galera, muito legal o debate.
bem, eu tenho 2 contribuições iniciais a fazer.
a primeira é sobre o impacto político e histórico da foto: na minha opinião, a situação dos imigrantes e refugiados é a maior crise por que passa a europa desde a segunda guerra.
aparentemente e queremos todos, a foto do menino aylan vai mudar esse panorama. apesar de forte, e de causar antes repulsa que indignação para alguns, foi 1a página dos principais jornais europeus ontem, do le monde ao the independent.
hj há um consenso nos principais editoriais do velho mundo de que urge encontrar a solução até então adiada.
o editorial que hoje estampa a 1a página do the times inglês, p.ex. ele é uma forte reação à até então confortável inação dos ingleses - longe que estão do foco de tensão. ele diz, simplesmente, “doing more”:
entendimentos iniciais entre cameron, hollande e merkel para mudar radicalmente a política de recepção e distribuição dos refugiados tb já ecoam hoje nos principais jornais europeus.
impressionante foi a reação do primeiro-ministro australiano, tony abbott, exatamente ao ser perguntado sobre a foto - dizendo, em suas palavras, que o naufrágio só prova que a europa deve “endurecer” ainda mais as fronteiras e impedir os barcos de desesperados de saírem.
como se isso fosse possível!
um débil mental. tanta gente querendo impechar a dilma, deviam voltar seu ódio contra a mente doentia desse facínora, desse brutal canalha.
sua opinião “balizada” rendeu, inclusive, um forte editorial do NY Times: http://www.nytimes.com/2015/09/03/opinion/australias-brutal-treatment-of-migrants.html
no editorial, são denunciados os métodos torpes do depto de imigração australiano contra a horde de refugiados provenientes, principalmente, da indonésia. eles vão desde intimidação da marinha com armas contra os barcos, até denúncias de maus-tratos, abusos sexuais e outras vilanias no centro de detenção bancado pelo governo australiano no meio do caminho, na ilha de nauru.
uma pena que a mente amoral de tony abbott encontre ainda eco em boa parte da direita reacionária europeia.
a família de aylan fugia dos horrores da guerra e do estado islâmico. fugiam da síria, chegaram à turquia, já em solo europeu. queriam ir à grécia e depois ao canadá, onde tinham familiares. morreram todos, à exceção do pai, no caminho.
os contrabandistas prometeram a abdullah kurdi, pai de aylan, uma lancha motorizada para a viagem da turquia para a grécia.
prometeram a lancha, mas entregaram um bote de borracha de 15 pés - que virou na primeira onda mais forte, já em alto-mar.
o que prometerão, agora, os líderes europeus?