Hoje acessei uma área da UOL que “ensina” a explorar melhor sua câmera.
Percebe-se a falta de qualificação de quem executou o trabalho logo na primeira página, com uma foto ilustração de baixíssima qualidade, onde nem sequer há foco:
http://tecnologia.uol.com.br/album/20090505_camera_album.jhtm?abrefoto=10#fotoNav=1
Mas o que mais espanta é a baixa qualidade do conteúdo, que apresenta informações até mesmo ERRADAS. Um verdadeiro desserviço aos iniciantes em fotografia. A descrição do modo macro e a afirmação de que o modo spot serve para dar efeito chega a beirar o ridículo e ilustra uma total falta de conhecimento, descabida para quem se propõem a realizar este tipo de trabalho. A descrição do “detector de mãos trêmulas” é deveras estranha, ele conclui com alguma propriedade, mas afirmar que a câmera detecta mãos trêmulas é total falta de informação.
Não esperava ver algo de tão má qualidade em um portal tão renomado como o da UOL.
:eek: :eek: :eek:
Nossa, um verdadeiro lixo o conteúdo, assim como as fotos que exemplificam. Eu ia falar que também é bemmmmm básico, mas nesse caso foi ainda melhor. Imagina eles explicando ISO, exposição, composição… ia ser trágico rs
Pedro eu nem cobraria aprofundamento, mesmo porque não é ao que se presta o material, é para ser bem básico mesmo. Mas o mínimo de cuidado técnico e teórico seriam esperados para um portal deste porte.
E a internet favore a amplificação do conhecimento, no caso específico, falta de conhecimento…
O pior é a qualidade das imagens que ilustram os textos. Lastimável mesmo.
“Modo sports. A prioridade é tirar uma foto em que o objeto focado esteja em movimento, mas não saia tremido. Para isso, ele diminui o tempo de exposição e aumenta a abertura, focando melhor em apenas um objeto.”
Melhor explicação… putz :doh:
Mais horrível foi a foto da moça. Estourada, tremida… péssimo
Meu deus, que dó de quem ler isso e levar a sério… :aua: :aua: :aua: :aua: :aua: :aua:
Prezados,
Concordo com o Léo e com o Gui Castro. O conteúdo é muito ruim e as fotos piores ainda, com destaque para a foto da moça.
Um Abraço
Bruno
Mas isso encontramos em todos os lugares.
Eu mesmo, já nem me assuto mais quando, aqui no próprio Fórum, dizem lentes, quando o correto seria dizer objetiva (pois uma objetiva tem, em sua grande maioria - retirando algumas câmeras antigas mais simples) mais de uma lente.
Outro erro é dizer que “usei a velocidade de 1/500” sendo que esse não é um valor de velocidade, mas sim tempo (ou a unidade não está em ‘s’ de segundos?)
Outro é usar o termo “profundidade de foco” quando se quer dizer “profundidade de campo”…
E muito mais.
eu vi isso na epoca q lancou , no uol, lastimável, conteudo horrivel e as fotos :no: , dá pena
Galera e isso dai
Internet nao e garantia de informaçao correta,
eu ja me cansei de ler asneiras, camufladas como materias.
neste caso e uma pena que isto so deixa mas confuso ao iniciante.
Abs.
Angelo
Elmo aqui no fórum, nas comunicações informais e mesmo nas formais é aceitável usar os termos coloquiais. Mesmo em comunicações do tipo seria acetável, pois o importante é que a comunicação atinja o receptor. O problema são erros conceituais mesmo.
Ângelo um lugar que me da muito medo é o Wikipedia. Na verdade não sei como aquilo conseguiu progredir tanto como fonte de informação. O Wikipedia tem problemas sérios de validação da informação, muitos textos sem a devida validação e avaliação por pares, muitos problemas de fontes ou interpretações erradas das fontes e tudo isso amparado pelo anonimato dos editores, que não assinam com os próprios nomes as edições, diluindo os riscos do processo e validando opiniões de pseudoespecialistas. O pior é que o próprio policiamento feito no site é problemático. Eu mesmo já tentei corrigir alguns erros por lá, citando fonte boa, como livros e artigos validados, e o “clubinho” que assumiu poder de polícia do wikipedia, reverte as alterações sob a alegação que o texto não segue os padrões enciclopédicos do wikipedia. Bom conclusão… Desisti, assim como a maioria dos que poderiam fazer contribuições sérias desistiriam. O resultado é que o wikipedia acaba por ser, na maioria esmagadora dos casos (nã todos, porque alguns poucos artigos são muito bons), um apanhado de textos com pouca ou nenhuma validade conceitual ou acadêmica. É claro que se isso acontece com tamanha intensidade em um site que se tornou referência na área imagine em outros. Por isso que ainda prefiro navegar por bases acadêmicas, mesmo que pagas, porque por lá eu posso estar certo que pelo menos algum critério de seleção adequada dos conteúdos foi usados. Não que não hajam problemas, mas pelo menos são discussões bem mais sérias e sustentadas.
Horrível o “tutorial”! :no:
Pois e Leo, sem dar nomes, me referia a esse site
ja li muita coisa sem fundamento la, como em outros tambem.
Temos que ser seletivos.
Abs.
Angelo
Há um limite para o preciosismo. Entre em um site de grande vendedor de produtos fotográficos que encontrará lá: lens. Lentes. Lentes. Usamos chamar de lente aquilo que está na frente da câmera, embora todos saibamos que não é um simples menisco. É um termo da tradição da fotografia, embora seja igualmente correto chamar de objetiva.
O termo objetiva é mais usado quando se fala de microscópios ou lunetas, pois esses aparelhos possuem dois conjuntos de lentes: as objetivas e as oculares. Como a câmera fotográfica não tem as oculares, quando se fala de lente todos sabem do que se está tratando.
Velocidade é um termo amplamente usado em fotografia. Evidentemente não é um termo correto no linguajar da física, mas não é incorreto no linguajar da fotografia.
Profundidade de foco é errado dentro do linguajar da fotografia, embora profundidade de campo signifique mais ou menos a mesma coisa, pois significa “campo de foco aceitável” ou “campo de nitidez aceitável”.
Há uma sutil distinção entre as distinções de nomenclatura úteis e as pedantes. Devemos nos manter nas distinções úteis.
Seria interessante alguém escrever para o UOL e mencionar as incongruências do texto.
A Wikipédia serve para termos uma noção geral do assunto, já me salvou muitas vezes da ignorância plena. Mas como pode transmitir uma informação errônea devido à sua proposta livre, então não é um lugar para depositar todas as expectativas de veracidade. Em todo caso, também tem verbetes bem sérios e informativos. Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Na minha humilde opinião, os verbetes deveriam ser INVARIAVELMENTE assinados e também com um formulário preenchido com dados checáveis. Não preciso dizer que em trabalhos acadêmicos, artigos científicos etc. é reprovável utilizar a Wikipédia, mas no dia-a-dia não vejo problema algum. [Edit: Mas, é claro, que para quem não tem clara essa diferenciação, a wikipédia também é um desserviço]
Já usei muito, o termo velocidade 1/X. Não por burrice apenas, mas porque algumas literaturas, se não me engano, traziam as especificações dessa forma. Eu costumo falar objetiva, mas já usei lente também, não porque sabia a diferença, mas porque no passado foi assim que aprendi. Quanto à profundidade de foco, nem sabia que era um termo muito usado em substituição do profundidade de campo. Mas lembro que no início, nas primeiras leituras, tive de pesquisar o que era o tal DOF que todo mundo falava.
O fórum, se não tem, deveria ter uma lista de siglas, e um dicionário de jargões mais completo, se isso é necessário.
Ivan,
Desculpe-me parecer chato, ou sê-lo mesmo, mas assim como você, sou adepto ao fundamento (pelo menos é o que demonstra em várias de suas observações aqui no Fórum). Chamar os exemplos que dei aqui de preciosismo, antes de tudo, creio que são mesmo, pois dignificam a informação precisa e, de certa forma, educa.
Não sei se é minha profissão de professor, a qual me obriga a sempre que possível uma fiscalização minha aos termos que uso, mas me viciei em observar os detalhes errôneos.
Mesmo que você e o Leo, pelo que entendi, disserem que o uso errado desses termos não importa, e o importante é chegar a informação, repudio isso, pois sem o entendimento perfeito não existe a compreensão da informação em sua totalidade, o que chamamos de comunicação.
Sem querer ser muito teórico e já sendo, nenhum de vocês disse que estou errado, mas sim exagerado. Pode ser, mas lembro que já vi exageros de ambos e assim andamos de braços dados. Pior ainda é o fato de que vocês dois (assim como eu) detestam dar o braço à torcida.
Ivan, tenho duas oculares aqui para SLRs, coisa tosca que poucos usaram na vida. Comprei por gostar de tosquices. Todos sabem do que se está falando ao se tratar de lentes nas Câmeras por nunca questionarem o fato, ou serem disparados ao entendimento da coisa como é. E há de concordar comigo, está errado. Mesmo se alguns sites teimam em chamar objetivas de lentes, estão errados e tentam alcançar o povo em geral, sem se preocuparem com conceitos, portanto não é um bom exemplo. Duvido muito que se vocês se dispusessem a escrever um livro, não se preocupariam com o uso desses termos.
Kika e ainda Ivan, Profundidade de Foco não é errado e nem é sinônimo de Profundidade de Campo. O primeiro se refere ao foco dentro da câmera e o seguinte, fora. Em resumo.
Velocidade está errado sim, quando vinculado aos valores de tempo, mas pode-se falar velocidade do obturador (faz sentido), mas nunca em conjunto com os valores com unidade em segundos. Afinal é 1/30 s, 1/60 s, etc. E isso obviamente é tempo. Não existe velocidade de 1/1000 s. E se tem livros que dizem isso, foi mal editado e ponto. Coisa comum.
Não vejo erro em ter aprendido errado, mas sim em disseminar de forma errada a informação. Se estou sendo chato me perdoem, se o que estou falando é bobagem, me consertem, mas dizer que é preciosismo e que nada disso faz diferença… Afinal, esse tópico aqui não nasceu pra discutir sobre informações imprecisas?
E não há mal nenhum em assumir erros.
Elmo;
Ser professor não é desculpa -risos. Nada pior que um professor que não entende que o contrato de ensino termina na porta da sala de aulas. Uma grande parte deles não entende e sai dando aulas por aí. Não estou dizendo ser seu caso, mas somente dizendo que não se deve alegar o magistério fora da sala de aula. Basicamente, quem faz o professor é o aluno. Professor é uma posição estrutural que não existe sem um aluno “matriculado”. E é a “matrícula” volitiva que cria esse lugar estrutural.
Bem, você não está errado quanto à nomenclatura. O erro, se há algum, é não entender aquilo que nos ensinou o Wittgenstein, isto é, que as palavras significam dentro de jogos de palavras e não em si, e assim há níveis de significação válidos, níveis diversos, não um único nível de significação mandatário.
Todos sabemos ao que nos referimos quando falamos sobre lentes. Todos sabemos ao que nos referimos quando perguntamos “qual a velocidade do disparo?”. Responder a velocidade da cortina, a quantos m/s ela se move, seria até engraçado e estranhao ao jargão fotográfico -e inútil.
A expressão profundidade de foco é errada e não é usada no jargão. Importa-me o jargão, pois o jargão é o “jogo de palavras” onde conversamos. Você não pode criticar o jargão a partir de um vocabulário técnico supostamente exato. Pode usá-lo, se for sua intenção dar ênfase aos significados contidos na exatidão, mas isso é meramente um recurso linguístico, não a verdade da língua. O jargão é o “acordo semântico” da comunidade fotográfica. Se ele serve para o entendimento entre os que participam da comunidade, essa é a sua verdade, visto nenhuma palavra conter uma verdade por si só.
Mais do que a palavra certa, é importante a fala indicar algo. É na escolha dos termos indicativos que está a beleza e o mistério da comunicação, sempre lembrando que é comunicação. Comunicação é relacional. Ninguém é dono dos singificados em um processo de comunicação, o que existe é um jogo entre os participantes, e não cabe a nenhum participante supor-se dono da semântica. A semãntica não existe fora do jogo.
Detector de mãos trêmulas… :doh:
Vergonha alehia…