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Complicado, hein…?
Concordo que o uso da palavra “inventário” não foi a melhor das escolhas, mas acho que o pessoal está exagerando um pouco aí. Tem a tal da liberdade de expressão, né… E as modelos são voluntárias; as mulheres que estão reclamando também têm que entender — na minha opinião — que a vontade dessas voluntárias também tem que ser respeitada. Se elas querem posar e não acham que isso deslegitima o esforço pela igualdade de gêneros, paciência.
Mas soltar uma nota de repúdio também é exercer a livre expressão…
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Hoje em dia tem que tomar bastante cuidado com o que se fala por aí, esses grupos “extremistas” procuram pelo em ovo para aparecer e fazer um estardalhaço…
Eu acredito que esse comentário resumiu tudo o que vivemos hoje:
“As gerações que hoje proclamam o feminismo estão confundindo um pouco o lugar da mulher com feminismo. Essa polarização é muito nociva à sociedade e cultura brasileiras, pois ajudam mais a confundir do que a difundir um conceito de igualdade. Igualdade entre gêneros começa pelo respeito ao outro, ao diferente e não reforça a negação do outro do diferente, do que não pensa ou não vive como eu. Estamos discutindo o fazer artístico, acima de tudo, e inclusive. Cheguei a ouvir que somente a mulher é capaz de retratar a nudez de outra mulher”, analisa Rosely.
Tá tudo muito louco, nem sei se apoio uma exposição assim.
Mas me intriga que a arte não deva ser cerceada quando é alguém com discurso conveniente.
As mesmas pessoas que no caso da exposição do Santander acharam que tudo bem, “não censurem os artistas”, no caso em discussão acham um absurdo e uma exposição ofensiva.
Independente de gostar ou não das exposições, é nítida a incoerência.
O kazuo Okubo tem trabalhos interessantissimos. Mas talvez por ter se acostumado com a visao que ele possui, ele nao tenha percebido uma outra interpretacao sobre o trabalho que ele estava fazendo.
De todo modo… pintura, fotografia, nao possuem necessariamente a narrativa conclusiva de filmes.
Um filme sobre nazismo, nao e visto como um filme nazista.
Santander… parece que teve um equivoco no modo como foi organizada.
Apóio demais o feminismo raiz; mas o Nutella é um mimimi sem fim que dá sono. Não respondo gente louca rsrs afinal pra muitas ditas feministas atuais, elas praticam o feminismo quando convêm. Um exemplo disso é que elas falam em direitos iguais, mas se vocẽ não paga a conta do jantar, você homem é machista… ou seja, é muita frescura mesmo kkkkkk
Eu me considero uma feminista. Não sou estudiosa do assunto, mas sei que dentro do movimento feminista existem diversas correntes. E existe sim uma parte que tem um discurso mais radical. Parte essa que não pode ser usada para generalizar e caracterizar todo o movimento feminista. É um movimento, formado por diversas pluralidades, e que por isso terá diversos espectros.
Confesso que lendo a matéria e também a nota aberta divulgada pelos coletivos, não consegui ter uma visão tão clara sobre esse embate. Isso porque parece que tudo começou com a foto publicada pelo Kazuo Okubo para atrair voluntárias para o projeto. Eu gostaria de saber se ele já chegou a fazer algumas fotos desse projeto e se elas já foram divulgadas. Porque na nota do coletivo elas dizem que esse projeto está em execução há dez anos. Se for isso mesmo, então talvez tenha algo a mais por trás da história. Até porque na nota elas dão a entender que em suas rodas de conversa elas já demonstravam desconforto com o projeto. Enfim…Não sei. Gostaria de saber mais sobre isso.
No final, elas escrevem “Com esta NOTA esperamos uma reflexão e revisão nas estratégias de apresentação e execução do projeto”. Não pareceu então uma tentativa de censura ao projeto (o que eu consideraria errado), mas sim uma tentativa de provocar reflexão no fotógrafo.
Conheço um pouco o trabalho do Kazuo Okubo e gosto muito de suas imagens. Nunca considerei que suas fotos de nu feminino tratassem o corpo feminino como objeto. Até porque ele também faz nus masculinos e, das fotos que já vi dele, eu acho que ele usa a mesma linguagem no nu feminino e no masculino.
Acho que o título do projeto “Inventário” realmente foi infeliz. E a matéria afirma que ele próprio reconhece que cometeu uma “sucessão de pequenos erros”. Esse é um aspecto importante, porque me parece indicar que ele fez uma reflexão sobre seu projeto, que era o objetivo da nota lançada pelos coletivos.
Gostaria de saber se os coletivos tiveram acesso a alguma fotografia feita para este projeto. Se elas não tiveram acesso, então me parece que alguns posicionamentos e conclusões são precipitados. Não há como ter opinião sobre uma imagem, sem vê-la. Eu não pensaria em fazer uma série sobre o órgão sexual feminino, mas eu acho que é possível sim fazer esse projeto de uma forma sensível, sem colocar o corpo feminino como objeto e abarcando diversas visões sobre o que é o feminino. A questão pra mim é: eu só posso refletir e avaliar as fotos dele, quando finalmente vê-las.
Lucas é bem por aí mesmo… o mundo de hoje tá chato. Eu sei que na minha época de infância e adolescência (anos 80 e 90) tinha até uns exageros mas era bem mais legal. Hoje tudo tem um grupo/ideologia te policiando.
Junta-se isso com as bolhas sociais gerados por Facebook, Twitter, Blogs, YouTube e por aí vai e tudo fica mais complicado ainda.