O declínio da fotografia no Brasil?

Caros, nos últimos tempos eu tenho a impressão que a fotografia no Brasil está morrendo. Que nós, aqui no MF, somos um foco de resistência de um mercado em falimentar que cada dia mais caminha para se limitar à produção de fotos de qualidade duvidosa em uma escala quase industrial.
Além da queda brutal na qualidade dos trabalhos fotográficos, também temos assistido um grande declínio no interesse pela fotografia em todo o país. As comunidades fotográficas em português no Facebook não crescem e mesmo as maiores, ainda são menores e menos ativas do que as muitas que tínhamos na época do Orkut. A que deu origem ao MF, por exemplo, chegou a ter mais de 100mil membros. Nos fóruns vemos o mesmo desinteresse. Dos 4 grandes fóruns brasileiros da área, só sobrou o Mundo fotográfico. Este desinteresse também pode ser visto no mercado de câmeras, com declínio das lojas da Fuji e da Sony e a saída da Nikon do país.
O que sinto, inclusive vendo as postagens aqui no fórum, é que a fotografia se tornou uma grande commodity no Brasil. As pessoas estão fazendo foto por fazer e não é uma mera questão de equipamento, mas de interesse pela qualidade do que se produz, mesmo.
Aí pergunto… O que podemos fazer para mudar isso? Para trazer de volta o glamour da fotografia nacional?
Vendo o que está acontecendo, até mesmo a redução das postagens de fotos no fórum, estamos tentando aumentar a difusão das fotos de qualidade, feitas por usuários do fórum, com nossa foto do mês. Mas isso é só uma pequena gota em um oceano de problemas que a fotografia tem vivido hoje. Quem ama fotografia e pretende vê-la enquanto uma arte em progresso, tem que ligar o alerta vermelho e notar que o que estamos vivendo é um colapso da própria arte, causado por nós mesmos. Somos nós, os amantes da arte, que temos que iniciar um trabalho de revalorização da fotografia. Todo esse processo passa por uma revitalização e difusão ampla daquilo que tem qualidade. Isso envolve a produção de bons textos sobre arte e técnica fotográfica, a difusão sistemática de trabalhos fotográficos com discussões construtivas sobre os mesmos, tudo isso trazendo mais e mais fotógrafos profissionais, amadores e novatos, para se engajarem no processo.
Penso que muito da própria desvalorização da arte se deve ao corporativismo (que é comum no Brasil), associado ao medo que muitos fotógrafos tinham de que os novatos, sedentos por conhecimento, roubassem seu mercado. A postura de tentar bloquear o mercado acabou sendo o maior tiro no pé da própria área. Em nome de uma reserva de mercado, desvalorizou-se a arte que depende de novos quadros chegando, aprendendo e se apaixonando por ela a cada dia. Até para que se estabeleça uma capacidade crítica para distinguir o que é bom e o que é ruim.
Todo grande artista precisa deixar discípulos, isso ocorre desde os tempos das renascença. Se você não deixa discípulos sua arte morre contigo.
Diante do exposto, deixo aqui uma reflexão… Será que estamos fazendo a coisa certa? Será que não temos que repensar como estamos preparando as novas gerações de fotógrafo? Será que não devemos criticar menos e ensinar mais? Será não devemos atrair mais novatos e valorizá-los?
Se ainda pensamos em ter a fotografia como uma manifestação artística importante em nosso país, os indícios mostram que temos que repensar tudo o que fizemos e estamos fazendo para que ela se mantenha viva e energizada pelas próximas gerações…

Para encerrar, deixo aqui uma pergunta… O que você fez hoje, para motivar um futuro fotógrafo?

Acho que o fórum é um formato “complicado” demais pra nova geração. Meio antiquado vamos assim dizer. Igual quando as comunidades de orkut, que eram super populares na época, simplesmente acabaram (por culpa do facebook, whatsapp, instagram, etc).

O ato de abrir um PC, navegar em um fórum pra discutir diversos temas em diversos tópicos é coisa de nicho. Sempre foi. É que antes a gente não tinha tanta concorrência com outras mídias sociais além do orkut. E nem quero comparar. Já nas demais plataformas vc não consegue desenvolver nada, como tentar debater pelo whats e instagram. O papo é sempre raso, às vezes surge uns momentos de brilho mas se apaga em poucos instantes…

O mundo está cada vez mais “cada um por si”. Excelentes fotógrafos tem aos montes aqui no Brasil. Só não estão afim de participar de comunidade virtual nenhuma. Não há nada de errado pq ninguém é obrigado mas não deixa de ser triste pra quem gostaria de poder trocar idéia com esses caras.

Outra coisa é que a pessoa ta saturada de mídia social… Não tem como administrar e tbm não há tempo. É facebook, whats, instagram, twitter, snapchat (morrendo por causa do stories do instagram), telegram, etc.

Não dá. Imagina mexer tudo nisso e ainda participar em discussões mais cabreras em um fórum? Com família pra sustentar, trabalho abocanhando 8-10h em média por dia. :frowning:

Acho que muitas pessoas entraram para esses foruns simplesmente por entrar ou por curiosidade, sem tem lá muito vínculo ou afinidade com a fotografia. É natural que depois de um tempo, quem não tem isso no sangue, saia.

Outra coisa é que tudo fica muito repetitivo. As questões e assuntos debatidos são quase sempre os mesmos, o que realmente enjoa. Eu gostava muito do Esquina da Foto por ser bem menor e por dar mais enfase em coisas que eu considerava mais interessantes e não debates longuissimos sobre A x B, discussões pseudo filosoficas e afins.

Uma saida interessa para evitar ou diminuir a repetição infinita dos mesmos assuntos seria ter uma ferramenta de busca decente. É dose pra leão usar a que existe no momento, eu simplesmente não tenho paciencia e desisto.

Minha contribuição está na forma de um blog muito singelo que apresenta a informação do meu ponto de vista de uma forma muito compacta e direta, sem a menor pretensão de se tornar uma referência ou algo do tipo.

E sinto q tem uma diferença enorme pra um novato hoje e um novato há 10 anos atrás

10 anos atrás qualquer comunidade online, seja fórum ou não, servia bem pra aprender com outras pessoas, quando o mesmo não tinha amigos fotógrafos, bons contatos, livros (preguiça) e sem dinheiro pra pagar um curso ou faculdade de fotografia.

Hoje o cara aprende um monte de coisas através do youtube, sites especializados (mais bem elaborados, bonitos e completos que décadas atrás) e não depende de uma comunidade pra aprender. Caso contrário, procuram um curso de esquina pouco qualificado ao invés de aprender em alguma comunidade online com conteúdo extremamente rico (como esse).

O novato de hoje sabe mais inglês que o novato de dez anos atrás, uma vez q se popularizou e mto mais pessoas foram aprender a falar a língua estrangeira. Aí o cara se depara com 4 vezes mais conteúdo. Pra que entrar no fórum? O meu caso é força do hábito. Sempre participei desde pequeno fóruns de diversos assuntos e sempre achei melhor, mesmo em pleno 2017.

  • Se eu escrever besteiras, desconsiderem. :smiley: *

Minha humilde opinião:

  • O número de participantes ativos no fórum e até no Face caíram, mas o de inscritos nos canais de fotografia do Youtube aumentaram. Acredito que as pessoas preferem ver vídeos teóricos e práticos ao invés de ficar só na leitura.

  • Não me importo em tirar dúvidas. Participo de um grupo no Face sobre fotografias de action figures, e quase sempre coloco fotos dos bastidores. Só não respondo perguntas que tem no manual de instruções da câmera. Aí tem que largar a mão de ser preguiçoso.

  • Este fórum é um “oásis” no que diz respeito a fotografia, pois nos grupos do Facebook, a qualidade das discussões são de baixíssimo nível. Só aí dá pra se ter uma ideia sobre a preocupação do Leo Terra sobre a queda brutal da qualidade das fotos atuais.

  • A crise econômica no país tbm desestimulou o setor. Até 2014 o fórum “bombava”, principalmente a parte dos equipamentos e classificados. Hoje está parado.

Não acho razoável atrelar a ideia de declínio da fotografia como arte com a redução de engajamento em fóruns ou redes sociais.

Eu me preocuparia com esse declínio se parasse de ter exposições em museus, se parasse de ver livros em livrarias ou até mesmo se as matérias jornalísticas não fossem ilustradas com fotografias. Nada disso está acontecendo, pelo contrário.

No Instagram mesmo pipocam projetos autorais dignos de corredores de galerias. E isso está acessível de uma forma jamais vista. Posso estar enganado, mas em fóruns e grupos de Facebook o que vemos geralmente é a produção de clichês ou discussões de técnica. Salvo raríssimas exceções, os profissionais que estão fazendo diferença na fotografia-arte não estão aqui.

Mas concordo que seria realmente enriquecedor tentar transformar um espaço onde normalmente se encontram “fotógrafos médios” e tentar estimular assuntos mais artísticos. Quem sabe por aqui também teríamos fazedores de arte?

Bem pertinente a reflexão e os comentários, que trouxeram à tona realidades com as quais nos deparamos mas na correria nem paramos pra pensar direito. Mas eu acho que a fotografia só cresce, talvez não a sua qualidade na mesma proporção, mas…

Acho que tudo é consequencia da globalização da informação e do modo como as novas gerações absorvem as coisas, um modo sempre superficial ao meu ver, em relação a tudo, tudo importa, nada importa a fundo, ai vemos uma ampla superfície de conhecimento, ampla porém rasa, muita mesmice, tudo meio pronto, meio bom, meio explicado, meio ensinado, e no fim, meio aprendido. Então essa meia compreensão vai sendo usada para produzir muitas vezes sem verdadeiro conhecimento de causa sobre o que se deseja.

Ainda temos o agravante do imediatismo, o tudo meio pronto está tbm contido nos equipamentos que proporcionam atitudes meio impensadas, inconsequentes, e porque não, vazias. A pressa: o de a poucos segundos já foi, há algo novo a cada segundo, os 15 minutos de fama viraram 15 segundos, tudo é superficial, há muita informação, muito de tudo, e dessa forma sentimo-nos saturados, esgotados, confusos.

Eu, um ilustre desconhecido, apenas sigo com a minha fotografia, faço o que faço porque é a minha vida, independente de isso influenciar ou não outras pessoas. Mando a minha mensagem, se é certo, se é bom, se tem qualidade, não sei.

Ótima reflexão Leo.

Não tenho capacidade pra responder no mesmo nível, mas posso dar minha opinião humilde sobre o que me fez diminuir a atividade fotográfica nos últimos anos.

Eu fotografava profissional e amadoramente, tinha um grande grupo de amigos que se encontravam frequentemente para fotografar, em Curitiba, em viagens, etc.

Minha fotografia profissional diminuiu muito em volume. Os valores pagos pelo trabalho caíram pra 1/3 do que eu conseguia praticar antes de 2014, eu teria que trabalhar com volume pra viver disso. Como minha atividade como publicitário e designer gráfico rende muito mais para o meu sustento, resolvi não abaixar os valores de fotografia publicitária como o mercado pediu e os trabalhos diminuíram mesmo. Meu estúdio fica fechado boa parte do mês, uso ele umas 2 ou 3 vezes em um mês. Pra vc ter uma idéia, uma grande fabricante de maquinário industrial, líder mundial de mercado, me consultou para fotografar uma séria de peças grandes, de 200 a 500 kg cada, tendo que montar o estúdio dentro da fábrica. Comecei pedindo, como de costume, cerca de 500 reais a foto, baixei para 300, 200, 100… Nada adiantou, eles conseguiram fechar por 18 reais a foto. Não é mentira, DEZOITO REAIS. E sabe o que é mais assustador? As fotos ficaram excelentes, o profissional era muito competente e provavelmente foi obrigado a se submeter a estes valores pra sobreviver. Não posso julgar, em um momento de crise. Além disso, os mecanismos automáticos de fornecimento de fotografias como bancos de imagem evoluíram e se tornaram acessíveis, tirando mais mercado ainda. Mas isso é só o lado da fotografia comercial, que está em declínio no mundo todo, acredito eu, ainda mais em países em crise econômica.

Sobre a fotografia amadora, esta mais atuante nos fóruns e mais importante até na vida das pessoas, não sei ao certo porque está sendo abandonada. Nosso grupo parou de se encontrar por medo de assaltos, foram vários incidentes, a insegurança nos prende em casa, nos tira a liberdade. Eu tenho fotografado muito mais em viagens ao exterior do que em Curitiba, onde realmente morro de medo de sair com equipamento. Não sei até que ponto essa insegurança geral nas pessoas pode impactar na fotografia como um hobby, no meu caso, sem dúvidas.

Acho que o declínio é porque as pessoas preferem discutir sobre qual a melhor câmera em vez de estudar e treinar para melhorar a própria competência.

Lee o ponto é que não é o fórum que está declinando, é a fotografia como um todo. Mesmo os grupos de facebook são pequenos perto do que foram os grupos do Orkut, por exemplo. Na época do Orkut era comum grupos de fotografia com centenas de milhares de pessoas (havia ao menos 8 grupos com mais de 100mil usuários). Hoje o maior que temos está na casa de 161mil pessoas. Os demais possuem menos pessoas do que temos cadastrados no MF.
Para vc ter uma idéia, eu tenho um grupo de facebook com 10mil membros para discutir a raça Husky Siberiano. Este grupo só é superado por 7 grupos de fotografia em Português. Ou seja, uma raça rara de cachorro consegue atrair mais gente do que muitos grupos genéricos de fotografia que é uma grande área.
O declínio nas lojas e sites especializados em português também é notável. As discussões estão mais pobres, o número de interessados na área caindo dramaticamente. Antigamente você encontrava gente para todo lado querendo ser fotógrafo. Hoje quase não se escuta mais falar nisso. O número de pessoas com boas câmeras em viagens etc também caiu. Lembro em 2013, quando estive em Noronha, que todos tinha uma câmera ao menos razoável. Esse ano estive por lá e o que notei é que a maioria tirava uma ou outra selfie com celular e boa…
Não sinto que é um problema apenas de plataforma, porque ao que parece todas as plataformas estão concentrando menos interessados na área. Me cheira mais a um esgotamento da própria área. Veja os sites e fóruns que discutem smartphones, por exemplo, que você verá que eles estão indo bem, pois o tema desperta interesse.

Então, mas a ferramenta anterior era menos eficaz do que a que usamos hoje e ainda demandava uma insanidade de recursos do servidor. Qual seria a sugestão?
E como isso tornaria a arte fotográfica, em si, mais atrativa?
Porque não adianta termos uma grande ferramenta de busca e as pessoas continuarem se desinteressando pela fotografia.

Sou professor de fotografia há pelo menos 5 anos. Nesses últimos anos (2 anos) o número de inscritos nos cursos de fotografia em todos os níveis nunca esteve tão alto. Fechamos pelo menos 6 turmas de 30 alunos todos os bimestres. Motivo disso, são várias hipóteses.

  1. Crise financeira- a procura por cursos de fotografia pode estar relacionada com o desemprego ou busca por algo independente, tendo em vista que, o trabalho com carteira assinada está mais difícil. Dessa forma, o que pode atrair esse número de matrículas pode ser a necessidade e não o aprimoramento profissional ou paixão pela arte.
  2. Segunda fonte de renda. Vários alunos buscam os cursos para agregar renda, tornando a fotografia como um bico. Possuem seu emprego oficial e fazem bicos aos fins de semana para complementar a renda.
  3. Aprimoramento profissional. Poucos alunos que procuram os cursos buscam melhorar seu conhecimento. Recebo inúmeros “profissionais” que não tem base teórica nenhuma. Fotografam em JPEG direto, não tratam as fotos, não sabem o que é composição, não conhecem regras, história fotográfica, não possuem referências, não conhecem grandes fotógrafos nacionais e quem dirá internacionais.
    Esses, quando entram nos cursos mudam sua maneira de fotografar e, melhoram muito seu produto final.
    Enfim, o que vejo nos últimos anos é que, apesar do número de alunos e interessados em fotografia ter aumentado, a qualidade dos profissionais está em queda. A fotografia está muito superficial. Na época do filme, a fotografia era mais pensada, imaginada, inspirada. Talvez a facilidade do digital tenha deixado essa preocupação do pensar, compor, imaginar, criar de lado. Isso vem acontecendo creio que em todas as áreas, apesar do grande volume de informações disponíveis por aí, em qualquer mídia, as pessoas estão imediatistas e superficiais.
    Pode ser que a diminuição da atividade em fóruns tenha caído por:
  4. Instagram, Flickr, Facebook são mais rápidos e tem uma visualização melhor. As pessoas imediatistas querem likes e elogios, não críticas.
  5. A maioria não possue conhecimento para discutir em fóruns. Não entendem de composição, de tratamento, de técnica fotográfica, o que discutimos em fóruns.
  6. Até tentam postar uma foto em fóruns, porém, quando vem a crítica, que é o grande benefício do fórum, não vêem como oportunidade para aprender e simplesmente perdem o interesse.

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Concordo. O fórum é mais profundo em termos de discussão. Mas isso sempre foi característica dos fóruns. Não penso que no passado era diferente neste sentido. Eu uso youtube e sites para aprender sobre outras áreas há tempos. Mas sempre mantive o fórum como um canal para discussões. Pois nele a comunicação ocorre nos dois sentidos. E essa demanda por comunicação nos dois sentidos existe. Vejo isso pelo meu canal no youtube, onde muita gente tenta tirar dúvidas por lá, como se fosse um fórum.
Mas isso não sana a questão da queda do interesse pela fotografia. Ao que me parece, todo aquele ímpeto trazido pelo digital, tem se esvaziado. Estamos voltando a ter uma área de nicho e não uma área popular, como tínhamos antes.

Acho que vc pegou o espírito da minha preocupação. O que percebo é exatamente isso. Em 2004, quando o fórum começou, havia o Orkut e o nível das discussões era absurdamente raso. Nos primórdios do fórum não era diferente. O nível era bem baixo. Aí veio o boom, especialmente a partir de 2007. Todos os fóruns bobaram, as comunidades bombavam e o nível subiu muuuuito das discussões. Mas de 2014 para cá a coisa voltou a esfriar em todos os locais. O nível das discussões voltaram a cair novamente. Não se tem mais discussões profundas em nenhum tópico da área. Não vejo mais boas discussões sobre arte, sobre técnica, até mesmo sobre câmera. Vejo as discussões de hoje nos grupos de FB, parece um retorno a 2004, quando ninguém entendia muito do assunto e estava todo mundo engatinhando na era digital.
Me sinto como se estivesse vivendo o movimento da Terra Plana na fotografia. Rs.

Esse é um ponto interessante. Como professor universitário eu sinto isso na pele. Estamos formando uma geração rasa em vários aspectos do conhecimento. São incapazes de refletir e construir algo. :confused:
Eu penso todos os dias em como mudar isso na área de economia e gestão, mas não tinha pensado em como isso pode ter reflexo na fotografia e em sua profundidade.

Isso é uma realidade geral que tem relação com a própria queda da demanda e o fato da fotografia ser supérflua. Em momentos de crise a demanda cai drasticamente. Pode sim ser um fator inibidor para a atividade comercial na fotografia que vai afetar especialmente aqueles que não possuem alternativas, além da fotografia. Mas isso não deveria ter impacto sobre quem faz fotografia por paixão.
Eu, por um acaso do destino, deixei a fotografia profissional há algum tempo. Mas ainda fotografo e busco aprender sobre a arte. Até mesmo para fotografar com celular (hoje meu objetivo é entender os limites e a potencialidade artística de meu smartphone). Mas nem isso percebo nas gerações atuais. Tudo se resume a um filtro e o resto não importa… :frowning:

Bacana a questão levantada, Leo. Ótimo o nível dos comentários que me antecederam :ok:

Na minha opinião, a facilidade em fotografar com celulares cada vez melhores, o acesso (basta pegar no bolso, apontar e shot), a liberdade de tirar ‘x’ fotos descompromissadas sem custo algum… Lembrando que 2007 ~2010 a qualidade fotográfica desses aparelhos era questionável e o número de usuários bem menor.

há alguns anos o acesso a esse tipo de conteúdo era mais na mídia escrita. Hoje a popularização dos vídeos youtube e outros meios tornou muito simples você conhecer os princípios básicos da fotografia, ajustes, tipos de câmeras e técnicas fotográficas. E é justamente essa mídia imediata que muitos procuram. Ao invés de entrar em comunidades onde a informação desejada demanda bastante leitura, a pessoa digita o que procura no youtube e vários criadores de conteúdo estão a seu dispor.

Porém, hoje temos uma facilidade enorme em registrar nosso cotidiano. Até os meus 12 anos tenho apenas meia dúzia de fotos, enquanto que meu filho deve ter 1000 vezes mais do que isso.

Sobre a fotografia profissional (que não é o meu caso), vejo que o próprio mercado se ajusta. Aqui na minha cidade deve ter uns 30 fotógrafos (a maioria fruto do boom de 2013, 14), só que apenas desses 4 ou 5 são contratados para os melhores eventos, casamentos, etc. Os demais, ficam com as sobras. Aliás, é o que ocorre na maioria das áreas onde os melhores dominam e os outros vão se canibalizando.

Agora sobre alternativas… Continuar investindo na qualidade de conteúdo, facilidade de acesso e incentivo à arte fotográfica. Mas lógico que isso é muito genérico. só o tempo dirá

É isso mesmo. O hype acabou, passou. Câmera dedicada vai virar artigo de nicho, para fotografia profissional. Mas a fotografia como arte continua forte. Só que o interesse massificado em discutir fotografia ficou pra trás. Não tem o que fazer, segue o jogo!

Eu concordo com um pouco que cada um falou.

Eu acredito que os fóruns sempre continuarão existindo mas com número de usuários menores. Principalmente, quando o assunto é opinião de equipamentos, lentes e algumas técnicas pois hoje é muito fácil você ter essa informação formatada no YouTube que é muito mais agradável para receber informação do que ler.
Claro que falta no Facebook e no YouTube esse ambiente de discussão que é formatado para um fórum.

Sobre a qualidade fotográfica ter caído isso está atrelado à acessibilidade muito mais fácil para equipamentos e conhecimento por meio de fóruns, youtube, workshops, etc… versus a situação econômica do país que tem prostituídos os valores da fotografia. Ainda existem e existirão excepcionais profissionais que já tem seu nome e clientela formado mas para boa parte dos fotógrafos profissionais eles tem que concorrer com pessoas que fazem infantis por 200 reais, casamentos completos por 1.000 reais ou ensaios por 50 reais.

Eu acho que as pessoas não perderam o gosto pela fotografia, pelo contrário, elas tem cada vez mais acesso a tirar fotos por conta da evolução dos celulares que nas última geração consegue fazer muita coisa que uma DSLR faz e ainda substituiu completamente as compactas. O problema é que as pessoas comuns estão focadas nas fotos para rede social onde o que importa é o assunto da foto e não a técnica e composição. Basta olhar os instagrans de pessoas comuns.

Mas uma bela fotografia continuará sendo arte por muito tempo, independente se foi feita com iPhone ou com médio formato.

A questão é muito de ponto de vista, toda massificação, gera banalização. Desde a transição da era analógica para a era digital e agora com a era das fotos fast food feitas através das câmeras de celular além da questão da web, a fotografia vem se tornando cada vez mais acessível, porém esse número que cresceu de forma totalmente assustadora, não foi acompanhado pela formação desses indivíduos. O problema é que com isso, a proporção de fotógrafos profissionais e amadores (hobystas), está ficando estatisticamente reduzido em relação aos apertadores de botão ou de tela, e isso que gera essa disparidade. Qualquer pessoa que porte uma câmera ou celular pode se intitular fotógrafo e entrar nessas estatísticas. Eu vejo essas pessoas como fotógrafos em potencial, mas infelizmente nossa sociedade não foi formada com uma boa base de ensino de artes nas escolas o que poderia ajudar na valorização e no entendimento, além de estimular a essas pessoas estudarem e discutirem fotografia.

Sem querer desmerecer o fórum (não teria nenhum motivo pra isso), mas eu fotografo porque eu gosto de fotografar e postar na parede da minha casa. O fórum vem como uma opinião extra. Acho que, quanto mais as pessoas olham pra telinhas, menos têm olhos pra coisas maiores, e que tomam tempo. Não creio que este declínio seja só no Brasil. É mais acentuado por causa da crise recente (e ainda presente), por causa do declínio da educação em geral, por causa da proliferação de celulares. Mas ainda assim, em todo o mundo a fotografia como formalidade vem diminuindo.

Sinceramente, acho que não há muito que se possa fazer além de fotografar e pendurar foto na parede. Com sorte, alguma visita vai ver, achar legal e se perguntar “como essa pessoa fez essa foto, e porque eu não consigo?”.

Outro ponto também é que atualmente a grande maioria das pessoas que fotografam usam celulares, e o ambiente natural dessas pessoas acaba sendo o Instagram ou o Facebook.

Hype por hype, hoje em dia qualquer um se auto denomina fotógrafo, chefe de cozinha, critico de arte, enólogo ou mesmo o ridículo rótulo de “formador de opinião”. Essa turma não frequenta fóruns. Como já disseram aqui, o importante para elas são os likes e a visibilidade, uma proposta muito diferente da dos foruns.

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