Saga em busca da câmera analógica

Olá pessoal, boa noite!

Bem, este ano na faculdade comecei uma matéria de fotografia. Para tal, resolvi sair em busca de uma câmera analógica. Meu professor é o incrível e ele recomendou aos alunos irem na galeria Sete de Abril no Centro de São Paulo procurar câmera.

Iniciei com uma Praktica BC1 com lente 50mm que me custou R$250. Achei ótimo porque, como era só para a matéria, não precisaria gastar tanto dinheiro, uma vez que eu não sabia o quão interessada eu ficaria pelo assunto. Eu gostei bastante dessa câmera, porém mal aprendi os botões dela e o espelho emperrou.

Voltei na Sete de Abril e me convenceram a pagar mais R$250 por uma Pentax Program A com lente 50mm, devolvendo a Praktica para a loja, já que estava dentro da garantia de 3 meses (ou seja, custo de R$500). Aceitei, mas tão logo comecei a usar a máquina eu já me arrependi, porque o fotômetro dela é difícil de entender e as velocidades do obturador são eletrônicas, internas e muito inconvenientes de mexer (você aperta botões para cima ou para baixo para ajustar a velocidade enquanto luta para enxergar os números modificando dentro do visor).

Na esperança que tinha feito uma boa compra, mostrei para o Musa, e ele me informou que essa máquina é “precária” e que eu deveria pedir o dinheiro de volta. Uma colega, vendo minha decepção (a essa altura eu já estava super empolgada com a matéria e todo o processo de revelação), me emprestou a Canon AE-1 dela. Descobri que nos EUA esta é a câmera mais popular entre os estudantes. O fotômetro dela é simples de entender e apesar dela precisar de baterias, achei bem bacaninha. Minha amiga pagou R$450 com lente 50mm.

Entrei em contato com a loja pelo Whatsapp e o vendedor me prometeu conseguir uma câmera para mim e trocar pela Pentax novamente. Eu pedi que ele conseguisse uma Canon AE-1 para mim. Ainda não fiz fotos na Canon AE-1 da minha amiga mas imaginei que seria uma boa começar de novo com essa câmera.

Enfim, lembrei deste fórum, que já li várias coisas aqui que me ajudaram muito, então resolvi abrir este tópico. Dada minha situação, e minha condição de estudante, o que vocês acham desses modelos que citei, bem como os preços praticados? No momento me sinto bastante empolgada e até disposta a gastar mais um pouco (porém menos de mil reais) para ter em mãos um bom modelo que não me desse a dor de cabeça que tô passando agora.

Obrigada a quem puder ajudar!

Talvez vc tenha dificuldade em achar a Canon. Se aparecerem as câmeras a seguir, em bom estado, são todas boas opções:

Nikon F, F2, F3, F4, F5, F801, N8008, FM, FM2

Pentax K1000

Já usei todas essas, são muito boas e fáceis de usar.

Qual a dificuldade que sentiu com o fotômetro da Pentax?

Se a idéia é camera COMPLETAMENTE manual, com lente 50mm, há muitos modelos legais.

A Canon AE-1, a principio, poderia ser usada em modo completamente mecanico, mas trabalha principalmente em modo de prioridade de abertura.

A camera dessa mesma linha, com mais recursos seria a Canon A-1 (um outro modelo a ser considerado) e a F1. Todas possuem o mesmo encaixe de lente.

A AE-1 e a A-1 são eletrônica. A F-1 é completamente mecânica.

Enviado de meu SM-N950F usando o Tapatalk

Eu PESSOALMENTE gosto muito das cameras OM da Olympus.
Há a versão completamente mecânica, a OM-1, e as versões eletrônicas, posteriores OM-2, OM-4, etc).
As lentes são excelente.
Há três pequenos “poréns”:
Por algum motivo misterioso, o prisma das OM-1 “mancham” , e é muito comum encontrar esse defeito nessas cameras.

Enviado de meu SM-N950F usando o Tapatalk

Os outros problemas são o preço e uma problema na leitura do fotometro causada pela inadequação da voltagem das baterias (a OM-1 usava uma daquelas baterias de 1.35V de mercurio, e que não sao mais fabricadas.
As alcalinas produzem uma leitura incorreta em 1 ou 2 pontos no fotometro).
Para negativo, isso não faz diferença nenhuma. Se um dia quiser fotografar com cromo (slide) isso será um pequeno problema.

Enviado de meu SM-N950F usando o Tapatalk

Minha dica é comprar uma câmera que seja em primeiro lugar , confiável, independentemente de ser eletronica ou não.

Minhas indicações:

  • Olympus OM1
  • Canon AT1
  • Nikkormat FT2
  • Nikon FM2
  • Minolta SRT (qualquer uma da série)
  • Nikon F801
  • Pentax MX

Sai fora de:

  • Nikon, Minolta, Pentax , qualquer corpo que seja de plástico, tipo Nikon N70, N90, Pentax ZS-50, Minolta Dynax/Maxxum
  • Olympus OM10/20/30/50/G
  • Canon T50/70/90

A não ser que pague muito, muito barato elas invariavelmente são uma bomba relógio. São câmeras velhas, com eletrônica com muita tendência a defeito. Meu passatempo é conserto e recuperação de câmeras antigas, devo ter tido mais de 100 câmeras dos tipos mencionados e outras. Tem umas excelentes mas a maioria das eletrônicas são muito pouco confiaveis devido a idade e geralmente não tem conserto.

Também adoro as OM e concordo com o problema do prisma. Isso acontece muito com as Pentax e Prakticas também.
Eu não compraria OM2 as cegas. Geralmente estão com algum tipo de defeito, porque quem tem OM2 100% boa não vende…

Cuidado com Nikon e Contax eletronicas, acho que 90% das que passaram nas minhas mãos estavam pouco confiáveis, Idem para Minoltas. Cerca de um mês atrás joguei no lixo duas Minoltas topo de linha, Maxxum 800 e 700 :frowning: e no inicio do ano uma Nikon F5.

As melhores eletronicas são indiscutivelmente as Canon. É incrivelmente dificil ver uma com defeito.

Uia!!!

Wsse tópico tem todo jeito de ficar bem interessante!!!

Enviado de meu SM-N950F usando o Tapatalk

AFShalders, uma dúvida que tenho faz um tempão:

Tenho uma OM2, e sempre fiquei encanado com o erro de leitura da fotometria dessa camera.

Quando adquiri a camera, lembro-me de ter pesquisado sobre o prpblema na voltagem das baterias, e acho que ela não era suceptivel a esse problema.

Essa camera possuia uma especie de “marca” no obturador, que me fez acreditar que a fotometria dela era feita com a reflexao da luz sobre essa marca do obturador.

Essa impressão está correta?

Se for, é possivel que o problema de fotometria seja causado pela perda da capacidade “reflexiva” dessa marca?

Se o que disse for uma tremenda besteira, me perdoe.

Enviado de meu SM-N950F usando o Tapatalk

Oi Marcelo,

Todas as OM exceto as OM-1 usam pilha de 1.5V alcalina (LR44) ou 1.55V de oxido de prata (SR44) ou 3V (2L76 de lítio) e não são sensíveis ao problema de tensão das pilhas como no caso da OM-1 que usa especificamente a de 1.35V de mercúrio.

A OM2 tem um dos sistemas mais precisos de fotometria jamais implementados em qualquer outra câmera exceto a OM-4. Elas medem a luz que incidiu sobre o filme, durante o tempo de exposição. Nenhuma Nikon, Minolta ou Canon chega nem perto na precisão. Bati centenas de rolos de Velvia 50, Provia 100 e Kodachromes que são filmes complicadissimos com erros de exposição e acho que em 99% das vezes a exposição veio perfeita.

A OM2 tem o sensor de luz virado para tras, para medir a luz que bateu no filme. Mas com a cortina fechada essa referencia é feita por um padrão quadriculado aplicado sobre a face exterior da cortina. Antes de ocorrer a obturação, a medida que aparece no visor depende desse padrão quadriculado, que simula a reflexividade media de uma pelicula de filme. O valor está lá para referencia apenas. A medida real acontece durante a exposição apenas. Se esse padrão estiver sujo ou danificado, a medida prévia será errada, mas a verdadeira será correta, assumindo que a câmera esteja boa.

Acontece muitas vezes de algum curioso ter tentado “consertar” a câmera e ter montado o conjunto superior onde tem o ISO do file e a compensação de forma errada, ai realmente dá erro.

No meu blog tenho um documento da Olympus sobre isso, aqui segue o link para download:

https://drive.google.com/open?id=0BwKtsUYNtfdZSXNLMXdUSzJjU3c

O artigo é sobre a OM-4 mas se aplica a OM-2 e a OM-3, veja a página 4

uma pergunta: porque vc não compra alguma canon que usa lentes EF ou nikon que usa as mesmas lente que ainda se encontra fácil no BR???

acha alguma em bom estado, pega uma objetiva simples e pronto…

Concordo. As EOS de filme, principalmente as Rebel são excepcionalmente boas e duráveis. Tenho duas desde 1994 e funcionam perfeitamente. Das eletronicas, as Canon são disparadas as mais duráveis.

Mas ainda sou mais as de baioneta FD como a AT1 porque tem uma quantidade imensa de lentes baioneta FD no mercado a preço de banana.

Mas sai fora de qualquer outra coisa eletronica, dor de cabeça na certa, exceto a Nikon F301 (N2000). As outras eletronicas da Nikon são furada total, vi inumeras com defeito, um conhecido meu que revende chegou a me mostrar duas caixas plasticas enormes lotadas de corpos de Nikon quebradas, mais de cem !

De Pentax, só as MX ou a P30. ME e ME-Super são dor de cabeça, e as mais novas, um horror.

Sim FD é legal, o problema é que está relativamente difícil encontrar algo em boas condições, sei que ainda se acha mas coisa boa em boas condições custa caro…

Agora, uma alternativa seria, se nossa nova colega forista “Kaliandra” já tenha coisa objetiva Canon ou Nikon, possivelmente usando em sua câmera digital, pode ser uma alternativa arrumar um corpo compatível com a lente que já tem.

Só precisa tomar cuidado na hora de comprar, pra ver se o equipamento está ok, e para um novato é difícil avaliar as condições do equipamento.

A durabilidade eletrônica é válida para as outras cameras FDs da Canon da mesma “linha” ( A-1, AV-1 e AE-1)?

Ou a AT-1 possuia alguma particularidade que a tornava mais resistente?

A camera que era mecânica e usava a baineta FD era a FTb, não é isso?
A F-1 também, mas já é bem maior e talvez fuja um pouco do propósito.

Enviado de meu SM-N950F usando o Tapatalk

Será que o curso não estabeleceu algumas “condições” para a camera, Lindsay?

As lentes do sistema EOS não possuem um controle de abertura manual na lente (o que, é claro, não é um grande problema).

Mas só a linha profissional possui as escalas de profundidade de campo e um anel de foco manual “amigável”. E talvez sejam conceitos que o curso queira demonstrar.

E, por ser um sistema ainda “vivo”, as lentes talvez tenham um preço bem superior.

Enviado de meu SM-N950F usando o Tapatalk

Nossa, muito obrigado pela “luz”!!!

Minha preocupação era a diferença que obtida com a fotometria obtida com esse “padrão” da cortina.

Usei outras cameras e até fotometro de mão, e os valores não “batiam”, e não sabia a causa.

Mas as fotos feitas com negativo ficavam boas.

Imaginei que houvesse um erro de medida, mas que estivesse dentro da tolerância do negativo.

Tinha tanta certeza disso, que nunca quis usar cromo com ela.

Mas de fato, nunca pensei fazer essas medições com a camera carregada com filme e que o padrão fosse apenas um referencia e que não refletisse a mensuração real do fotometro.

Acho que vou tirar a OM-2 da aposentadoria.

Enviado de meu SM-N950F usando o Tapatalk

Pode ser, mas acho besteira, vai fotografar no manual e pronto, vc ajusta as coisas. As fixas mais simples são baratas.

Já no caso da Nikon, tem objetivas antigas com escalas do mesmo jeito.

PS.:
Lembrando que em uma câmera Canon serve qualquer lente de antiga qualquer outra marca com um simples adaptador (só não as FD mesmo)…

Toda a série A da Canon é muito confiável e é questão mais de preferência pessoal. A minha é pela AT1 porque é a mais simples e sem automatismos, com os controles absolutamente intuitivos.

A AE1 é igual a a AT1 mas tem alem do modo manual, prioridade de velocidade, e ela mostra no visor a velocidade escolhida. A AV1 é análoga, mas com prioridade de abertura.

A A1 tem todos os modos e um display lcd na parte de baixo do visor como nas EOS.

A AE1 tem uma escala no visor mostrando a abertura calculada.
A AV1 analogamente tem uma escala de velocidades.

Então supondo que voce tem uma AT1 quer usar modo manual:
Ajusta a velocidade e vai mudando a abertura até que a agulha no visor bata com a mesma velocidade escolhida.
Eu acho isso horrivel haha…

Na AT1 simplesmente é uma agulha que vc tem que por dentro de um cursor circular e dá para ajustar com precisão de 1/3 de ponto.

Gente, muito obrigada pelas respostas. Pesquisei todos os modelos citados no tópico, há uma grande variação de preços, então ainda estou me decidindo.

Marcelo, o fotômetro da Pentax é muito difícil de enxergar. Eu soube que essa é uma das primeiras câmeras a usar um sistema eletrônico dentro do visor, por isso é um pouco precário.

Tirei as imagens a seguir do manual:


É muito difícil perceber esses números… Bem, com certo esforço até dá pra ver. Mas o foda é que não dá pra regular a velocidade na parte externa da câmera. É tudo interno, com esses dois botões aqui, para cima e para baixo, para regular:


Então pense na minha dificuldade em enxergar os números unido ao fato de que tenho que estar sempre olhando dentro do visor para regular velocidade. Eu entendo que essa câmera deve ter feito isso pensando exatamente numa situação em que o fotógrafo não quer tirar o olho de seu alvo, mas pra quem está aprendendo isso é horrível!! :no:

Sobre o fotômetro, é assim:


No lado esquerdo permanece a velocidade, enquanto que no lado direito um número oscilará em torno do zero, de acordo com superexposição ou subexposição. O seu objetivo é chegar no zero. Descrevendo assim parece simples (e de fato deve ser, pra quem está acostumado), mas pra mim, ter que lidar com todos esses números do visor deixa tudo muito confuso. O fotômetro da AE-1 por exemplo eu achei super bacana porque dentro do visor tem números fixos (diafragma) e uma luz vermelha (indicando subexposição). Nos números, oscila uma agulha que vai indicar a abertura que a câmera tá sugerindo:



Eu achei esse esquema muito mais didático e muito mais fácil de enxergar, fora que não preciso ficar lutando para enxergar a velocidade, pois ela se encontra na rodelinha externa na câmera.

Não estabeleceu regras específicas mas o professor é bastante sincero rs. Ele meio que abomina câmeras com corpo de plástico por exemplo e já criticou vários modelos que os alunos adquiriram. Como ele é infinitamente mais experiente, a gente segue os conselhos dele. No fim, todo mundo quer uma câmera bacana, profissional ou semi, que tenha durabilidade e que seja boa em linhas gerais. Todo ano entram novos alunos então acaba que alguns modelos circulam entre veteranos e calouros, caso alguém acabe por não curtir o assunto e decidir passar sua câmera pra frente.

Bem, agradeço muito todas as respostas, ajudou demais! Estou pesquisando todos os modelos no Mercado Livre e separando alguns, quando tiver feito minha lista de finalistas eu posto aqui pra vocês verem!! :wub:

Alo Kaliandra …

Cameras manuais é comigo mesmo …
Até as minhas analogicas ( nikon Df e D7000) trabalham no modo manual …
Meu cerebro já muito velho , bastante defasado e cansado nao se dá muito bem com o automatismo das digitais … ( :hysterical: )

Eu te recomendo , e se voce vier realmente a curtir cameras manuais , estas DIFICILMENTE te deixarão na mão…

Pentax K 1000
Nikon Fm , Fm2 , F2
Olympus Om1
Praktika Mtl 3 , Mtl 5

Qualquer uma dessas te servirá bem . São todas , instrumentos de alta precisão , verdadeiras JOIAS mecanicas . Dentre as que te sugeri , tem a joia da coroa , a nikon F2 e a Fm2 . A Om1 é excepcional , a K1000 foi feita para NÃO quebrar , e as prakticas são cameras montadas na antiga Alemanha socialista , pode tacar no chão que não quebra .
Evidentemente , o estado geral dos antigos proprietários vai contar muito .

Espero ter ajudado .