Sebastião Salgado tomou posse na academia de belas artes da França

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado tomou posse na academia de belas artes da França.
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O que acham?

Nao significa nada para mim mas parabens a ele.

Merecido!

Minha opiniao eh a mesma.

Olha, muita gente torce o nariz pra ele, criticam o último trabalho dele por ter sido patrocinado pela Vale, mas independente de qualquer erro que ele tenho cometido ( se cometeu ), ele é sim um grande fotógrafo, que teve apoio e reconhecimento na França ( seu 2do lar ).

Acho merecido.

Bom lembrar essa crítica que fizeram a ele quanto a relação com a Vale. Quero ver os trabalhos de preservação ambiental que essa galera tem feito. Se ao menos chega aos pés do que ele a esposa fizeram em Minas.

Sim…muito merecido. Excelente fotógrafo, já fotografou de tudo. Quanto a vale:

  1. Quero ver se a vale te patrocinar você não faria por causa dos impactos causados pela empresa!
  2. O que ele faz ao doar as terras dele para criar um parque, recuperar toda a área, e , fazer um filme que, além de falar da história dele, ainda é um filme de educação ambiental, vale mais do que muitas ações de ONGs, ocips, etc.
  3. Toda palestra, evento, prêmio que ele recebe ele fala mais sobre meio ambiente do que sobre fotografia.

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Achei legal a nomeação e posse, um reconhecimento assim como ser um palestrante no MIT.

Pra mim ele encara a fotografia não como trabalho e sim instrumento, por isso a direção de fotografia é detalhada

Se o patrocínio da Vale foi obscuro e cheio de falcatruas, manda todo mundo pro chilindró, mas se foi conforme manda a lei qualé o problema?

Achei super merecido. O cara tem uma obra de respeito e é referência em muitos países do mundo. Conheci a fotografia dele através do Gênesis, depois conheci um pouco das demais obras. Todas com engajamento social e imersão no assunto. Uma carreira invejável.

Não sou fã dele, não curto seus trabalhos (não são do meu gosto), não quero saber se foi patrocinado por alguém, porém, parabéns pra ele. Dentre os fotógrafos brasileiros, é um dos melhores que temos hoje.

Hoje em dia tá na moda bater no Sebastião Salgado… O cara é reconhecido em tudo que é círculo relevante da fotografia. Mas no Brasil, tem quem insista em dar porrada no cara.

Tem um guitarrista que sou fanzaço… é o Ted Nugent. É um ser humano desprezível… se ele ganhasse um prêmio nobel da paz, eu acharia escroto. Se ele ganhasse um prêmio por ter feito solos memoráveis de guitarra, eu aplaudiria.

Qual pessoa com imagem publica difundida nao leva porrada?
Nao tem um dizer antigo que diz que nem Jesus agradou a todos?

Na real ? É puro recalque de fotógrafo brasileiro frustrado e incompetente, achando que faz igual ou melhor.
Um dos melhores fotógrafos documentais do mundo. Podem até não gostar do estilo e tal, mas o cara é foda.

Ate fotografos como Ansel Adams, Bresson (esse ja levou porrada em varios topicos aqui no forum), Helmut Newton, Avedon, … todos, sao negativamente criticados por alguns grupos, nao vejo motivo para espanto ou incomodo por haver quem negative Sebastiao Salgado.

Não é espanto, é constatação.

Acho que se trata de mais um caso de se endeusar ídolos brasileiros. Não tem nada de errado em não gostar do Salgado, errado é fazer esse endeusamento cego como se qualquer outra crítica fosse picuinha, inveja ou ódio infundado.

Veja esse artigo do New York Times, em que o trabalho do SS é criticado por ter forte carga de “voyerismo sentimental”:

“A exibição, como o livro, inclui muitas fotografias que não são as suas melhores. (…) A exibição contém vídeos supérfluos e melodramáticos das imagens acompanhadas por música.
(…)
Dito isso, as boas fotografias são tão estupendamente bonitas que elas te fazem esquecer de tudo ao olhar para elas.
(…)
É desnecessário dizer que o trabalho do Sr. Salgado é incrível. Mas um problema no trabalho pode ser aquilo que chamaremos da mecânica que faz esse trabalho ser incrível: a parte da beleza. “Exploração da compaixão” é outra frase usada pelo crítico de arte do Le Monde. Deveriam fotos de sofrimento humano serem tão bonitas?”

E o artigo faz outras observações a respeito desse aspecto negativo no trabalho do SS, só estou com preguiça de traduzir o resto.

Pra quem leu e não entendeu: a crítica é que o conjunto da obra do Salgado é meio irregular. E quando o trabalho é bom, ele faz fotos de pessoas miseráveis com uma ultra-produção que distrai o olhar do espectador: ao invés de o assunto principal ser o sofrimento e as tragédias humanas, o assunto principal é a estética. E vamos ser sinceros, fotos de gente pobre sofrendo é na maioria das vezes somente uma desculpa para olhar fotos bonitas e fingir ter conteúdo.

Veja, essa crítica não foi feita por um brasileiro. No Brasil nego engole cegamente tudo o que ele produz. Não é necessário automaticamente odiar o trabalho do cara, mas ninguém quer analisar criticamente as fotos dele, como esse artigo do NYT.

É uma coisa meio religiosa, dogmática. Sebastião Salgado é deus no Brasil, qualquer comentário que não for positivo é inveja, ou síndrome de vira-lata, ou sei lá o que.

Com certeza, mas que é muito esquisito ouvir que o cara é um merda vindo de alguém que diz que faz melhor sem fazer é brabo. Já vi muita gente, inclusive aqui do MF ir por este lado. Mão vou citar nomes, mas tem sim.

O SS é tecnicamente muito bom. As paisagens do Genesis são muito boas. Já os “humanos” tem este problema que você falou mesmo, dá a impressão de estar mais preocupado com a estética do que com o drama humano. Mas não é diferente dos que se dizem fotógrafos de rua e ficam fotografando moradores de rua sem dar nenhuma ajuda real a eles. Ok, as imagens são vistas por muitos, mas acões reais para ajudar, raramente se veem. Vários fotografos de zonas de conflito vão pelo mesmissimo caminho, a maioria diz que é por um motivo humanitário mas no final querem mesmo e ver o nome deles nos creditos e ganhar alguma coisa com isso.

Dois errados nao fazem um certo. Se os criticos do SS fazem a mesma coisa que ele ao tirar fotos de mendigos na rua, isso nao invalida a critica inicial. No minimo isso faz com que eles sejam hipocritas.

Mas o problema dos “amantes” da “fotografia” eh que todos gostam ou o odeiam um artista sem nem ao menos saberem ao certo, de forma profunda, porque amam ou odeiam. A maioria das analises fica no supericial, no nivel da estetica. Ninguem analisa o conteudo, a narrativa e o impacto do trabalho no mundo real.

Por exemplo, o autor faz um paralelo da fotografia do SS com a iconografia de arte religiosa, e como o SS usa esse artificio religioso nas imagens dele para colocar as fotografias no mesmo patamar de trabalhos de arte historicos. Porem, segundo o autor, o SS acaba falhando exatamente por esse aspecto “aproveitador” de se usar uma pessoa em sofrimento para se fazer imagens bonitas, que eh algo que as pinturas classicas religiosas nao faziam. O texto tambem compara o Salgado com o Walker Evans, outro fotografo que retratou a miseria humana mas que se saiu muito melhor na empreitada, sem parecer fetichista, superficial ou melodramatico.

Esse artigo do NYT tem profundidade, do tipo que eu nao vejo em jornais brasileiros equivalentes. Se lembre, o Brasil eh uma cultura de glorificacao, de hiperbole, de drama das telenovelas. Uma coluna sobre o SS num jornal ou revista vai ser superficial, e com certeza vai transbordar sentimentalismo. Vao falar da ONG dele, da infancia pobre, de como ele replantou arvores na fazenda dele, etc. Como se esses aspectos pessoais tivessem alguma relevancia para enxergar o trabalho do cara.

Eu tô com o Croix nessa aí. O cara é figura pública, tem sempre quem vai falar mal.

Acho muito válido textos como esses do NYT, que nos fazem refletir sobre o assunto, mas uma crítica de jornal não pode ser tomada como verdade absoluta, é um ponto de vista que reverbera outros que têm pontos de vista em comum. Não concordo que o trabalho dele possa ser resumido ao “embelezamento da tragédia”. Ainda não conheço a fundo todos os livros, mas as fotos que vi de Trabalhadores, Êxodos, Sahel, etc. vão muito além disso. Acho que devemos levar em conta o background do crítico, que hoje é crítico de arquitetura, imagino que tenha uma tendência mais a forma do que a arte, como ele deixa transparecer no texto. Pese-se o fato de SS não seguir o estilo da fotografia documental norteamericana - não tem referências tão claras à pintura como os fotógrafos de escola europeia, temos um prato cheio para a crítica.

We respond not only because of the voyeurism and the manipulation but, again, because of its formal beauty. Two thousand years of Christian art is based on the premise that of course suffering can be beautiful. Mr. Salgado’s allusions to Western art, to the point of their becoming a tic in his work, use art history to provide bona fides, both formal and moral. Moroccan refugees huddling in a flimsy motorboat on rough seas, caught in the spotlight from a Spanish helicopter intercepting them while trying to cross the Strait of Gibraltar, immediately brings to mind Delacroix’s ‘Christ and the Apostles on the Sea of Galilee.’ Vietnamese peasants, in silhouette against a vast landscape, mimic Millet’s ‘Gleaners,’ which has its own biblical pedigree.

Of course his photographs are exploitative. Most good photojournalism is. As Cartier-Bresson once said: ‘There is something appalling about photographing people. It is certainly some form of violation. So if sensitivity is lacking, there can be something barbaric about it.’ Mr. Salgado chooses to sentimentalize his subjects – all those beautiful children staring back at us and smiling despite their horrific conditions – to avoid seeming barbaric and to demonstrate his sensitivity toward them. He is conveying some essential faith in humanity, too; in that respect, his work is sentimental voyeurism and unabashedly manipulative (but not hectoring, which is important). And that is why people respond so strongly to it, for better and worse.

Inclusive, ele estende a crítica a outros fotógrafos:

Photographers deal with this problem differently, but above all by struggling to make beautiful pictures: what causes any image to stick in the mind, aside from shock content, whose impact tends to be brief, are qualities like pictorial integrity and compositional originality, which are fancy terms for beauty.

Certamente, a Academia de Belas Artes da França foi bem criteriosa ao escolher SS para o posto. Se concordamos ou não é opção individual de cada um. A fotografia dele está formalmente reconhecida por eles como arte, não apenas um registo do cotidiano ou um registro intimista pretenciosamente despretencioso.

Enfim, acho que é mais motivo de orgulho do que demérito.

Como eu disse, nao tem como esperar ou constatar diferente. Se nao houvesse ninguem que desapreciasse SS, ai sim teria algo novo e interessante (e extremamente raro) a ser constatado.

E sinceramente, o fato de alguem ser reconhecido mundialmente nao significa que ninguem possa ver o trabalho negativamente.

Avedon influenciou a industria da moda inumeras vezes, mesmo assim eu nao tenho elogios a dar ao trabalho dele, mas somente aos titulos dele. Tem fotografos que causaram imenso impacto no mundo da fotografia da moda que nao eh tao apreciado e lembrando com tanta frequencia, como Guy Bourdin que considero mais importante que Avedon.