ISO digital é fake???

ISO digital é fake???

Quem já fez a mesma foto com duas câmeras diferentes, usando a mesma lente, a mesma velocidade, a mesma abertura e o mesmo ISO, e encontrou resultados diferentes???

Então, por que isso ocorre???

Excetuando as outras duas variáveis tecnicamente iguais (abertura e velocidade), o motivo da diferença seria o fato do ISO ser uma regulagem presente em sua câmera, mas sem padrões comparáveis entre os modelos dos diversos fabricantes???

E a partir dai, todas as demais medidas que levam em consideração o ISO, como por exemplo DR ficariam comprometidas???

Pessoalmente eu penso que sim, que o ISO e suas variações não passam de uma ampliação digital do sinal recebido pelo sensor, e que não existe parâmetro comparável que possa determinar com precisão tais variações, a não ser o a observação pratica do resultado obtido pela foto.

Eu estava conversando com o Carlos sobre DR em outro tópico, e essa relação com o ISO veio a tona, e concomitantemente, aproveito para trazer tbm um vídeo recente que me provocou para abrir essa discussão.

Já teve um tópico disso sobre aps-c não ter a mesma exposição de FF.

Eu fiz 2 fotos, com FF e aps-c, usando a mesma lente e as mesmas configurações e as fotos saíram idênticas, salvo o crop.

As duas câmeras que foi feito o teste são digitais ou uma é analógica?

Não posso afirmar 100%, mas acredito que se for a mesma câmera digital de empresa bem conceituada no mercado, exista sim um padrão de regulagem do sensor para a mesma câmera.
O ISO é um sistema de auto ganho feito com filtros em CI’s comparadores. O que pode variar são os resistores por causa de tolerância e temperatura. Mas para ISO mais baixos não causariam diferenças, mas em ISOs mais altos talvez.
Mas o que compromete mesmo é a sensibilidade do sensor.

Duas câmeras digitais Canon…

Sinceramente, fora o problema do DR que varia de sensor para sensor, nunca reparei o problema.
Na verdade faço isso com certa frequência até com as Fujis e as Panasonic.
Se aconteceu, me escapou.

Então… O ISO digital é fake sim… Sabemos disso. É uma amplificação, uma multiplicação de um valor real obtido pelo sensor.
Sendo assim. O resultado vai mudar conforme TODOS os componentes incluídos nesse processamento.
Estranho isso né? Mas mesmo circuitos eletrônicos idênticos têm performances ligeiramente diferentes.
Porém, na maioria das vezes isso não é importante ou perceptível.

Vixi … >:( … assunto para MUITA discussão …
Dá uma briga das boas …

Circuitos eletronicos podem sim ter pequenas e sutis variações e são previstas essas pequenas variações. O quanto é previsto e o quanto é aceitável eu NÃO consigo supor , muito menos quantificar . Pelo fato do ISO ser uma variante deste circuito , é aceitavel haver pequenas oscilações nos resultados . Nas câmeras analogicas , NÃO havia essas variações pelo fato do ISO ser um componente mecânico de todo um sistema .

Se , se está procurando variações na casa do MILI pode - se até encontrar , mas quando se começa a procurar na casa do ANGSTRON ai será mesmo impossivel .

Concordo com sua tese … :wink:

Imaginem um sensor de uma geração anterior, que tem menor sensibilidade que um sensor atual. Como é que se pode dizer que o ISO 100 de ambos é igual???

Indo um pouco adiante, se pegarmos para comparar sensores com tecnologias diferentes, como bayer vs. xtrans vs. foveon, o resultado não será a mesma coisa.

Standard que nao é standard. :ponder:
Quanto custa uma camera?
Uma cerveja…

Aqui o cara demonstra que tirar uma foto em ISO 1600 e aumentar 2 stops na edição, é a mesma coisa que fotografar em ISO 6400.

ARTIGO:
http://www.clarkvision.com/articles/iso/

Mais adiante no mesmo artigo, ele demonstra o seguinte:

UM ISO MAIS ALTO NÃO AUMENTA A SENSIBILIDADE DO SENSOR

http://www.clarkvision.com/articles/iso/

Cara o que é chamado de ISO 100 é definido por uma norma. É uma definição e ponto final.
Mesmo nos filmes havia uma tolerância de mais ou menos 10%, e além disso a sensibilidade de um filme varia com a temperatura. Isso é fato mais do que conhecido e até muito explorado em fotografia astronomica de filme, a chamada técnica de hipersinsibilização.

O ISO 100 a principio seria ISO 100 em qualquer lugar, não tem nada a ver com o iso base do sensor. O sensor tem um iso base e os valores mais altos são feitos por amplificação do sinal combinado com o aumento da corrente de polarização.

Se o ponto de ISO 100 for calibrado direito, a princípio não deveria haver diferença. Já construí fotometros de uso especializado na área cientifica usando sensores completamente diferentes e bater ou não o ISO é simplesmente questão de fazer uma curva de calibração da maneira correta.

Pode ser que os fabricantes tenham algum outro motivo obscuro para não respeitarem isso. Pode ser a relação sinal/ruido, a faixa dinâmica ou sei lá o que. Aí o cara diz que o ponto equivalente ao ISO 80 é ISO 100 e por aí vai. Eu acho isso muito errado pois esculhamba uma coisa que se chama padrão.

Vendo o grafico ai, pode ser que eu não tenha notado a diferença porque na época que comparei eu tinha Pentax K3/K5, 5D e Pana G2. Talvez se tivesse uma K3 e uma XT2 eu tivesse notado.

Isso daí eu posso medir. Vou ver o que consigo por aqui, me deem uma ou duas semanas.

Caramba, acho que estou vacilando em alguma parte.

O ISO não altera a quantidade luz que entra na câmera, isso é fato, mas será mesmo que ele não interfere na sensibilidade a que o sensor capta essa luz.
No exemplo ele sobre 2 pontos (até ai normal), agora, se seguirmos essa teoria, isso deveria ser possível mesmo que a diferença fosse na faixa total de ISO de uma câmera.
Por exemplo, pegamos uma 1Dx, fazemos uma fotometria com ISO 204.800, e sem mexer em velocidade e abertura, baixamos o ISO para 100 e fazemos o clique, segundo o artigo, o hardware da câmera tem a capacidade de subir 12 stops e mostrar uma imagem, mesmo que cheia de ruido. E teoricamente o software do fabricante também teria que ter essa capacidade. Será?

Ou perdi algo?

Isso não é verdade absoluta.
Isso apenas acontece em sensor isoless ou na faixa isoless.

As cameras canon são famosas por não ser isoless mas elas tem uma faixa.
Exemplo, fotografar em iso 400 e aumentar na pós é diferente de fotografar em iso 800.
Mas chega num ponto de iso que o comportamento do sensor inverte, por exemplo, a partir de 1600 tanto faz aumentar na pós ou na camera.

Esse artigo mostra onde algumas cameras Canon viram isoless:

Que geralmente é diferente dos sensores Sony onde desde o iso 100 já são isoless.

A melhor analogia que encontrei para entender ISO foi o radinho FM.
Você está no carro indo para longe da antena, a onda de radio fica fraca e aumenta o ruido.
Você aumenta o volume para compensar, o sinal e o ruido aumentam junto.
Você aumentar o volume até o limite que consegue abstrair o ruido e se concentrar no som.
O radinho não tem como amplificar o sinal sonoro ou captar mais sinal ao aumentar o som.

O volume é o nosso ISO e a onda sonora a luz.

Também acho que é por ai

O ISO em uma câmera digital nada mais é do que a amplificação de um sinal obtido pelo sensor. O processador pega o sinal de entrada pequeno e calcula a amplificação com base em um algoritmo.

Vou tentar explicar de maneira simples, pois o assunto é bem mais complexo.
No caso de uma câmera digital temos um problema clássico, que é a conversão de um sinal analógico em um sinal digital. Quando fazemos essa conversão de analógico (Luz) para digital nós transformamos uma linha curva continua em degraus, pois a informação digital é formada por picos e vales (0 e 1 na linguagem mais comum).

http://s2.glbimg.com/vGECblSHjqOLSFcMW4QmgZbOWAg=/695x0/s.glbimg.com/po/tt2/f/original/2014/11/18/sinal021.jpg

O que fazemos pra melhorar essa “curva” digital é aprimorar a função que faz essa conversão, que também aumenta o processamento.
Digamos que esse sinal base convertido é o ISO 100. Para aumentarmos o ISO, ou seja, o sinal, temos que criar um circuito que gere um ganho de 2x o valor base. O problema é que o sinal base, por mais refinado que seja já apresenta lacunas de informação que quando amplificadas são tratadas por um algoritmo que gera informações “estimadas” para manter a curva. Quanto menos informação tivermos em um sensor (Luz), mais difícil fica essa estimativa, que nada mais é que nosso famoso ruído (existem diversos outros tipos de ruído, mas vamos nos ater a esse pra não complicar).
Caso alguém queira se aprofundar na teoria de verdade Ruido de uma imagem

O gráfico que o Lindsay postou mostra exatamente esse fator de menos luz, nós não temos menos luz por usarmos ISOs altos, nós usamos ISOs altos por termos menos luz, ou seja, menos informação que será amplificada de maneira diferente pelo processador. Parece óbvio, mas é possível entender erroneamente que por causa do ISO alto estamos registrando menos informação quando o correto é que aumentamos o ISO para amplificar uma informação bem pequena que estamos recebendo…
É por essa questão de amplificação que também temos variações nas cores em ISOs altíssimos.

Voltando ao tema ISO fake, cada sensor e processador tem uma arquitetura desenvolvida pelo seu fabricante em conjunto com um algoritmo próprio. Então por mais padronizada que a medida inicial seja a amplificação do sinal possui um erro embutido, que gera uma variação de sensor para sensor e principalmente de fabricante para fabricante.
Quanto as diferenças entre o ISO base, fica a critério do próprio projeto (que possui variação do valor teórico para o prático) e do parâmetro utilizado como ponto inicial (que pra cada algoritmo pode gerar uma conversão diferente do analógico para o digital).

É um assunto bem extenso, não a toa tem mestrado e doutorado voltado só para processamento de sinais.
Respondendo a pergunta do tópico, o ISO digital é uma espécie de fake sim :ok: