Pictus;
Fotografia tem na sua relação com o referente seu ponto de apoio, sua essência. Quando cropamos, a menos que este crop seja planejado dentro de uma determinada finalidade, caso da fotografia utilitária, etc, estamos NEGANDO O REFERENTE. Estamos negando o momento trnscendental da fotografia, o momento da captura, e a estamos trasnformando em ilustração, a estamos transformando em IMAGEM. Fotografia é uma coisa específica que tem no momento da captura seu climax. Eu não posso negar a captura sem afastar-me do cerne do conceito.
Mas, relativizando, não vejo isso como uma restrição absoluta. Há um milhão de intenções a seerem perseguidas com a fotografia, e não dá para colocar limites precisos. Mas, veja, no meu caso em que a composição é o cerne da minha busca, cropar é reconhecer que fali ao compor.
Veja, no seu sentido mais cru, fotografia é aquilo que pode ser feito em cromo ou em polaroide. Clicou, está definido e determinado o resultado. É esse momento meditativo no qual o fotógrafo deve ser uma máquina de interpretar o mundo e transcrev~e-lo de tal forma exata que se estiver com um rolo de cromo na câmera o resultado esteja pronto na revelação E6 padronizada.
O fato da fotografia digital não ter revelação padronizada obriga a alguma intervenção, mas essa intervenção tem de ser um aperfeiçoamento da foto, um desenvolvimento, como os americanos chamam revelação. A intervenção não pode ser uma negação da captura, o que acontece quendo inventamos uma foto dentro da outra.
Pelo menos, é assim que pretendo seguir.
Quanto às mudanças de ponto de vista, elas existem, e de fato jatualmente estou usando novamente polarizador, mas o polarizador não nega a captura, ele é apenas mais um elemento dela.