Por que não gosto de crop

Exatamente, Bruno. Quando a composição se torna uma ação fundamental na nossa fotografia, adquirimos fobia de cropar. E também claríssimo que se queremos fotografar algo e esse algo é o que importa, não tem importância nenhuma cropar depois.

Esse aliás é o sentido deste tópico. Eu aprendi, por não ter visto na hora e depois sofrido com isso, que as sombras do capim fazem lindos desenhos, e que a terra erodida pelas chuvas faz lindas texturas e tons, e o sentimento de ter hoje reconhecido não ter visto isso completamente é o preço que estou pagando para fixar na minha mente essas orientações, e no futuro praticá-las na captura.

O Ivan não exergou o que ele queria no momento que fotografou, mas ele exergou depois e neesse momento ele fotografou novamente, mas sem camera fotografica. É minha opnião...

É… mas fotografia se faz com câmera fotográfica, do contrário bastaria recortar qualquer imagem encontrada numa revista, tirar dela uma parte e fazer disso uma obra. Temos de enxergar é no momento da captura. Isso é que nos faz evoluir como fotógrafos.

“Cropar” uma foto por não achá-la boa é auto-engano pois não foi uma fotografia que você fez. Fotos são feitas com a câmera, olhar, percepção, sentimento.

O crop até é justificável caso o fotógrafo já tenha isso em mente antes mesmo de fazer o click. Por exemplo, quando uma aproximação maior não é possível então você já faz o enquadramento pensando no crop que terá que fazer posteriormente.
É muito diferente do que o que aconteceu com o Ivan: como ele disse, a INTENÇÃO foi mostrar a bifurcação e só depois, já em casa, que ele percebeu as sombras em fiapos e a imagem que perdeu.

Abraços

Dogmas do passado…
“O sol gira em torno da Terra, que inclusive é o centro do universo…”

Não são dogmas do passado, Pictus. São demarcações de uma prática. Fotografia… Escrita com luz. Escrevemos com luz na captura, não depois.

Isso em nada desvaloriza desenvolimentos gráficos e ilustrativos a partir da fotografia, nem desvaloriza um tranalho de construção de imagens a partir de fragmentos, mas é preciso entender que esses trabalhos estarão nas bordas do conceito fotografia, e que este terá seu cerne naquela simples equação: um homem, uma câmera, o mundo.

O momento da captura é o climax da fotografia, pois é nele que se realiza a escrita com luz.

Que bom que não estamos em 1500!
Ou ia ser fogueira na certa…
:risada2:

Belas palavras Ivan :clap:

Aqui no fórum mesmo acho que é proibido cropar nos concursos não é?

To vendo que no futuro, quando as câmeras terão lentes líquidas de 5000 MP, na verdade os fotógrafos serão bons cropadores, e não bons fotógrafos (fui longe agora…)

Abraços,


Vendo por esse lado eu tenho que dar a razão pra vocês :thmbup:

Que bom que não estamos em 1500! Ou ia ser fogueira na certa... :risada2:
Não é caso para a fogueira. Acho que umas chibatadas já resolvem, além de prisão por uns anos para ter tempo de mudar de idéia... :laughing: :laughing: :laughing:

Hauhauhahahauahu

Não faz sentido proibir crop em concurso, a não ser que limitem
os milímetros obrigando a todos fotografarem em digamos 50 mm…

Se não pode crop, tb não pode zoom…

Acho que vc trocou as bolas por assim dizer, Pictus.

Sob o ponto de vista puramente fotográfico e da linguagem, se entendi o que o Ivan quis dizer ao longo do tópico, uma lente zoom não interferiria, antes seria parte do momento decisivo, ao compor a foto.

Por outro lado o crop descaracteriza a composição mostrando que houve falha do fotógrafo no instante de pensar a foto.

Quanto aos concursos é outra história, pq realmente é complexo separar fotos de imagens a menos que se limitasse o comprimento focal à lentes fixas ou houvesse total controle do comprimento focal no EXIF em caso de permitir uso de zoom.

Concordo com esse ponto de vista do Ivan. Se vc fotografa um lago e depois percebe que descobriu um monstro, pode até cropar isso para fins de uso da imagem, mas dizer que fotografou o monstro do Lock Ness é forçar a barra, isso é no máximo sorte, mas não fotografia.

Como leitura suplementar seria interessante o “martelo das bruxas”, o manual dos inquisidores, ao menos vc se salva da fogueira.

:laughing:

Exatamente, Gustavo. Uma composição sempre refere-se á possibilidade de definir exatamente, no momento da captura, o que fará parte da fotografia ou não. Esse é o ato de compor FOTOGRAFICAMENTE.

Posteriormente é possível recompor, mas aí já não estamos escrevendo com luz, mas praticando uma modalidade de arte visual não-fotográfica.

A fotografia se torna sutilmente um insumo para o segundo caso, e não seu fim precípuo.

Quanto à inquisição, não acho ser o caso. Acho que todas as práticas são livres, e bons resultados em qualquer delas devem ser notados. Somente que se o objetivo da pessoa é desenvolver-se COMO FOTÓGRAFO ele deve dar a máxima atenção à relação fotógrafo-cãmera-amebiente, e evitar as práticas que enfraquecem essa relação fundamental, como o crop.

Agora que eu estava gostando da idéia da fogueira.

:mf_w00t2:

Agora que eu estava gostando da idéia da fogueira.

:mf_w00t2:


Bem, para o Pictus, talvez só fogueira mesmo -risos

http://img113.imageshack.us/img113/2282/pictusfirenc8.gif

Exatamente, Bruno. Quando a composição se torna uma ação fundamental na nossa fotografia, adquirimos fobia de cropar. E também claríssimo que se queremos fotografar algo e esse algo é o que importa, não tem importância nenhuma cropar depois.

Esse aliás é o sentido deste tópico. Eu aprendi, por não ter visto na hora e depois sofrido com isso, que as sombras do capim fazem lindos desenhos, e que a terra erodida pelas chuvas faz lindas texturas e tons, e o sentimento de ter hoje reconhecido não ter visto isso completamente é o preço que estou pagando para fixar na minha mente essas orientações, e no futuro praticá-las na captura.


é interessante e concordo com o ponto de vista de vcs, mas em vários casos eu já componho na câmera sabendo que vou cropar e onde, por opção mesmo.

Não vejo o crop como o fim do mundo e nem como uma maneira de enganar aos demais e arrumar as composições, mas sim como um recurso, onde vc pode sim, intencionalmente deixar partes na imagem que vc sabe que vão ser cortadas.

Acho que a questão é justamente fazer a coisa de modo pensado. usando ou não crop,filtros ou quaisquer outros recursos.

Tudo bem que pra mim, a fotografia é uma forma de expressão artística como outra qualquer e vejo a mensagem como algo acima do instrumento, então se vc tem uma idéia, pensa nela e vai executá-la, vejo que todos os recursos conhecidos são válido para tanto. E se o recurso principal para a obtenção da mensagem for a fotografia, então chamo de fotografia, se for o PS arte gráfica, e por ai vai.

Agora é claro que entendo perfeitamente alguns que preferem em seu conceito artístico definir padrões técnicos e estéticos rígidos que estarão acima da mensagem, é apenas uma opção diferente de se chegar ao mesmo resultado e pra mim, ambas são válidas

Ivan, antes de opinar, li as respostas dos amigos e concluí que quem valoriza a composição, a leitura pré-click, abomina o crop.
Não lembro se foi Bressan ou Adams que sugeriam o uso de um cartão recortado para exercitar a composição, mesmo sem fotografar, apenas para o exercicio dos olhos.
Isso corrobora sua indignação ao crop, pois realmente não foi uma foto concebida inicialmente, e sim fruto de uma segunda prática: a constatação.
Para que voce se sinta bem, não é preciso a chibata mas que tal uma volta ao local?

Mais ou menos na mesma hora, no mesmo angulo de visão, quem sabe dê para exorcizar este demonio?

Abraços

Paulinho Cé

Para que voce se sinta bem, não é preciso a chibata mas que tal uma volta ao local?

Mais ou menos na mesma hora, no mesmo angulo de visão,

Acho que você entendeu perfeitamente o ponto.

Infelizmente é meio complicado voltar ao local, pois São Pedro fica a 3 horas da minha casa, e esse lugar mais uns 40 minutos de minha casa lá. Além disso é um lugar onde a luz default é de abóbada encoberta, luz difusa, e nada garante que ao voltar lá encontre a plantação no mesmo ponto, etc. O importante, Paulo, e creio que isso eu já consegui, foi que a constatação alertou meu olhar para determinadas configurações, e passarei a procurar por elas, não necessáriamente ali mas em tantas estradaa e ladeiras da região e em tantas sombras de vegetação.

Concordo com vc´s.
Mas se o fotográfo não estiver com a lente correta para conseguir determinado enquadramento, e clicar a foto de maneira ja sabendo que vai cropar e o que vai cropar,a percepção é ainda pré-clique…

abs

“Ninguém entra no msmo rio duas vezes; na segunda vez, já não é o mesmo homem nem o mesmo rio”.

Quando o Ivan voltar novamente para o local da foto para recuperar o “momento não percebido” já não será a mesma coisa: os sulcos da terra estarão diferentes, gramas estarão diferentes, a Terra em relação ao sol estará diferente… em suma já não é o mesmo local, nem mesmo momento. Será uma outra foto e por um fotografo já diferente com o olhar diferente.

Mesmo sendo crucificado o crop tem (ou teve) sua utilidade: ver a mesma foto de forma diferente, exercitar o olhar, ver o que não se viu antes. Para os menos “puritanos” como eu, uma forma de salvar ou dar uma melhorada na foto.

Confesso que quando fotografo com as máquinas de filme a preocupação com os detalhes é muito maior e cada click é muito mais carregado de tensão.

Admiro essa busca pela perfeição e pelo estado mais “puro” da arte de fotografar.

Ivan, antes de opinar, li as respostas dos amigos e concluí que quem valoriza a composição, a leitura pré-click, abomina o crop. Não lembro se foi Bressan ou Adams que sugeriam o uso de um cartão recortado para exercitar a composição, mesmo sem fotografar, apenas para o exercicio dos olhos. Isso corrobora sua indignação ao crop, pois realmente não foi uma foto concebida inicialmente, e sim fruto de uma segunda prática: a constatação.

Estou gostando bastante deste tópico.

Não sei se Bressan tb sugeriu algo do genero, mas o Adams sugere o uso do cartão recortado no livro: A Câmera (que inclusive estou lendo no momento).

A princípio qdo começei a ler o tópico tinha uma certa inclinação a achar um certo radicalismo em relação ao não-crop. Mas depois de ler o restante do tópico concordo com o Ivan.

Uma composição sempre refere-se á possibilidade de definir exatamente, no momento da captura, o que fará parte da fotografia ou não. Esse é o ato de compor FOTOGRAFICAMENTE.

Acho que a questão remete aos conceitos básicos de fotografia.

Mas aprendemos com nossos erros. Depois do exemplo que vc deu, passarei a prestar mais atenção no cenário a ser fotografado p/ “tentar” minimizar essa possibilidade de erro.

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