Hoje eu acordei com vontade de escrever um post aqui no MF. E nada melhor do que apresentar a vocês esse fodão, o Miroslav Tichy.
Tá vendo esse cara aí de cima? Ele é foda…
Miroslav Tichy nasceu em 1926 e quando adulto se tornou um cara meio marginal, considerado até mesmo, pelo governo comunista da República Tcheca, como um dissidente: ele não tava nem aí pra porra toda.
Depois de passar um tempo na prisão por motivos políticos, em 1960, Tichy começou a fotografar. Agora, livre, Tichy assumiu a sua marginalidade e largou mão de seu aspecto físico. Mas a marginalidade assumida não era só no estilo de vida, mas também em sua atividade fotográfica:
Tichy construía câmeras fotográficas com pedaços de sucata!
http://imgs.obviousmag.org/archives/uploads/2008/08052602_blog.uncovering.org_tichy.jpg
E Tichy, que era fodola, fotografava mulheres. E enchia o saco delas, perseguindo-as obsessivamente. E ele fez milhares de fotografias - todas de forma rudimentar - em conta de uma norma imposta a si mesmo: ele deveria fazer, no mínimo, 100 registros por dia.
As modelos de Tichy eram, em sua maioria, mulheres que passeavam na rua ou que tomavam sol. Algumas gostavam, outras não viam, e outras odiavam. E aí, por conta das últimas, Tichy foi proibido de frequentar a piscina pública local.
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Um puta velho safado…
Agora banido da piscina pública, Tichy deu seus pulos: construiu lentes tele! E assim assumiu seu voyeurismo:
http://pbr2010.files.wordpress.com/2010/04/miroslavtichy31.jpg
Um enquadramento ruim, sem foco, às vezes sub, às vezes superexposta. Tichy gostava do erro. Segundo o próprio, “Um erro: é isso que faz a poesia”. Os trabalhos eram guardados sem o mínimo cuidado em um quarto numa pensão barata, onde ele próprio revelava suas fotografias que posteriormente eram coladas num papel “decorado” com desenhos feitos a lápis:
http://imgs.obviousmag.org/archives/uploads/2008/08052604_blog.uncovering.org_tichy.jpg
Todo o conjunto de fotografias de Tichy expressava qualidades poéticas extraordinárias. Tichy, antes de ser preso, se formou em Artes pela Academia de Artes de Praga, e em sua juventude aderiu ao Expressionismo. O mais curioso sobre suas fotografias é que elas nunca seriam mostradas ao mundo se não fosse por um cidadão: o psiquiatra Roman Buxbaum, vizinho de Tichy, que descobriu o seu acervo nos anos 80 e o apresentou ao mundo.
Tichy ficou famoso e, em 2004, Buxbaum realizou o documentário Miroslav Tichy: Tarzan Retired.
Esse “rei safado” morreu em 2011 e deixou para nós, meros mortais, um legado inestimável!
Aqui algumas imagens, todas “furtadas” do Google:
http://www.michaelhoppengallery.com/image/1033.large.jpg
há uma linha tênue entre a genialidade e a loucura
Se procurarem na internet, acharão milhares de fotografias. Tichy foi genial.