Eric Baudelaire (1973-)

Visite o Centre Pompidou e deparei-me com a imagem abaixo. Estou postando-a aqui para compartilhar com os colegas do fórum o encontro com este trabalho.
Bem, a fotografia “Fundações” integra a série “Estados imaginados”, de Eric Baudelaire. Nesta série, reunida em 2005, o fotógrafo construiu o universo onírico de um Estado independente “fictício”, fundamentou-se em metáforas da arquitetura, cinema e litetura e inspirou-se sobretudo nas obras de Kafka e Tarkovsky.
De modo geral, o seu trabalho discute os princípios da imagem e seus limites.

Penso que o contato com tais trabalhos amplia nossa cultura visual e, em algum momento, pode inspirar os colegas com idéias e projetos. Se estiver errada, por favor, avisem-me que não posto mais.

http://baudelaire.net/works/imagined_states/pictures/06.JPG

Essa fotografia tem de ser vista junto com a série, pois integra um projeto com referencial mais amplo na arquitetura, literatura e cinema.

Toda a série neste:
http://baudelaire.net/works/imagined_states/01.html

As obras completas neste:

Da Série dos estados imaginários gostei de todas em que o elemento humano é presente.

Se foto não tivesse sido feita em cromo, acho que o impacto seria bem menor.

Concluindo… há belas composições ali e algumas nem tanto. Acho que o cromo (ou negativos com revelação puxada, que às vezes produzem um efeito parecido) deram aquele “plus a mais” nas fotos, sem querer desmerecer o trabalho dele, muito pelo contrário. Fico impressionado com o papel que a cor e o contraste tem no impacto de uma fotografia. Se tirarmos várias fotos da mesma cena, sendo uma com digital, outra com negativo, outra com cromo, etc, a nossa percepção sobre a imagem pode mudar diametralmente.

Assim, o significado da palavra “composição”, não se resume apenas a como dispor os elementos no quadro, mas também engloba toda a parafernália técnica envolvida (objetivas, iluminação, mídias, etc). Não compomos apenas elementos cenográficos, mas sim uma série de elementos que não só contribuem, determinam o sucesso ou não do resultado final.

Fantástica heim?
Gostei muito da composição, concentra muita atenção nos principais elementos do quadro, o reflexo ajuda a preencher o quadro de forma muito inteligente.

Da série toda, eu achei muito interessante as fotografias de números 5, 6, 11, 18, 20, 21, 22, 24, 26 e 28. Em algumas delas consegui identificar as influências de obras da literatura, cinema e pintura. Só estou em dúvida se uma, a número 24, tem mesma alguma relação com o filme “Mistérios e paixões”, direção de David Cronenberg. De qualquer forma, o fotógrafo inspirou-se nas obras de Kafka e Cronenberg, por sua vez, também sofreu tal influência, talvez por isso eu vejo a imagem e associo ao filme. Vou assistir o filme de novo. Salvador Dali também está muito vivo em algumas dessas imagens. Aliás, nesse mesmo museu encontram-se muitas obras do pintor. Vale lembrar que, além de Salvador DALI, essa imagem divide espaço com os mais significativos nomes da história da arte séculos XX e XXI como Henri MATISSE, BRASSAÏ, Vassily KANDINSKY, Joan MIRÓ, Dora MAAR, Pablo PICASSO, Henri LAURENS, Marcel DUCHAMP, entre tantos outros, o museu é enorme.
Mas veja que o que eu escrevi é uma impressão subjetiva, de uma lembrança vaga, não sou especialista em história da arte, embora aprecie muito, mas têm algumas pessoas no fórum que podem falar sobre essa série e suas influências com mais propriedade.

Uma das que mais me chamou a atenção foi a fotografia chamada “Painter”.

http://baudelaire.net/works/imagined_states/pictures/21.JPG

A apreciação de cada um, seja de gosto, observação técnica e estética ou mesmo de informação, forma um amplo mosaico que expande o olhar sobre a obra.

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Francisco,

Já que você tocou no assunto, eu gosto muito do Reala 100 quando “puxado”. Principalmente, o tom azulado em longas exposições.

Braga, eu só tenho uma experiência ruim com Reala, ainda que eu saiba que a culpa não deva ter sido do filme. Levei para revelar em laboratório Kodak e ficou tudo esverdeado :stuck_out_tongue:

Gostei de algumas fotos, mas nao vi nada de ordinario em muitas outras.

O que me ocorre eh que nestes tempos de Flickr e outros meios de comunicacao online, estamos expostos aa muita obra fotografica de relativos desconhecidos que sao magnificas. Eh muito mais dificil um fotografo fazer nome hoje, no meio de tantos outros “fotografos” do que antigamente, onde a arte era mais restrita. Eu sempre procuro ter isso em mente quando observo a obra de um fotografo.

Mesmo dos meus preferidos (HCB por exemplo), sempre tem aquela foto mediocre, e sempre tem aquele cara fanatico que descobre a genialidade do mestre naquela pedra caida ou na sombra do poste, onde eu, sinceramente, nao vejo nada de mais.