Pra que me preocupar com a câmera e a captura se eu tenho a edição???

Pensamento:

"Não preciso de uma super câmera com um sensor moderno e eficiente, pq os sftws são tão modernos que na edição eu tenho possibilidade de exagerar e modificar praticamente qualquer coisa deixando a foto do jeito que que nenhuma câmera consegue, e com uma cara estética mais próxima daquilo que eu acho bom.

Ou seja, não existe foto com acabamento perfeito sem um bom trabalho de edição.

Então pra que me preocupar com a eficiência do equipamento, ou com alguns detalhes no momento da captura se tudo isso pode ser facilmente e melhor resolvido na edição???"

Editado:
Como nas primeiras respostas alguns colegas já alertaram, então vamos restringir à equipamentos que fotografam em RAW.

Então não seria uma foto sim uma pintura digital…

Enviado de meu XT1058 usando Tapatalk

Acho que o título de seu tópico não acompanha a descrição do mesmo:

Uma boa captura sempre será importante independente do equipamento;

Um equipamento modesto nas mãos de quem conhece e sabe operar pode ser 100% do caminho para uma ótima fotografia;

A edição tende a ser mínima quando se sabe apertar o botão.

Independente disso, saber usar a luz e extrair o máximo dela, são sem dúvida alguma a diferenciação entre bons e péssimos fotógrafos. Eu me considero péssimo, pois não domino a luz ainda.

Digital sempre precisou do acabamento, nada sai PRONTO da maquina,
porem quando mais proximo do buscado sai da maquina, menos tempo de computador se ocupa depois.
Tudo mudou muito, e continua mudando, distante esta a epoca dos E-6, que nao permitiam mudar NADA!!! :ok:

Acho que sim, me ajuda a melhorar o titulo…

Sim, mas não existe um certo purismo ai??? Qual seria o problema de se modificar tudo na edição???

Existe um grande perigo e uma linha bem tênue entre uma boa captura e uma boa manipulação da imagem.

Perde-se a essência de ser fotógrafo se a idéia é utilizar um equipamento qualquer que seja sem a preocupação e cuidado, aliás respeito, com a teoria, a técnica e a arte que deve estar presente em cada fotografia.

Se a idéia é transformar uma imagem quase que sem limites rumo a perfeição… então isso é manipulação seja de uma imagem vinda de uma câmera ou de qualquer outra fonte. Não é mais fotografia.

A fotografia tem o encanto de congelar de extrair do movimento uma cena da vida. Uma cena que dentro de sua beleza e perfeição irá ter também alguma imperfeição. Fotografia deve ser arte. E manipulação deve ser à parte.

Pensamento:

Da para tocar Brahms ou Chopin usando um bom teclado e um acompanhamento eletrônico de fundo gravado? Da muito bem!!!
Mas nunca será um concerto de fato ao som do piano e a orquestra ao vivo que traduzem a arte musical de forma genuína.

Enviado de meu SM-A710M usando Tapatalk

Não vejo como purismo ou qualquer coisa do tipo, não vejo problemas em editar e modificar a foto, mas existe algumas edições que simplesmente descaracterizam a imagem, Nesse ponto perde o sentido da foto.

Enviado de meu XT1058 usando Tapatalk

Interessante esse tópico, eu sempre ajusto alguma coisa na pós, tiro alguma coisa, uso luminância, saturo cores (eu gosto), etc… porém eu fico impressionado com aqueles que aceitam sua fotografia como ela é, como ela sai da câmera… com seus detalhes, “defeitos” e acabamento, quando a pessoa planeja e curte aquilo que conseguiu. Claro que se a pessoa quer alterar profundamente sua foto, ela é livre para fazer como quiser, não há regra nesse sentido, mas vamos acabar caindo na discussão sobre se é fotografia ou não… :assobi:

http://www.queimandofilme.com/2012/06/05/esquece-nao-existe-fotografia-sem-manipulacao-relaxa-e-aproveita/

Tudo vai depender muito de o que vc busca, o que considera satisfatório.

Vamos partir da premissa da maioria das pessoas, que busca a imagem melhor possível, o que engloba tamanho, qualidade, latitude ou alcance dinâmico-informações e características base feitas de maneira correta ( foco, congelamento ou arrasto, DOF ).

Tirando o tamanho ( que ai vai depender mesmo da capacidade do equipamento gerar arquivos maiores - o que nem sempre significa qualidade maior ) e a capacidade do sensor em captar maiores detalhes, o resto está diretamente ligado a execução: se foi na velocidade certa ( ou então simplificando, a exposição certa ), com o foco no lugar certo, com a DOF certa, tudo detalhes que ao meu ver vc não vai conseguir resolver em uma pós, pelo menos não ao ponto de sanar totalmente o problema, se houver.

Foto tremida, não tem conserto efetivo.
Foto fora de foco não tem conserto efetivo.
Foto estourada ou muito sub, com falta considerável de informação em alguns pontos ( escuros e/ou claros ) tbm não tem muito o que fazer para resolver. Com ruído acentuado, mesma coisa.

Então essa história de “eu resolvo na pós” para mim é o maior engano, e com certeza o resultado apresentado, mesmo que para o cidadão que o fez, ache que funcionou, será bem aquém do que um resultado de uma foto bem executada.

Como dito, quanto melhor a captura, menos se precisa tratar. Isso é fato.
A não ser que realmente se passe para uma arte digital onde se substitui os elementos originais, ai ao meu ver tbm acho que não é mais fotografia.

Lindsay, vou falar com base nas edições que eu faço.

Como muitos sabem, nos últimos tempos tenho pesado a mão na edição, sem dó, as edições que faço hoje, vim aprendendo com o tempo, na base da tentativa e erro, e esse tempo me mostrou que o equipamento faz muita diferença, muita gente vai discordar, eu mesmo discordaria disso a algum tempo atrás, mas me vi obrigado a comprar uma FF após fazer testes com uma D610 emprestada de um amigo, e realmente a diferença na pós entre as imagens de uma FF e de uma CROP é abismal. Se você faz edições básicas não verá quase diferença (eu não via), mas se partir para uma edição mais elaborada as diferenças gritam. Eu estou louco para testar uma D810, mas tenho até medo.

Mas veja, eu estou me referindo ao meu método de edição, tenho muito que evoluir nele ainda, e minha opinião pode mudar, mas hoje eu tenho plena convicção de que quanto melhor a captura (referindo ao sensor mesmo), melhor a pós.

Existe um outro fator que entra ai que é a influência da composição na pós, mas não vou comentar por que não é o assunto do tópico.

Um abraço.

Legal Thiago, muito legal o artigo e tbm os vídeos que tem no artigo.
Eu tive oportunidade de estudar no darkroom com a Rosângela Andrade (Redirecting...) a especialidade dela é o “development”, ela é especialista em revelação e o tratamento das fotografias “analogicas” uma das maiores do Brasil nesta área no momento. Ela tem um raciocínio e mãos mágicas, é impressionante vê-la variar a luz seletivamente em partes de uma foto no ampliador, além é claro, de todo o seu conhecimento com os químicos os materiais e técnicas de exposição dentro do laboratório.

Aliás, muitos anos atrás, o que me fez mudar o jeito de pensar foi assistir um vídeo de um fotografo de fine-art tratando e ampliando no laboratório um negativo até chegar ao resultado que ele desejava.

Hoje em dia com os softwares penso que podemos fazer muuuito mais do que já se fazia no século passado. Basta uma mesa, computador e conhecimento.

ps.
to enrolado agora, volto mais tarde para participar da discussão…

Creio que a busca fotográfica se trata de um processo longo e completo. Desde o assunto que se fotografa, tipo de câmera, lentes etc. A parte de pós produção é bem importante. Mesmo que seja um tratamento mínimo deve ter cuidado por exemplo onde e qual tipo de papel vc imprimi, caso contrário todas etapas anteriores serão comprometidas.

Quando passei das crop para a FF, parecia que tudo o que tinha feito ate entao(com digital), nao era Nada!!!
Aprimorando sempre a partir do raw + “lairun”+ lentes 2.8, e outro planeta( eu nao dava muita bola para isto), o arozzinho era jpg+crop+ lentes 5.6, doce criatura ingenua!!!, Aprender a editar e muito importante, as coisas mudam permanentemente!!! :ok:

Sim Erick, essa câmera digital que todos temos hoje em dia, entrega todas as fotos da maneira que o japonês() pensou, projetou e te vendeu, seja lá qual for a marca da câmera. Canon Nikon ou Pentax todas elas tem um japonês() por trás do algoritmo que interpreta a luz que chega ao sensor e a transforma em uma fotografia, deixando a foto que inicialmente sai da câmera com aquela mesma cara estética comum e repetida. Até aqui somos todos padronizados e iguais, a oportunidade de mudar essa e outras questões de uma maneira mais autoral é a partir da edição.

Em algum momento o conceito de “development” se perdeu na fotografia instantânea digital moderna. Softwares como Instagran e cia, acompanhados de efeitos prontos e padronizados são como Polaroides modernas.

(*) japonês no sentido figurado

Sim Rafael, deixando de lado a composição porque ai não tem jeito, eu algumas falhas extremas como as que vc citou, está correto em suas observações. Por outro lado eu diria que a maioria dos equipamentos modernos no modo automático podem produzir fotos de excelente qualidade na maioria das situações, e tem muita coisa que se ficar ruim no momento da captura é passível de correção na edição.

Senhores, comigo tbm foi assim, eu sai de 40D e depois a 50D para a 5D Mark II, e putz… bingo, a partir dai vi o meu trabalho ficar de um jeito que gostei muito. Mas sei tbm que tem muita gente que não tem a mesma opinião.

:clap: :clap: :clap:

:ponder:

Acho que tô precisando trocar de câmera…