Médio Formato digital está bem longe de um arquivo de 6 ou 8MP…
E, mesmo assim, continua bem distante da qualidade de um filme 120, seja 6x6, 6x7 ou qualquer outro formato. Da mesma forma que o digital APS ou Full-Frame de um negativo 35mm. E, sempre que se melhorar a tecnologia dos scanner, ponto a mais para o filme.
É natural que editoriais partam para o digital principalmente por suas questões de prazo e economia, cada vez mais veremos isso. O que, de forma alguma, significa que haja uma substituição de formatos. Ainda mais em editoriais, quando os fotógrafos são respeitados, eles têm a liberdade de trabalhar no formato e na mídia que preferirem. A Vogue italiana é um bom exemplo disso. Eles permitem que seus colaboradores usem desde ampliações em platina a digital.
Brasil é Brasil, economia sempre vai mandar e esse tipo de revista (moda) não vende o suficiente para que o editorial tenha força sobre o departamento financeiro. Por isso, digital vai cada vez mais ser lei, assim como o fundo infinito… branco depreferência pois aí não se gasta nem com tinta.
Agora, como estamos falando de qualidade de fotografia editorial, dizer que a National Geographic não conta, não vale… Muito pelo contrário, ela é uma referência mundial no assunto. Eu também discordo de que alguém que passe oito semanas fazendo um ensaio em um local prime pela oportunidade. As câmeras que seus fotógrafos e colaboradores usam são Leicas, Nikons, Canons e Olympus. Acho que todos que estão lendo conhecem suas capacidades e limitações. Eles também usam digital, mas, do alto da sua experiência, deixam a critério do fotógrafo a escolha da mídia com a qual ele se sente mais confortável.
Em publicações onde há respeito pelo profissional, onde o departamento editorial tem mais poder que o financeiro, isso é muito usual. Até por questões culturais. Você pode reparar que nos Estados Unidos se usa mais digital que em publicações na Europa. Questão de respeito pelo trabalho do colaborador e não apenas de otimizar o lucro.
Veja que em momento algum estou dizendo que digital não presta, absolutamente, é ridículo alimentar essa briguinha eterna. Apenas reforço que “nas boas casas do ramo”, para usar um termo popular, a decisão é do fotógrafo, para que ELE expresse suas idéias, conceitos e visão do que lhe é pedido do modo que achar mais particular ao seu trabalho.
Abraços,
José Azevedo