Sombras x Highlight

Colegas ,

Tenho visto com frequencia 2 afirmações que me parece antagonicas ( para Arquivos RAW ) .

Onde estara a Luz para este caso ( ou Sombras :smiley: ).

  1. Em fotografia digital é mais facil recuperar dados de áreas super expostas [Highlights - declaração mais frequente ]

  2. Em fotografia digital é mais facil recuperar dados de áreas sub expostas [ Sombras - declaração mais rara ]

Abraços
Fábio José

Amigo, tbm tenho essa duvida… oq eu vejo é a maioria falando que super expostas é melhor recuperar, inclusive ja vi fotografos que fazem tudo meio super pra garantir e dps corrigem… na pratica eu acho os dois ruins, prefiro sempre deixar a luz na medida pra nao precisar de muito ajuste.

abraço

Na realidade, o sensor não guarda informações de forma linear. A maior capacidade de retenção de informações é na direita do histograma. Assim, quanto mais informação vc conseguir colocar a direita, antes de perder informação por clipping, melhor. Ao baixar este histograma levará lotes de informação para as áreas de sombra, informações que não estariam lá se tivesse “deixado a luz na medida”. Com isso se ganha mais latitude, um melhor sinal ruído e mais possibilidade de edição.

Essa técnica, de superexpor o máximo antes do clipping, é muito conhecida e utilizada. Eu mesmo praticamente só fotografo superexposto quando estou fotografando paisagens. E claro que essa técnica só se aplica ao RAW. Existem algumas dezenas de tópicos aqui no MF falando sobre isso, inclusive com exemplos de como a técnica pode auxiliar. E na internet, é só procurar por “Exposing To The Right” ou “ETTR”.

Alguns links externos

http://www.cambridgeincolour.com/tutorials/digital-exposure-techniques.htm

Esclarecedor. Muito bom, AlexandreS! :clap:

Interessante . Mas tenho a impressão que as áreas de sombras são mais fáceis de recuperar, pelo menos nas Nikon que testei.

Eu já perdi ( ou ganhei ) dias e horas fazendo vários testes e sinceramente não consegui concordar com o fato de gravar imagens superexpostas.
Principalmente se estiver com o sol mais inclinado, pegando muitas vezes imagens com uma luz lateral ou de fundo ( contraluz ) bem forte.

Pra minha experiência, trabalhar com subexposição funciona bem melhor, claro que tbm não precisa gerar uma imagem onde o “chão” fique preto, senão além de não conseguir recuperar detalhes a imagem fica muito pesada.

Mas pode ser tbm que seja assim com a câmera que uso… :ponder:

Raphael, a grande jogada é que o sensor - qualquer sensor - registra muito mais informação nas áreas claras do que nas escuras. E a diferença é brutal

Tomando-se como padrão um sensor que grave 12 bits por pixel, este sensor poderá registrar uma gama de 4096 variações de tom quando “cheio”. 1 stop abaixo, conseguirá registrar apenas 1024, 2 stops abaixo 512 e assim sucessivamente. Para cada ponto que a imagem se move da área mais clara para mais escura, é gravada metade da informação que a anterior. Evidentemente quando chegarmos às áreas mais escuras o sensor estará gravando pouquíssima informação e qualquer tentativa levantar a exposição nestas áreas incorrerá em aumento de ruído. Além disso, a transação tonal se tornará mais abrupta. Claro que com sensores que conseguem uma maior gama dinâmica este este efeito é menor do que com sensores com menor gama dinâmica. Mas ocorre com qualquer sensor, é física e inerente a sua forma de funcionamento.

O pulo do gato então é colocar a maior quantidade de informação dentro da área onde o sensor consegue gravar a maior gama de variações de tom, e depois baixá-la se necessário - respeitado claro a capacidade do sensor de manter estes dados. Ao invés de ter uma área de sombra com 64 variações de tom, se conseguir jogar esta área dois stops para cima vc terá 256 variações. Em qualquer situação a transição entre tons será muito mais suave.

Um exemplo que já postei em outro tópico

Fotometrado para a direita


Corrigido em -2EV


Fotometrado a direita para obter detalhes nas áreas de sombra, deixando o céu estourar. Esta foto é um bom exemplo, existiam duas opções

  1. Fotografar assim e deixar o céu estourar
  2. Fotografar para os highlights, deixando a área das árvores escura sendo que qualquer tentativa de recuperar poderia trazer ruído. Além disso, haveria perda de informação, prejudicando as transações tonais.


Foto superexposta recuperada, mantendo-se toda a informação da área de sombras. Posteriormente foi feito o ajuste do WB


Existe vasto material na internet, é só dar uma pesquisada. E garanto que vale a pena, as possibilidades que se abrem na conversão do RAW são muitas. Quanto ao limite de superexposição, eu hoje mais ou menos conheço o limite da minha câmera e nunca forço ao extremo, mas muitos preferem fotografar usando UniWB para conseguir chegar ao limite extremo sem risco de perder informação.

Quanto maior o dymanic range, o resultado.

Colegas

Obrigado por compatilhar o conhecimento conosco .

Em nenhuma área de conhecimento humano há unanimidade .

Toda discussão e opinião sempre trará mais Luz a qualquer tema .

Lembre nada somente 0 ou 1 . Ate os bits se redem hora a um , hora a outro

Abraços

Matematicamente falando quanto mais informação melhor, se fotos super expostas armazenam mais informações do que fotos sub expostas, então na hora em que você for editar para obter o resultado esperado, a imagem que possuir mais informação ficará mais “limpa”, ou seja, com menos ruído.

Tópicos como esse deveriam ser fixos. :clap: :clap: :clap: :worship: :worship:

Isso mesmo. Assistindo a alguns vídeos de alguns “making of” de filmes, mesmo para uma cena ‘escurecida’ para dar um ar mais sombrio, eles gravam com mais iluminação; e só na pós produção fazem a graduação voltando pro clima mais escuro. :ok:
Mesmo eu falando aqui de captação de vídeos, sensor é sensor e a técnica em muitos aspectos margeia as técnicas da fotografia. Mas é claro que vocês sabem disso. :sunglasses:

Somente uma correção,

Onde se lê

"um sensor que grave 12 bits por pixel, este sensor poderá registrar uma gama de 4096 variações de tom quando “cheio”. 1 stop abaixo, conseguirá registrar apenas 1024, 2 stops abaixo 512 e assim sucessivamente. "

Leia-se

"um sensor que grave 12 bits por pixel, este sensor poderá registrar uma gama de 4096 variações de tom quando “cheio”. 1 stop abaixo, conseguirá registrar apenas 2048, 2 stops abaixo 1024 e assim sucessivamente. "

Acho que estava meio dormindo ontem :slight_smile: Novamente, se algum moderador quiser alterar no post para deixar correto…

O ETTR para min é uma grande bobagem se usada como padrão, em uma composição com ampla distinção de contraste de high lights e deep shadows você perde nos dois em uma composição mais dinâmica ( paisagem ) onde se se tem uma ampla observação focal, nela existem diferentes contrastes. Expondo pra “direita” você corrompe o contraste e brilho geralmente no primeiro plano (estouro), geralmente em detalhes de elementos próximos, aí já não é mais recuperável qualquer informação ( bit ) no pixel. Altas luzes em planos superiores também ficam com a gama de cor alterada e pouco recuperável, por aí se vê fotos de com artefatos e pouca qualidade, justamente pelo engano uso de ETTR, principalmente em paisagem com grande amplitude de contraste e gama de cores, cada plano e elementos tem um contraste que o olho humano percebe, mas o sensor não, unificar é alterar a impressão do real ( tridimensionalidade ), gerando imagens alteradas, sem ideia de profundidade. Eu usava um bloco para anotar detalhes antes de fotografar, como tons de sombra e cores em cada plano e elementos para fotometrar no meio termo e depois recuperar se necessário ( é importante saber as características da imagem fotografada ). Fotometro pra direita ou esquerda a partir da observação e situação, uma fotometria diferente, não como uma regra que não cabe a todas as situações. Uma coisa importante é o uso de filtros nd grad.
Exemplo de anotação/observação, como se vê. Fotos com fotometria negativa ( pra esquerda ) Geralmente faço em imagens que acho que valham a pena de transpor ao papel.

1° plano: elemento água com contraste acentuado, chão soft, tom de preto soft blue, verde frio.
2° plano: cores intensas frias, sombra soft, tom de preto frio, contraste forte.
3° plano: azul profundo frio, high light soft, sem cor.
Cast geral: azul.

http://farm6.staticflickr.com/5489/9565102254_e6095cdd73_b.jpg

Em exposições mais longas a alteração é maior, mas anoto mesmo assim.

1° plano: água contraste suave, tom de branco azul, pretos suaves, tom azul, bom contraste de cores e contraste geral, brilhos suaves( pedras, geralmente o plano próximo sempre é mais contrastado )
2° plano contraste geral bom, contraste de cores soft com cast geral azul/magenta.
3° plano: azul/magenta, intenso, vermelho purpuro.
Cast geral: azul/magenta

Isso me ajuda na pós pra manter a realidade tonal e contraste, poderia não anotar nada e com certeza seria uma imagem alterada e talvez não daria a ideia que gostaria de passar.
Usando O ETTR numa situação com essa poderia comprometer detalhes principalmente no 1° plano ( reflexos )

Abs

Pessoal, obrigado pelas informações, como disse ( baseado em estudos que eu mesmo realizei ) não vi esse resultado que vcs mencionam aqui; não tenho “conhecimento de causa” sobre assunto, já li na net sobre estourar um pouco o arquivo RAW na captura, mas não gostei do resultado.
Vou fazer mais testes, tlvz eu tenha exagerado na superexposição…mas o maior problema que encontrei foi o de que geralmente, como disse, fotografo ao fim e principalmente no início do dia, muitas vezes contraluz, e aí não consegui recuperar pois as áreas claras criaram um
espaço muito grande de “branco” na foto.

Tenho muito o que aprender, admiro profundamente a técnica do amigo Patagônico, acho que se me dedicasse mais em observar como ele faz, tlvz conseguiria evoluir um pouco.

Com certeza…

Adorei, muito esclarecedor, concordo que tópicos como esse deveriam ser fixos.



Ufa, até que em fim alguém que pensa como eu.

Antonio, você sabe que a coisa é mais complexa do que parece :wink:

Abraço.

Pessoalmente prefiro tirar fotos 1 ou 2 pontos sub e recuperar do que dois pontos super.
Não sei, mas para mim o contraste e a saturação ficam melhores…