Fotografia de Espetáculo de Dança

Olá Pessoal!
Andei procurando algum tópico que respondesse à algumas dúvidas que tenho, porém, não achei. Me desculpe se caso já houver alguma discussão em andamento.
Bom, eu já venho trabalhando há um tempo com fotografia de palco (em especial, dança) e troquei todo meu equipamento, vou fazendo o upgrade aos poucos, pois ainda não tenho o recurso financeiro necessário para fazer a troca de uma vez. Comprei uma 5d mark ii de segunda mão (com pouco tempo de uso), uma lente 70-200 2.8 (também com pouco tempo de uso) e uma 50mm 1.8 (nova). Comecei a usar esta câmera no final do ano passado. Ela me agrada muito, porém, estou com dúvidas a respeito de algumas configurações dela.
Tenho consciência de configurações mais básicas para lidar com fotografias onde o motivo possui pouca luz e muito movimento como:

  • velocidades altas para congelar movimento;
  • valores de abertura que forneça mais luz, porém considerando a distância, uma vez que a profundidade de campo diminui;
  • e o cuidado com os altos ISOS, para não granular demasiadamente a imagem.
  • AI-Servo para motivos em movimento;
  • e uso medição pontual para usufruir somente as áreas de luz (no caso, a dos bailarinos) e isolar o fundo preto.
    Porém, o fotômetro não está condizente com a configuração que estou inserindo na câmera. E além disso, em algum momentos, a focagem não está funcionando.
    Estou tentando descobrir se há alguma configuração mais “profunda” da câmera, no MENU, mas não sei exatamente onde procurar e nem onde mexer.
    Existe uma possibilidade também, de a câmera ou a lente estar desregulada e de eu ter que levar à assistência.
    Gostaria de saber se alguém passa por isso também. Se alguém puder me ajudar, eu agradeço!
    Valeu!
    http://www.paulacaldas.com.br/

Paula. Vc tem usado ela em modo automático ou semi?

Não entendi. Como assim semi?
Eu normalmente uso a câmera no modo Manual e a lente no foco automático (em casos mais estáticos, utilizo o foco manual). No caso da lente 70-200 ela também tem uma configuração 1,5m - infinito e 3m - infinito

Semi seria, no teu caso, usar o modo Tv (Shutter-priority). Se fosse isso, poderias limitar o ISO máximo.
Mas se usas sempre no M, então não funciona, pois o ISO é definido por ti.
Eu tenho uma T3i, então me baseio no menu dela, mas acho que deva ser parecido.
Há algumas funções que “melhoram” a sensibilidade do sensor e tentam reduzir o ruído em ISO alto (acima de 1600).
Elas ficam nas configurações personalizadas da máquina (C.Fn) - Duas que acho que possam de ajudar são Exposure level increment e High ISO speed noise reduction.
No mais, acho não ter muito o que fazer, pois a câmera, mesmo sendo boa, fica com pouca captação de luz nos espetáculos, e fazer as fotos só com a 50 mm vai te limitar muito nos detalhes e closes nas coreos.
Em relação às medições, acho muito difícil que consigas alguma configuração que te sirva pra um espetáculo inteiro, ou mesmo pra 1 apresentação. Pois a iluminação normalmente é variável em intensidade e cores, o que faz os sensores da máquina trabalharem um bocado para se adaptarem.
Espero ter ajudado um pouco, mesmo tendo muito pouco conhecimento técnico.
PS.: Que tal uma lente 17-55 ou até a 18-55 do kit?

Olá Paula!! Também trabalho fotografando dança e apesar de ser Nikon, vou tentar contribuir de alguma maneira. O que você descreveu como configuração da máquina seria no sentido de congelar o movimento, buscando que o bailarino(a) não tenha as extremidades borradas, certo? Mas essa é apenas uma das possibilidades da fotografia de palco. O “borrado” de movimento, quando pensado e intencional pode conferir uma sensação de movimento bem interessante em alguns casos.

  • Só fotografo em RAW, então essas configurações de redução de ruído de ISO e compensação de exposição não se aplicam;
  • Em relação à abertura da lente, quanto mais o objeto se aproxima do infinito, maior a profundidade de campo, em valores absolutos. Normalmente não tenho problemas em manter a abertura em 2.8, com minha 70-200;
  • Fotografo totalmente em modo manual, então preciso equacionar todas as variáveis da câmera. Para isso, é necessário observar as condições de luz. Muitas vezes, os iluminadores não sacam nada de fotografia. Os caras jogam azuis e vermelhos em potências altíssimas. Como o olho humano não percebe bem os estouros nestas cores, temos a falsa impressão de que não tem muita luz. Aí quando vê o resultado, altas luzes irrecuperáveis. Então, eu procuro chegar com antecedência e acompanhar o teste de luz e aquecimento. Uso esse tempo para definir mais ou menos o ISO que usarei. Depois disso, durante o espetáculo, trabalho o tempo todo no dial de velocidade, de acordo com a quantidade de luz e o resultado que desejo. Com menos frequência, trabalho o dial de abertura.
  • Sobre o foco, utilizo o modo de foco contínuo. Pressiono o disparador até a metade, para travar o bailarino a ser fotografado e seguro e vou fazendo as fotos sem soltar totalmente o disparador. Disparo e volto pra metade, disparo e volto pra metade… Isso mantém o foco travado em determinada bailarina direto.
  • Sobre o fotômetro, você diz que ele não está condizente com a configuração feita. Não entendi bem o que está ocorrendo. Você está usando medição pontual?
  • Sobre a focagem, você diz que ela não está funcionando. Ela não está funcionando ou o foco está batendo em lugares errados? Teria como explicar melhor a queixa?

Oi VMarins!
Então, eu trabalho bem parecido com o que você descreveu acima.
Quando estou fazendo estilo livre, eu dou uma desencanada mesmo de travar movimento e tento usufruir o máximo de possíbilidades, testo o panning dentre outros. Mas quando é trabalho contratado, fica complicado de fazer esse tipo de situação.
Faço a utilização também em foco contínuo, seguro até a metade, fotografo, seguro até a metade…
Quanto ao fotômetro, eu faço a medição no rosto do bailarino e o fotômetro me diz que a luz está equilibrada, porém o resultado não saiu como esperado. Ou está superexposto, ou subexposto. Já testei de diversas formas, com medição pontual, matricial…
Quanto ao modo de focagem, eu faço o foco, e aparentemente está tudo correto. Porém, quando vou visualizar a foto, tanto no liveview ou no computador, a foto parece desfocada (não é borrada), é desfocada mesmo, mas é um desfocado leve. Então eu vou procurar em que lugar da imagem foi parar o foco e não acho…
Ai tomara que eu tenha conseguido explicar!! rsrsrsrs
Por isso que tenho achado que o problema é alguma coisa desregulada ou na câmera, ou na lente…

Por exemplo, esta imagem, onde o bailarino estava fazendo algo bem lento o que me deu a possibilidade de tempo de regular certinho a exposição.
De acordo com o fotômetro, a medição de luz estava equilibrada (estava medindo bem onde a luz incidia com mais força na pele dele), porém, mesmo assim, ficou estourado. Eu consegui dar uma leve arrumada no lightroom.
As configurações da imagem:
f2.8 - 1/160 - ISO 2000 (medição pontual, AI Servo)

http://

Ney Matogrosso by Ricardo Toledo

Posted by Paula Caldas VideVerso on Quarta, 13 de maio de 2015

Desculpe-me, ainda estou um pouco perdida em como utilizar o fórum. Veja se consegue ver a imagem:


by , no Flickr

Te digo que na maioria das vezes o problema não está no seu fotômetro. Está no dedo do cara que opera a mesa de luz. Os comandos dele não são botões liga e desliga, são controles deslizantes. Ou seja, ele vai variando a intensidade de acordo com o script, ou ainda de acordo com seu gosto. O que isso acarreta é que se você fotometrou corretamente naquele exato instante e entre o giro do dial e o apertar do disparador, o amigo que dá a luz escorrega o dedinho no slider, tchau fotometria.
Diante disso, procuro treinar muito, para não ficar me prendendo tanto ao que o fotômetro diz. Entrou aquele mega spot com tudo, sei que posso dar uma acelerada boa na velocidade (ou fechar o diafragma, de acordo com minha intenção). Assumi que eventuais correções na pós serão necessárias. O que não posso deixar acontecer são aqueles estouros que deletam toda e qualquer informação de luz.
Mas como te disse, tudo depende das circunstâncias. Existem coreografias em que a luz que começa, vai até o final e tem outras em que o dedo nervoso do iluminador muda de azul pra vermelho, de âmbar pra verde, de penumbra para “sol no palco”. E para esses casos frenéticos, nossa maior companheira é uma câmera com um bom alcance dinâmico, que vai te permitir uma maior zona de conforto.