a nao ser fazer concorrencia de precos. E quando todos chegarem no limite nao tera o que fazer, a nao ser que estabelecam limitacoes para entradas de profissionais no mercado com regulamentacoes.

Competicao eh otimo para clientes mas eh ruim para empresarios. Mercado aberto e livre eh otimo para quem quer entrar, mas eh pessimo para quem esta dentro e quer se manter.

Como eu descrevi acima, isso eh natural em qualquer lugar do mundo e lei basica do mercado.
Nao atoa que governos como na Alemanha limitam a quantidade de um mesmo determinado negocio em determinadas areas, para que os empreenderores na area ja estabilecidos, que ja estao empregando e gerando e pagando impostos, nao passem a ter prejuizo, demissao e pagem menos impostos por ecesso de concorrencia que acaba quebrando todo mundo.

Exato, o que pode se pensar a fazer eh ampliar o negocio, de forma que consiga cortar custos, contratando profissionais e oferecendo precos mais atratives que faca o estudio ficar movimentado a qualquer hora do dia. Ou procurar outra area com menos concorrencia. Ou encontrar um nicho em que o valor eh apreciado, talvez fotos de baixo da agua (piscina ou no mar), fotos no ceu (pulando de paraquedas ou em passeio de balao, ou sei la).

Ou fazer igual a mim, ganha a via em outra area e oferece servico de fotografia para os poucos que aceitarem seu preco e suas condicoes.

Como trabalho muito com indicações, ainda consigo resistir, clientes que já fizeram algum serviço comigo, geralmente me procuram quando pensam em fazer outro… mas com certeza essa sensação de valor agregado ao nosso serviço que mencionou com certeza tem sido cada vez menor, ao ponto de eu ver em alguns lugares, não vou mencionar o grupo do facebook… mas é um grupo de festas, as pessoas perguntam por fotógrafos para festas e eventos, “baratinhos” ou “com preço camarada” e chovem fotógrafos interessados, e os clientes ainda exigem o preço na postagem…

Competição é ruim para empresario que não sabe competir…

A facilidade de todo mundo fotografar traz sim essa sensação para a galera do celular, que tem liberdade de escolha naquilo que vai registrar e produzir, e que não consegue perceber vantagens no registro que um profissional teria conduzindo o serviço. As possibilidades e motivações atualmente são outras, são diferentes. A indústria de equipamentos, e suas vertentes, exploram essa condição.

Só para vc ter uma noção, pegando a área de eventos, tem cliente aqui que registrei festa de final de ano por 10 anos seguidos, festa tipo assim, com show de 3 bandas grandes (banda tipo assim Ivete, daniela mercuri, titans, paralamas, j quest, skank, anita, os grandes nomes sertanejos, etc…) e 5mil funcionários . Para cobertura assim eu levava 5 fotógrafos comigo. Ano passado eles deixaram de contratar a minha equipe. Agora eles determinam uma hashtag e pede pra todo mundo postar fotos pelo celular no fb, insta, twitter, etc… e pronto!!! Fazem o barulho necessário nas redes sociais, conseguem registros mais íntimos e mais expressivos, coisa bem longe da formalidade que meu fotografo conseguiria.
Muuuito mais intuitivo, significa a fotografia super inserida no evento, o pessoal do mkt dessas empresas adora tudo isso. Coisa que mesmo eu tendo um esquema com gente no background enviando fotos pelo 4G não conseguiria fazer.

Entendeu de que valores estou falando??? Jamais eu conseguiria agregar tanto valor à minha produção fotográfica.

Se você visse esse grupo do face que eu mencionei para o Lindsay, veria bem esse cenário, uma boa descrição seria briga por migalhas…

Infelizmente a verdade é que está cada vez mais difícil se adequar… mas já estou analisando outros nichos…

Eu nao entendi a introducao com a conclusao. Vc esta dizendo que o problema eh vc nao saber competir? Ou vc tentou dizer duas coisas distintas.

O que vc relata tambem acontece no Jornalismo, acontece na fotografia de aniversarios e casamentos, na fotografia de familia. Todo mundo tem um tio, um primo ou um amigo fotografo disposto a quebrar um galho “pela oportunidade”.

Antes, o custo alto do produto e da aquisicao de conhecimento limitava as pessoas ao acesso no mercado. Hoje tal limitacao nao existe gracas a tecnologia.

Ecesso de oferta para uma demanda limitada inevitavelmente faz qualquer coisa perder valor, nao importa o quanto o empresario “saiba competir”. E o mercado sera restrito para os que encontram seu nicho, que so eh nicho pq nao ha ecesso de oferta, pq a demanda eh pequena e especializada.

Se houvesse algum valor, essa galera que ficam mandando fotos do celular estariam cobrando e o evento estaria pagando.

são coisas distintas…

Acho que deu pra entender sim o que falei acima, pensa um pouco no que falei, na experiência que tive e que estou tendo, são várias coisas acontecendo ao mesmo tempo, entre elas, tem que repensar o produto, alguma áreas vão embora, e outras mudam de formato.

Eu acho que vc entendeu o que significa quando digo agregar valor… de qq forma só pra reforçar, eu não é uma questão de remuneração do fotografo, são outros valores…

Competicao eh otimo para clientes mas eh ruim para empresarios. Mercado aberto e livre eh otimo para quem quer entrar, mas eh pessimo para quem esta dentro e quer se manter.
Concordo... é triste, as vezes ver um profissional até bom, cobrar um valor ridículo que não cobre muitas vezes nem o valor do seguro do equipamento, na tentativa de pagar as contas no fim do mês....

Eu tentendi que o tema do seu discurso eh: Competicao nao eh problema, mas sim a falta de capacidade do empresario.

Vc pode pensar o quanto quiser o produto, se tiver acessivel para qualquer um oferecer, o valor sempre sera baixo. O que deve ser pensando eh como oferecer um produto que em que haja menos oferta (menos competicao), como procurar um nicho tal como citei.

Ao procurar pensar o produto e agregar valor, vc na verdade esta buscando oferecer algo diferente, o que literalmente siginifica “a parte dos competidores” (menor competicao). Esse valor pode ser qualidade em algum material, metodo de trabalho que oferece outra experiencia ao cliente, etc. Mas se qualquer um pode oferecer e se for um mercado atrativo, logo enche de competidores e o valor se perde.

Se a competicao nao fosse o problema vc nao estaria precisando pensar o produto para agregar valor, o que costuma envolver risco. O valor agregado ou nicho que podera ter sucesso sem perder valor, sera o que tera alguma forma de limitacao para a maioria dos competidores ou que envolve alguma forma de risco, nao sendo assim bom para o empresario, principalmente se ele falhar, e a maioria falha ou nao arrisca por nao ter o recurso necessario.

Uma coisa eh certa, se vc tem um produto de sucesso e qualquer um pode oferecer, o mercado vai logo encher de pessoas oferecendo o mesmo em busca do mesmo sucesso.

Mas Marcio, isso é muita teoria… entendo o que é nicho, o que é volume, isso ai é algo que depende de uma serie de fatores, e facilidades.

To falando de mercado mesmo, de volume, de demanda… daquilo que as pessoas querem comprar/contratar. Não é que o valor (preço de venda) sempre será baixo porque todo mundo está fazendo, mas que para toda demanda, haverá um preço de mercado (preço de venda). O cara pode se inserir dentro do mercado ou não, pode tbm ficar acima ou abaixo.

Eu estou fazendo força aqui para não fugir do assunto, porque se ficamos colocando ideias que não se conectam com o tema do tópico, o assunto se perde.

Para os objetivos de uma empresa, a fotografia está super inserida na promoção de uma marca, e o pessoal vai explorar a fotografia da maneira que for mais conveniente para atender esses objetivos. Eu poderia contar mais um causo aqui, de um trabalho que fiz semanas atrás, mas ai já vai desvirtuar mais ainda o tópico.

De fato, acredito que meu foco eh mais teorico e que pode nao seja preciso com a realidade. E eu nao vejo problema em sair do tema do topico para entrar em outro tema interessante e que nao eh totalmente alheio ao tema do topico. :frowning:

Eu so eu queria entender como uma empresa que tem a fotografia super inserida na promocao de uma marca, por mais que essa marca seja de alto valor, nao vai se aproveitar do ecesso de oferta para barganhar o valor da compra. Acho que historicamente ha vemos isso. Fotografos que eram celebridades e pagos uma fortuna para fotografar uma marca, sendo mais famosos e importantes que modelos, a partir dos anos 80 e com a proliferacao de fotografos no mercado, tal valor e posicao despencou. Hoje em dias, marcas estao pegando fotografos amadores e modelos amadores no instagram, primeiro pq eles tem muitos seguidores o que agrega muito mais valor do que qualidade, e segundo pq sao muito mais baratos que fotografos e modelos profissionais. Estou falando aqui da marcas mais famosas e mais respeitadas do mundo da moda e demais industrias.

Mesmo assim, eu queria saber de como vc enxerga a questao para eu ver se aprendo e agrego algo que provavelmente eu nao sei ou que nao pensei em relacionar.

Suas respostas, essas que vc fez ai em cima, já respondem a sua pergunta… a empresa não vai barganhar preço com fotografo profissional porque ela não precisa mais do fotografo profissional. Porque o jeito de explorar as fotografias do evento mudou com as redes sociais. As próprias pessoas comums fazem isso nas redes sociais, elas fotografam e fazem circular as fotografias gratuitamente, sem a necessidade de um fotografo profissional para isso.

Sobre a guerra de preços na fotografia social, o problema é o dinheiro. Sempre ele.

Consideremos cinco tipos (ou categorias) de fotógrafos:

E - Cobra 200,00 - Novatão, com maquina básica e lente do kit.
D - Cobra 700,00 - Semi-novato, já entende um pouco das coisas.
C - Cobra 1500,00 - Trampo honesto, nada de excepcional, mas faz bem o que se pede.
B - Cobra 2500,00 - Quase tão famosinho, quanto o A. A diferença é que menos promoters o indicam, rsrsrs.
A - Cobra 3500,00 O mais famoso e com melhor equipamento, técnica, etc.

Com a crise, os clientes do A, começaram a minguar. Então, ele baixa o preço para 3000,00. Com isso, o cliente do B, que sempre quis o A, começa a pensar: “Ah, pagar 2500 pro B, ou forçar um pouquinho e chegar nos 3000 pro A?” Aí, o cliente do B vai pro A. Com a choradeira, ele chega nos 2800 com o A. Além disso, os clientes habituais do A, que pagariam 3500,00, também vão se beneficiar do desconto e pagar 2800,00. Já começou aí, a deixar o cliente “mal-acostumado”, rsrsrsrs…

Aí, o B ficou sem serviço. Ele então, baixa o preço, pra dois paus. Aí o cliente do C, com o mesmo raciocinio, pensa: "Ah, pagar 1500 pro C, ou forçar um pouquinho e chegar nos 2000 pro B?" Aí, chora, chora, 1900 e ainda ganha um pôster. :hysterical:

Nessa altura, o C já baixou sua tabela. Mil contos. Aí ele rouba cliente do D, que ia pedir 700. Chora, fecha em 900,00.

O D, então, se ferra. Baixa pra quinhentão, e começa a barganhar com clientes do E. Só que o cliente do E, não tá preocupado com qualidade, nitidez, look fulfreime, bokeh, 3d, etc. Só quer um lambe-lambe na festa, pra ele incomodar dois dias depois, querendo foto pro feice…

Aí o D começa a pegar uns trampinhos de 500,00… 400,00… até 350,00 ele faz, dependendo da data…

E aí tem o E. O E tem aquele cliente que “não tá preocupado com qualidade, nitidez, look fulfreime, bokeh, 3d, etc. Só quer um lambe-lambe na festa, pra ele incomodar dois dias depois, querendo foto pro feice”. Esse cliente paga 200,00 contos até que feliz.

E assim, concluímos que o E teria a melhor oportunidade, certo? ERRADO.

Cada árvore que você chacoalha, caem cinco ou seis “E”. E com isso, eles vão brigando e engalfinhando nos preços, e com isso, temos os “E’s” cobrando 100,00… 80,00.

E assim o mercado vai minguando.

Tem que se adaptar, senão dança.

Esse preços são simbólicos ou reais?

Pelo que se comenta, o A aqui da minha região esta cobrando 10k um casamento, e tem agenda cheia, mas… Além de ser um excelente fotógrafo com um trabalho realmente diferenciado, é um marqueteiro nato.

Dellano, foi só um exemplo, uma simbologia!

Mas acredite, o de 10k com certeza, ou cobrava 11, ou agora tá cobrando 9,5 kkkkkkkkkkkkkk

Concordo com o Mike mas quero trazer outro ponto pegando casamento como exemplo.

Qual outro profissional fornecedor de casamento baixa os preços assim?
Não vejo buffet, espaço de evento, bolo, casas de aluguel/vendas de roupas para noivos e até mesmo DJ nessa guerra de preço.

Tem cerimonialista cobrando, pela assessoria somente no dia, mais do que a maioria dos fotógrafos.
E é um trabalho que não tem o passivo do investimento em equipamentos caros.

Uma pessoa que tem 10 mil reais para fazer o casamento todo, eu entendo que precise do fotografo baratinho.
O problema é quando a pessoa que gasta 100 mil vai atras do fotografo baratinho para ter havaiana personalizada no casamento ou outro item menos crucial.

Exato. E so fazem isso pq se uma nao fizer outra fara, pq aquantidade de pessoas dispostas a oferecer isso isso eh enorme (gracas ao celular e internet acessivel a qualquer um). Se houvesse um numero limitado de pessoas que quisessem e pudessemfazer isso (por alguma barreira tecnica, tecnologica, conhecimento ou custo que reduziria a quantidade de oferta/competidores), certamente estariam cobrando.