Fotografando pessoas

Encontrei este tópico na busca ( Mundo Fotográfico - Fórum de fotografia. Tudo sobre imagens, foto, câmeras, smartphones, vídeo, edição. ), mas queria extender mais a discussão sobre fotografia de pessoas.

Estamos acostumados a ver fotos Sebastião-Salgado-Like, ou seja, fotos de pessoas humildes que vão desde mendigos, indígenas nus, africanos subnutridos, gente do sertão nordestino, etc. Até que ponto esse tipo de foto é puramente documental, se muitas vezes o aspecto estético está mais valorizado na foto? Até que ponto o fotógrafo não está se apropriando da imagem de outrem para auto-promoção?

Eu vivo me questionando a respeito disso e acabo tendo muito receio de fotografar pessoas, ora por ter consciência de estar me apropriando da imagem de outra pessoa em benefício próprio (posso faturar em cima dessas fotos publicando um livro, por exemplo), ora por estar em dúvida se estarei fazendo foto documental (portanto, uma causa um pouco mais nobre) ou apenas um retrato esteticamente belo, sem outro propósito.

Temos esse direito de sair fotografando pessoas humildes em prol de uma suposta causa social (denunciar a miséria, por exemplo). Ou será que os fotógrafos acabam clicando só pessoas humildes porque sabem que estas não vão abrir um processo contra elas?

Sei lá, o assunto é amplo, mas queria promover uma discussão aberta sobre esse tema aqui.

dizem que as editoras estão com dificuldade de por fotos em livros devido ao risco de processo
é de lascar a onda de supervalorização de indenizações por uso da imagem e é osso pq como vc não pode saber o que se passa na cabeça do juiz pode se dar mal em usar, aqui no fórum por ex., uma imagem sem autorização

No fim, o melhor deve ser pedir autorização antes para a pessoa. Assim, dependendo da pose que fizer, ficará claro que ela autorizou a foto. Por outro lado, perde-se a espontaneidade.

Bom, no meu ver para se tirar uma foto de uma pessoa totalmente desconhecida, essa pessoa tem que ser ou estar fazendo algo interessante para a foto.

Nesses casos, no meu ponto de vista, o ideal é, antes de tirar a foto, ir e gastar alguns segundos com a pessoa conversando sobre o que vocês quer fotografar.
Por exemplo, viu um pescador e que tirar uma foto dele? Vai lá, da um bom dia, pergunta como está a pesca. Pronto, feito o contato inicial, aponte para a câmera e fça a menção de que vai tirar a fotos. Resolvido.

Normalmente um sorriso e um “bom dia” resolvem muitas coisas na vida!

Mas, realmente, só funciona melhor para retratos. Se quiser um instantâneo, acaba prejudicando… Mas se tirar o retrato e “ficar por volta” mais alguns minutos, provavelmente a pessoa volte a naturalidade e se consida o instantâneo.

Apesar desse tipo de foto (pessoas que transparecem dificuldades da vida) renderem bons retratos NÃO TENHO A MENOR DÚVIDA de que é o mais puro aproveitamento da desgraça alheia a pretexto de se conseguir boas fotos, sejam amadoras ou profissionais - salvo raras exceções (diferente do fotográfo que está cobrindo um conflito e percebe um olhar de um civil, ou uma mulher com uma criança nos braços), mas salvo exceção, evidente que é o mais descarado aproveitamento da chamada valorização da miséria fotografar crianças em semáforos, mendigos, miseráveis, etc. Também concordo sobre o fato de que dificilmente uma pessoa excluida nos processaria e que isso facilita ainda mais o descaramento para fotografar sem autorização. É complicado, pq essas imagens são fortes e rendem bons retratos - o problema é que tem uma pessoa ali, que bem ou mal merece respeito. Quer mesmo fazer fotos de campo, pq não sobe o morro e pede autorização para fotografar os traficantes ao melhor estilo Cidade de Deus? Aí o bicho pega. A questão que vc levanta, Francisco, é exatamente uma pseudo-fotografia da miséria, a foto fácil, quase óbvia, que não dá trabalho.

Concordo com o Dullius, se o cara quer mesmo a foto conversa com a pessoa, até pq dependendo do caso, um pescador como no exemplo citado, um mineiro com o rosto sujo de carvão, a própria pessoa talvez tivesse interesse na foto - mas o exemplo de trabalhadores eu já considero um pouco mais tranqüilo, o abuso a meu ver é principalmente com os excluídos mesmo.

Interessante esse tema.

Na vida em um Estado de Direito, é fundamental o entendimento por parte de todos quanto ao valor dos direitos individuais.

Desarte, as fotos de pessoas podem até ser feitas, mas sua divulgação por qualquer meio depende da autorização da pessoa, mesmo quando ela assentiu em ser fotografada.

Pessoas humildes terão maior dificuldade em fazer valer seu direito de imagem. Contudo, resumindo bastante a coisa: se você não sente segurança jurídica para postar na rede uma foto, digamos, do Abílio Diniz fotografado no meio da rua, então postar a foto de um mendigo é uma espécie de covardia. Não posta a do Abílio Diniz por ter consci~encia dele poder agir contra voc~e judicialmente, com bons prognósticos de vitória, e posta o do mendigo porque ele não pode reagir.

Você gostaria de ser exibido na rede sem saber e sem autorizar? Se aresposta é não, vale a máxima cristã: Não faça aos outros o que não gostaria que fosse feito a voc~e.

Temos esse direito de sair fotografando pessoas humildes em prol de uma suposta causa social (denunciar a miséria, por exemplo). Ou será que os fotógrafos acabam clicando só pessoas humildes porque sabem que estas não vão abrir um processo contra elas?

Eu acho que são as 2 coisas ou até 3.

  1. realmente existe mesmo que subjetivamente que seja algo em torno da causa social… queira ou não, a foto está lá, mostrando o descaso, a desigualdade, etc…

  2. 99% dos casos o fotógrafo por mais que seja um purista, artista, etc… é claro que ele tira fotos assim para uma promoção sua e de seu trabalho. Oras, quem não queria ver uma foto sua nos jornais?

  3. as vezes o próprio mendigo ou a pessoa na rua, acho que a maioria deles também, adoraria se tornar “famoso”… mesmo que mostre a sua “desgraça”… eles não possuem aquela onda de “ah, não passei perfume, não passei gel, etc”… eles simplesmente A D O R A M ser fotografados (em São Paulo quando fui no meio do ano, cheguei em 2 pessoas que moravam na rua para fotografar e eles adoraram… falaram que não ligava, que não tinha problema, etc… ((eu vi que eles queriam mais atenção do que tudo, mas “aproveitei” tb para fazer umas fotos)) depois eles quiseram até me abraçar… foi muito bom).

Você gostaria de ser exibido na rede sem saber e sem autorizar? Se aresposta é não, vale a máxima cristã: Não faça aos outros o que não gostaria que fosse feito a voc~e.

Olha, dependendo o caso, eu não ligaria não… sério mesmo… talvez eu iria até gostar… ((é claro que depende, mas se não for mal intencionado, acho que não teria problema nenhum))

Contudo, resumindo bastante a coisa: se você não sente segurança jurídica para postar na rede uma foto, digamos, do Abílio Diniz fotografado no meio da rua, então postar a foto de um mendigo é uma espécie de covardia. Não posta a do Abílio Diniz por ter consci~encia dele poder agir contra voc~e judicialmente, com bons prognósticos de vitória, e posta o do mendigo porque ele não pode reagir.

hehehe… mas garanto que ninguém publica fotos do Abílio Diniz de graça também!
E se alguém for tirar fotos dele, para alguma revista publicar, tem que estar em flagrante hehehe - ele tem que estar com uma namorada nova, um carro diferente, fazendo zueira de jet ski, etc… e aí, É CLARO, que ele não vai gostar e vai te mandar um processo e ainda sugar “dólares” da revista que o publicou sem autorização. heheh

Abraços,

Renato

Renato:

A nós cabe ajudar a construir o Estado de Direito, que não se resume no processo eleitoral nem na Democracia Representativa, mas de uma prática de cidadania qu realmente tenha os direitos individuais como sagrados.

A boa foto é um valor ínfimo comparada ao bem maior do Estado de Direito. Não se constrói o estado de direito desrespeitando o direito de terceiros. É preciso respeitar o direito de terceiros para poder elevar o nível geral de respeito aos direitos, e assim ter os seus respeitados também.

Ivan

E no exterior como funciona?
Vemos revistas como a Photo francesa e as reportagens da National Geographic repletas de fotos de gente na rua. Estes fotógrafos saem com bloquinhos com modelos prontos de autorização do tipo preencha os espaços em branco? Ou as revistas vivem processadas ou o povo não tá nem aí? Acho que a melhor saída é trabalhar para um meio de comunicação. Vc ganha pra fotografar, ganha os créditos e a empresa que se lasque se der em processo. Por isso nunca pus fotos aqui de terceiros, até pq acho chato pedir este tipo de autorização. Pode ser que depois eu fique cara de pau e comece a pedir, mas será com um formulário assinado nos trinques da lei e com duas testemunhas, se não não tem valor legal.

Veja, NatGeo fotografa em… outros países. E fotografa com propósito jornalístico, o que é outra coisa.

Estou para fazer um grande projeto de retratos de pessoas, e vou colher autorização de todo mundo. Somente que vou fazer um único documento onde a pessoa vai assinando embaixo e botando n de carteira de identidade, de forma a vincular claramente aquela foto ao projeto e ao escopo das exibições previstas nela.

Ivan

o que acham deste modelo?
só que contratos extrajudiciais precisam de duas testemunhas e o ideal é o CPF que é nacional
é claro que as cláusulas podem ser manipuladas para se adequarem ao projeto, mas acho que é por aí:
http://www.sitecontabil.com.br/contratos/Contrato22.htm

e estes:
http://www.europanet.com.br/euro2003/index.php?cat_id=322

o que acham deste modelo? só que contratos extrajudiciais precisam de duas testemunhas e o ideal é o CPF que é nacional é claro que as cláusulas podem ser manipuladas para se adequarem ao projeto, mas acho que é por aí: http://www.sitecontabil.com.br/contratos/Contrato22.htm
Zeiss:

Sendo uma autorização coletiva, todos testemunham por todos, pelo menos quanto à essência da autorização. Essa idéia me foi dada por alguém lá na serra e a achei ótima, pois elimina o constrangimento do documento individual, e e pessoa compreende estar sob as regras aplicadas a todos os outros. É claro que só serve para projetos coletivos, não para fotografias individuais.

Renato:

A nós cabe ajudar a construir o Estado de Direito, que não se resume no processo eleitoral nem na Democracia Representativa, mas de uma prática de cidadania qu realmente tenha os direitos individuais como sagrados.

A boa foto é um valor ínfimo comparada ao bem maior do Estado de Direito. Não se constrói o estado de direito desrespeitando o direito de terceiros. É preciso respeitar o direito de terceiros para poder elevar o nível geral de respeito aos direitos, e assim ter os seus respeitados também.

Ivan

Olá Ivan.
Eu creio na Justiça sim.
Mas acho que as vezes há coisas em que a lei não regula de forma justa (não estou dizendo neste caso).
Assim, como em outros casos, as vezes é necessário “tirar um direito individual” para mostrar a TODA COLETIVIDADE o que está acontecendo. Uma coisa é “saber” que existe desigualdade, fome, miséria, etc… outra coisa é MOSTRÁ-LA para o MUNDO, PARA O NOSSO BRASIL em forma de foto.
ISTO NADA MAIS É DO QUE MOSTRAR A REALIDADE, NUA E CRUA.
Inclusive se a pessoa não é famosa, vc não estaria explorando a imagem da pessoa e sim a situação - estaria “igualando ela” a outras tantas… neste sentido…

((imagina vc explicar O QUE É DIREITO DE IMAGEM PARA UMA PESSOA “LEIGA”? ela não está nem aí…))

Tirar uma foto de uma pessoa - por si só - não é desreipeitar direito de ninguém.
E podes ter certeza que a maioria das fotos famosas a pessoa autorizou a imagem sim. Há jurisprudencias neste posicionamento dizendo que se a pessoa fez pose para a foto, inevitavelmente ela quis ser fotografada.

E se na pior das hipóteses a pessoa achar ruim, ela TEM TODO O DIREITO DE IR A JUSTIÇA - principalmente se a foto dela não atingir o objetivo ao qual ela foi idealizada (no caso de ridicularizar, etc).
E se a foto tiver interesse comercial, nada mais justo dar percentagem para a pessoa que foi fotografada.

Abraços,

Renato

Renato, não é por aí, uma coisa não se confunde com a outra. Mostrar ao mundo uma realidade e respeito ao indivíduo são coisas distintas. Não é pq um mendigo não sabe o que é direito a imagem que eu tenho o direito de fotografá-lo sem que este saiba, acho que é a isso que o Ivan se referia - vai além da questão do direito de imagem, trata-se mt mais da ciência do indivíduo ao saber que está sendo retratado - e da nossa ética ao deixá-lo saber.

Sobre a jurisprudência no sentido de que se a pessoa sorrir, estaria tacitamente concordando com a foto isso é muito relativo, primeiro pq depende do uso que será destinado à foto, ela concordou com a foto para que por exemplo? Isso só um contrato diria. Segundo, não estamos falando dos outros, mas de nós mesmos, penso eu, da nossa falta de respeito ao fotografar terceiros às excusas. Lembrando que a maioria das fotos que “denunciam a miséria” vão parar muitas vezes nos fotologs da vida, no máximo.

O caso concreto é que interessa, cada situação é diferente e deve ser analisada individualmente, mas de uma forma geral eu acho uma falta de respeito com indivíduos serem fotografados às escondidas. Ainda que o retrato seja feito antes a fim de preservar a espontaneidade, a comunicação é um direito dele e uma obrigação ética do fotógrafo. Os Estados Unidos e Europa começam a fazer leis severas em relação a quem fotografa com celular p. exemplo. Apesar disso eu penso que esse tópico vai além do processo, a questão não é evitar um processo, a questão é estarmos eticamente tranqüilos em relação às nossas ações, ao invés de agirmos como paparazzi’s, que para mim nada mais é que um sinônimo para parasita, alguém que vive às custas dos outros.

O que exatamente diz a lei?

Sei que publicar fotos do Abílio Diniz não há o menor problema, nao sei exatamente o que diz a lei, mas o que mais acontece são fotos não autorizadas de pessoas públicas.

A impressão que tenho (sem conhecer a lei) é de fotos em que não se invada a privacidade e que não haja fim comercial, pode ser publicada.

Foto de uma pessoa que assiste um show por exemplo é permitido? Acho que sim.

Quanto as fotos do Sebastião Salgado são tanto ou mais jornalisticas do que as da Nat Geo. Ele definitivamente não é um aproveitador da miséria e sim um cidadão que expoê algumas coisas que nós preferimos ignorar que existam.

Lembro do caso da Enoli Lara que ganhou uma indenização da Globo por usar sua imagem, lembro também que o fato que decidiu a sua vitória foi o fato da abertura do RJ TV era dado um enorme close em sua bunda.

Eu particularmente odeio que tirem fotos minhas, acho que casos abusivos devam ser punidos, mas realmente não se pode cercear o direito de fotografar pessoas em lugares publicos.

Marcelo, a lei diz que se em eventos - um casamento ou formatura - não há problema em fotografar, se a pessoa aceitou comparecer a esse tipo de evento, subentende-se que aceita ser fotografada.

No caso do show penso que é bem parecido - embora tenha a questão da organização, exemplo, se é permitido ou não fotografar naquele evento, visto que é um espaço privado, sujeito às regras do organizador. Um particular pode tirar proveito disso p. ex., vc me fotografa, argumenta que era um evento, e eu demonstro que era proibido fotografar ali e que assim vc agiu ilegalmente.

Completamente diferente é um sujeito fotografar vc dentro do carro ou sentado numa praça ou parque. Por ser público não significa que pode ser retratado sempre, acima de tudo pq existe o direito constitucional a imagem e privacidade - acho que uma foto genérica não haveria problema, fotografando o parque todo vc entra por tabela na foto, nenhum juiz daria indenização, diferente de num momento de privacidade com família eu fotografar exclusivamente você com um close, sem que saiba. Era o caso da Enoli Lara, a emissora explorava uma parte do corpo dela e argumentava que por ela estar numa praia havia se sujeitado a isso. Esse mesmo argumento funcionou a favor de uma emissora de Florianópolis contra uma garota que fazia topless, o juiz entendeu que se ela se sujeitou a tirar a roupa num lugar público, se sujeitou a exposição também, porém acho que a imagem era de uma forma geral e a garota aparecia nela, ao contrário do caso do Rio onde havia um close na Enoli.

Eu particularmente - se a magistratura fosse uma área do meu interesse um dia - pegaria pesado com isso. Uma emissora vai até a praia fazer aquela foto do dia e pega minha imagem no meio da multidão, ainda que eu não goste, aceitável. Você vai até a praia e tirando uma foto de família/amigos e pega minha imagem indiretamente, ainda que eu não goste, aceitável. Agora - sob o pretexto de ser um lugar público - alguém me fotografa insistentemente em zoom sem nenhum contexto que torne isso razoável? É caso claro de abuso à intimidade/privacidade.

Ah, e há sim problema em publicar fotos do Abílio Diniz se não forem em caráter documental/informativo ou ele não estiver num evento público em que seja autorizado fotografar - é tbm ofensa ao direito de intimidade/privacidade.

Com certeza se ele estiver na rua ele não irá ganhar processo nenhum justamente pq as empresas de comunicação dirão que estão informando a população. Isso é muito subjetivo, mas com certeza a jurisprudência é que casos em que haja violação de intimidade/privacidade é quando fotos são tiradas tipo com o cara em casa e o fotógrafo em cima de uma árvore.

Tanto que casos como o do Chico Buarque na praia não foi nem cogitado de haver processo (eu achei um absurdo aquelas fotos).

E se fosse assim não haveriam paparazzi, pois eles iriam toda hora ter que pagar indenizações.

Quanto ao Sebastião Salgado eu gostaria de lembrar que o cara é um dos melhores fotógrafos do mundo e que poderia estar ganhando muito mais grana do que ganha se resolvesse ir para outra área da fotografia. Que ele ajuda financeira e com trabalho a N instituições pelo mundo inteiro. Acho sacanagem dizer que ele se aproveita da miséria alheia para aparecer. Ele retrata a realidade do mundo, assim como Picasso quando pintou Guernica. Garanto que ele gostaria muito que a realidade fosse outra e ele fosse obrigado a fotografar flores ou outras coisas belas.

Também acredito que ele faça tudo dentro da lei.

Na verdade eu estou levando esse post muito mais em relação ao nosso íntimo, nossa ética e direito de fotografar do que o caráter do que a lei permite x empresas de comunicação, todo caso não é bem assim, apenas alegar caráter informativo não basta, o Abílio Diniz caminhando na rua não tem caráter informativo, ele se encontrando com um político, sim. Juízes não são bobos, alegar é diferente do fato de ter a tese aceita.

Discordo de que se não houve processo no caso do Chico foi pq ele não tinha direito. Se realmente não houve processo foi pq preferiram assim para evitar mais exposição, sem dúvida aquilo é um absurdo, pq o direito à informação é barrado onde começa o direito à intimidade, ainda que em lugar público.

Sobre os paparazzi, Marcelo, te garanto, toda hora essas revistas sofrem processos e tem perdas absurdas, como o processo é dirigido principalmente a quem tem poder econômico, raramente o fotógrafo é processado, mas não significa que processos não existam. Algumas quebram, é uma equação baseada na popularidade das vendas, até o custo com indenizações provavelmente é levado em conta nos planejamentos dessas publicações, já faz parte do custo fixo.

A questão que eu fiz questão de levantar aqui é que ficamos muito presos ao que diz a lei - lembrando que nem tudo que é legal é honesto - acho que independente da lei permitir/proibir a gente tem bom senso p avaliar o que cabe ou não.

Concordo plenamente, acho um absurdo o que fazem os paparazzi, uma coisa é tirar foto de um famoso em uma festa outra é seguir uma pessoa, tirar fotos em momentos íntimos (entenda-se como íntimo coisas que só dizem respeito a ela, um jantar, uma ida a praia, etc…).