Fotografia é a menor distância entre a realidade e a... ???

Se uma reta é a menor distância entre dois pontos, a fotografia é a menor distância entre dois mundos.

Ou seria a menor distância entre a realidade e a ficção???
Ou… entre duas realidades, a minha e a alheia, contida na foto???
Ou ainda, a menor distância entre a realidade alheia e a imaginação???

Realidade própria, realidade alheia, ficção, fato ou imaginação???

Ah… pode ser tbm que esteja tudo errado, porque não é a fotografia, mas sim a imaginação, que cumpre essa ligação, a menor distância entre esses mundos???

Senhores(as) isso pretende ser uma discussão, sejam bem vindos!!!

Menor distância entre realidade e fato. Ou a menor distância entre fato e história. Ou não.

… E a imaginação!

Acredito que a fotografia é oriunda do autor, ele a expõe e modifica como bem entende, utilizando o mundo como o seu " papel" moldando ele ao seu gosto e desgosto fazendo-o transparecer como sua mente idealiza.

Se nem a afirmação de que a reta é a menor distância entre dois pontos ainda é verdadeira nos dias de hoje :assobi:

Mas diria que a fotografia é a menor distância entre a realidade alheia e comum e a realidade individual.

já acho isso meio pseudo-filosofia.

no que exatamente agrega?

É uma discussão sobre como as pessoas percebem uma fotografia. E vc Lee, como é que a fotografia te conecta???

Essa aqui vc precisa explicar pra mim, porque estou por fora… :sunglasses:

Ok!!! Então uma fotografia é um confronto duas realidades diferentes…

Legal, então o que o fotografo faz é ficção, um recorte da realidade modificado pela imaginação do autor…

Definição de realidade, pelo dicionário do google:

realidade:
substantivo feminino

  1. qualidade ou característica do que é real.

  2. o que realmente existe; fato real; verdade.
    “seus sonhos tornaram-se r.”

  3. o conjunto das coisas e fatos reais.
    “na bebida, procura fugir da r.”

O que entendo por essa explicação é que a fotografia transporta do passado (historia) uma veracidade implícita, que se conecta com a realidade de quem a vê. Seria isso???

Explico. Por exemplo, um vôo entre dois pontos pode ter sua rota mais curta não exatamente em uma linha reta e sim indo inicialmente levemente para norte e depois sul (ou o contrário caso esteja no hemisfério sul). Isso acontece devido a curvatura da Terra.

Pode ser confronto, e também pode não ser. A minha realidade não está em confronto com a realidade comum, por exemplo, mesmo que não sejam iguais.

Para mim, nao apenas fotografia mas qualquer grande criacao, eh sobre atingir o que eh eterno. E quando eu digo isso eu nao me refiro a uma imagem que se mantem a tual ao passer de decadas, mas sim sobre a experiencia da apreciacao da criacao. Algo que te captura em um momento que vc nao esta ne aqui e nem ali, mas em todo o instante, e nos faz sentir uma sensacao de Liberdade, eternidade, atemporalidade.

E isso nao depende unicamente da obra e da educacao e transmissao do criador dela, mas tambem do observador, em estar atento aos seus sentidos e momento.

E unicamente isso. O resto para mim nao interessa. E por mais que possa soar complicado e pseudo intellectual, ou pseudo filosofia ou ou que for, eh algo extremamente simples e basico. A base de tudo e da vida.

… minha viagem na maionese… :sunglasses:

Fotografia não é realidade… é a realidade que eu vejo através da câmera e depois edito da forma que eu desejar. Mesmo as fotos jornalísticas, documentais, dependem de onde estou e de como enquadro. Uma mesma cena pode ser retratada de forma diversa por diferentes pessoas criando sensações diversas… uma realidase, várias capturas, vários pontos de vista, várias interpretações. Verdadeiras? Falsas? Para quem?

Se essa discussão fosse um trabalho acadêmico todo mundo ia tomar zero. Isso tá parecendo mais conversa de boteco.

“Pra mim fotografia é um passo entre a realidade as estrelas, porque olha como nenhuma vaca é azul e hoje é terça-feira. Dá pra ver isso nas fotos do Ansel Adams e nas composições do Bethoveen”

Meu discurso eh altamente inspirado em criticos academicos como a de John Berger. Se o discurso dele eh de boteco, nao ha discurso que nao seja.

Eu não conheço o John Berger ou o trabalho dele, infelizmente. Mas isso não diz nada pra discussão. Isso me parece um .

O professor não vai me dar nota alta numa prova onde eu escrevi um monte de coisa doida se eu disser que me inspirei em algum autor famoso. Metafísica ruim sem base na realidade é metafísica ruim não importa o renome da pessoa citada.

Eu adoro debater fotografia e arte, mas quando o papo descamba pra um espectro sem conexão com a realidade física ou a lógica eu começo a revirar meus olhos :sunglasses:

Acho que não só é fácil falar de arte/fotografia em termos quase que espirituais e religiosos – qualquer um pode falar qualquer coisa, tudo vale – mas também é algo sedutor para muita gente, pois te faz parecer “culto” ou “inteligente” ou passa a impressão do que está sendo dito é cheio de significado profundo.

Eu não quero censurar ninguém, espero que debates continuem acontecendo, mas gostaria que eles fossem mais ancorados na realidade.

Então, te peço calma amigo, e sendo sincero, não entendo porque esse tipo de discussão te incomoda a ponto de vc fazer os comentários que fez. Vc gostaria do que de proibir a gente de ter esse tipo de debate aqui neste fórum??? Olha só, tem gente que gosta de conversar sobre esses assuntos viu???

Eu acredito que pensar fotografia é bem legal sobre todos os aspectos, sei que tem gente que gosta de conversar sobre equipamentos, outros sobre técnica, sobre estética, sobre fotografia analógica, inclusive tenho amigos que são colecionadores e que se conectam à fotografia pelo prazer de colecionar de câmeras antigas, enfim, mas tbm tem gente como eu e alguns outros colegas aqui que se interessam por esse tipo de reflexão, por um pensamento mais acadêmico, mas que, de acordo com as palavras que vc escreveu ai em cima pra vc é “papo de boteco” e “sem conexão com a sua realidade”.

Olha só, te quero bem amigo, vc é bem vindo, numa boa, e pra mim tudo bem se vc não gosta desse tipo de discussão. Mas queria te pedir licença, por favor, pra deixar a gente continuar a discussão aqui, da maneira como cada um quiser.

Valeu e abraços!!!

Eu estava conversando com o bruno_sfc nosso colega aqui deste fórum, e ele trouxe uma referencia muito importante sobre esse assunto, que é o livro “REALIDADES E FICÇÕES NA TRAMA FOTOTGRÁFICA” de Boris Kossoy, um grande mestre Brasileiro, que na última parte do livro, faz reflexões sobre as possibilidades da construção de realidades, diante das representações fotográficas.

Kossoy explica que se trata de uma conexão de duas realidades, e descreve como sendo a primeira e segunda realidades e as realidades interior e exterior.

A primeira realidade, é o próprio passado (que se confunde com a realidade interior), e a realidade das escolhas e decisões tomadas pelo fotógrafo, provocado por conexão física, no instante em que a foto é tirada, a luz que é registrada pelo sensor.

Já a segunda realidade, denominada de realidade exterior, diz respeito à realidade do assunto representado na fotografia, que fora selecionado no tempo e espaço, e que esta contido nos limites bidimensionais da imagem fotográfica.

Valeu Bruno grato pela referência!!!

http://www.iar.unicamp.br/disciplinas/mm_educacao/doc/RES_Boris%20Kossoy.doc

Legal mesmo o John Berger, vou ler e assistir mais sobre ele. Vc sabe que esse assunto é recorrente, desde Walter Benjamin, muitos outros já falaram sobre isso, lembro aqui de Barthes, e inúmeros outros. Lembro tbm que esse assunto pertence à outras áreas, além do pessoal que orbita a fotografia.

To lembrando aqui, quem assistiu vai se lembrar do filme Matrix, onde “Neo” tem que fazer uma escolhas entre duas pílulas, a pílula da realidade ou a da ilusão.

Então Priscila, pra mim é super complicado entender o significado da palavra “realidade” muitas vezes eu tenho medo de usar essa palavra em várias situações, principalmente porque da mesma forma é difícil saber o que os pessoas com quem conversamos entendem por “realidade”.

Mas veja que Kossoy faz uso sem medo o termo duas realidades, uma realidade do ato fotográfico e outra realidade da representação contida na foto.

Barthes tbm explica essa questão da reconstrução de uma realidade pelo espectador no momento da apreciação da foto, realidade essa que já fica contamina pelo conhecimento e cultura do espectador.

Continuo pensado bastante sobre o assunto, uma conclusão previa, considerando somente do ponto de vista da pessoa que aprecia a foto, se trata de uma ficção contida na foto que se conecta com a realidade do espectador.

Vc acha que esse pensamento vai meio na linha do que vc falou???

Eu não desejo censurar ninguém, como disse acima. Eu não vou perseguir cada mensagem mandando a pessoa parar de escrever, nunca faria isso. Espero que o tópico seja aberto para diferentes opiniões, sejam elas a favor ou contra.

Claro que as pessoas na conversa podem ignorar o que eu disse – e eu não voltaria aqui pra ficar repetindo o que foi ignorado, a conversa continuaria no rumo original sem a minha voz dissonante – mas acho que seria uma discussão produtiva se as pessoas explicassem porque concordam ou discordam de mim, ao invés da sua atitude de “deixa a gente sozinho, sai daqui”.