Vcs defendem o protecionismo do mercado fotografico?

Vc acha que seja necessario/importante que os preco das cameras fotograficas sejam altos/caros, para evitar que mais pessoas entre no mercado e aconteca “canibalismo” na profissao fotografica?

Vcs acham que no mercado das medio formatos seja importante que não aconteça o que houve nos 35mm, onde “todo curioso virou fotografo e a profissão virou canibalismo”, e por isso eh bom que os precos das cameras medio formato naoabaixem?

Eu acabei de ler tal opiniao da importancia de se ter tal barreira monetaria para se proteger a profissao em em um topico por ai, e teve uma segundo pessoa que havia concordado. Entao eu queria saber a opiniao de mais pessoas aqui no forum.

Vcs defendem o protecionismo do mercado fotografico? Os impostos altos tal como tambem as taxas altas sobre produtos importados, que muitos fotografos se queixam no Brasil, nao estaria ajudando a proteger um pouco o mercado e profissao fotografica?

Vcs acham que limitado acesso a equipamentos para apenas aqueles que tem bastante dinheiro sobrando, beneficia o mercado fotografico tanto na pespectiva do profissional quanto na perspectiva dos clientes e mercado como um todo?

E quanto a regulamentacao, vcs acham que seria uma medida melhor ou pior do que o protecionismo via monetario?

Vcs acham que tem algum lado negativo da regulamentacao da profissao?

Pra mim um absurdo…
Mas tbm nao compreendo o motivo dessas MF custarem tanto, são caras demais.
Deve haver algum acordo entre os fabricantes.

Não sei como funciona as coisas aí na Europa, mas aqui fotógrafo nem é profissão regulamentada, então praticamente qualquer um pode trabalhar com isso (inclusive até celular e superzoom está valendo)… :hysterical:
Imposto sobre importados incide em quase tudo que chega aqui no Brasil, então a taxação não é para prejudicar ou proteger (pois o iniciante, o "hobbysta, o entusiasta e o profissional estão no mesmo barco).

Sobre a regulamentação: Eu acho que exceto casos em que existam conselhos de classes ou associações fortes, a tendência são as profissões estarem cada vez mais desregulamentadas. O maior exemplo de regulamentação é a OAB e a profissão advogado, onde não bastando o diploma de bacharel em Direito, ainda se exige que o bacharel passe no exame da ordem para poder advogar. E mesmo com isso, ainda temos um mercado repleto de mal profissionais, e com uma grande maioria cobrando abaixo da tabela de honorários da OAB.

Vejam o jornalismo, por mais que exista a faculdade específica, você tem jornalistas em grandes meios de comunicação formados em outras áreas, as vezes um economista, com experiência de mercado, e com boa escrita/comunicação seja um melhor jornalista de economia.

Não vejo a profissão fotógrafo se regulamentando, até mesmo, por que hoje além do equipamento, o acesso ao conhecimento está muito mais acessível. Além disso não temos um órgão centralizador, ou associações fortes.

A tecnologia em geral, a internet mais especificamente, e também a fotografia digital e barateamento do equipamentos mudou muito o mercado. De um lado você tem o encolhimento do mercado de laboratórios de revelação, você tem uma enxurrada de novos fotógrafos e “fotógrafos”, mas também você tem todo um aumento do interesse na fotografia, e muitos fotógrafos excelentes lucrando menos com fotos, mas ganhando com cursos, workshops, aluguel de estúdio. Existem novos nichos e mercados que cresceram também. Existem e-commerces feitos com o dono fotografando as peças com celular em um quarto escuro, mas existem outros chamando fotógrafos pra fotos de qualidade. Fotografia/Vídeo de esportes radicais, filmagem aérea (que também está se popularizando), fotografia de imóveis para e-commerce…

Já tive um estúdio pequeno, de uns 50m2 que se pagava e me deu um lucro razoável por uns 4 anos trabalhando basicamente aos fins de semana e no fim da tarde (por eu ter uma outra atividade). O diferencial foi fechar parceria com uma agência de modelos que mandava as newfaces fazer umas fotos básicas em estúdio, um produtor de concursos de miss (que me mandava modelos também, em troca de parceria nas fotos dos eventos) e eu também não recusava fazer fotos para acompanhantes. Eu não tinha super equipamentos, meu espaço era pequeno (apesar de arrumado, aparência bem clean), o diferencial foi simplesmente a parte administrativa do negócio e parcerias. As vezes um negócio de fotografia de sucesso tem mais a ver com marketing/administração, do que a fotografia em si.
Ah, mudei de cidade (em função da minha outra atividade), e não consegui replicar a fórmula numa cidade pequena (70 mil habitantes).

Hoje, de fora, observando a fotografia como negócio, eu vejo mais oportunidades em “montar algo para fotógrafos” do que “ser fotógrafo”. Estúdios pensados mais como “locações fotográficas” do que simplesmente um fundo infinito branco, ou ainda, coworking para fotógrafos (já existem alguns), são negócios que eu ando estudando e talvez invista no próximo ano.

Os mercados se reinventam, algumas áreas morrem, é difícil quando algo que fazemos (seja por profissão ou empreendedorismo) morre ou se reinventa de tal forma que ficamos pra trás, mas temos que nos manter atentos e eventualmente nos reinventar. Sermos os melhores num mercado que está diminuindo é uma forma de sobrevivência, fazer algo análogo a área original ou anteciparmos a tendência de mercado e ganhar dinheiro nessa mudança.

Eu ainda nao conheco ou ouvi falar de algum lugar no mundo que seja diferente.

Isso eu sei. A pergunta foi se caso haja alguem que defenda que precos devam ser alto para proteger o mercado, os altos impostos e taxas sobre importados nao estariam ajudando de certa forma (mesmo que nao intencionalmente) protegendo um pouco mais o mercado, ja que encarece o preco dos equipamentos?

Eu gostei de tudo o que vc disse aqui, masa parte que mais gostei foi a que fala que o sucesso no mercado da fotografia tem mais a ver com administracao e marketing do que fotografia, o que basicamente vale para qualquer area e nao so fotografia.

:ponder: nao…

Acho que a industria nao popularizou o mercado.

€10k eh um preco bom para uma camera medio formato digital, levando em conta o tamanho do mercado publico alvo que nao sao hobbistas, estudantes, turistas e amadores, ao qual penso que cameras medio formato sejam grandes d+ e produzem arquivos tambem demasiadamente grande para suas finalidades.

Mas nao acho que seja um bom preco para uma 6x4.5. Ta certo que tem os seus 100mb que da para fazer os crops fenomenais, mas ai ja nao eh uma foto 6x4.5 o que eu acho que vala ainda menos o preco se for por causa dos mb. Penso que uma 35mm com uma boa lente seja um melhor investimento.

A nao ser que entregar resultados imediatistas e quantidade de fotos seja o mais importante, penso que se for para gastar 10k ou mais em uma medio formato, vale mais a pena pegar uma camera de filme 6x7, 6x8 ou 6x9, ou ate mesmo uma grande formato 4x5. Maior escala dinamica, melhores lentes, melhores definicoes gastando menos da metado do que se gastaria com uma medio formato digital 6x4.5

Eu penso que o mercado para cameras grandes, pesadas, barulhentas e caras esta encolhendo naturalmente, nao por causa do preco mas sim pq existem a cada ano melhores opcoes de cameras portateis que produzem boas imagens.

Mas em qualquer aspecto, nao vejo que proteger o mercado contra amadores aventureiros seja necessario ou bom. Como disseram acima, a realidade tecnologica mudou, por isso o mercado tambem vai mudar e tentar proteger uma profissao diante de tais mudancas eh retrocesso em minha opiniao.

Sou amador e nem pretendo ganhar dinheiro com fotografia, então não sei se posso opinar muito sobre proteção de mercado, mas penso que toda força de proteção de algo é medo, no caso da fotografia e dos fotógrafos medo de vir alguém melhor e mais competente fazendo um preço mais em conta.

Como qualquer mercado quem inicia, inicia com um preço inferior ao da concorrência para ser visto e captar clientes, esse é o movimento natural de qualquer negocio, ninguém começa cobrando 15k num casamento.

Na fotografia, geralmente a pessoa começa como um segundo emprego aos fins de semana, tendo o fixo dela durante a semana, possibilitando “viver” de fotografia cobrando pouco ou como você disse canibalizando.

Essa pessoa vai começar a ganhar espaço e os fins de semanas vão começar a ficar curtos para seus trabalhos e aí ela precisa decidir que movimento tomar, largar o trabalho fixo ou recusar trabalhos e ficar com os poucos do fim de semana.

Se essa pessoa decide largar o fixo, com o tempo, ela começa a perceber que não dá pra viver de fotografia cobrando o cobrava aos fins de semana e a tendencia é ela subir seu valor de acordo com o espaço adquirido no mercado.

Se essa pessoa decide ficar com o trabalho fixo e os jobs de fim de semana, é uma carreira curta, com o tempo ela percebe que não dá pra fazer as duas coisas ao mesmo tempo, essa pessoas não é uma ameaça ao mercado fotográfico, ao meu ver.

Então, pra mim protecionismo é só mais um discurso de quem tem medo de chegar alguém mais competente e tomar o seu lugar.

Fotografia é arte, até para ser fotojornalista você precisa ter um “Q” de artista, não é só apertar um botão e sabemos disso. A fotografia se popularizou devido as redes sociais onde cada um quer postar a melhor foto, vemos nas redes mais do mesmo, inclusive de fotógrafos profissionais, poucas fotos chamam a minha atenção nas redes.

Pra concluir, não acredito que ninguém ameaça ninguém e cada um tem seu nicho de mercado.

Eu concordo com o que vc disse. Mas acho que tambem vale considerar que o numero de fotografos full time e ao mesmo tempo o numero de pessoas querendo se tornar fotografos full time cresceram bastante, criando assim uma maior competicao e natural competicao de precos (inclusive entre fotografos competentes).

É mais ou menos isso mesmo. Tanto que um dos diretores da Canon citou que a empresa migrará parte da sua produção para outros setores mais lucrativos prevendo a queda de até 50% na venda de lentes, câmeras e equipamentos em 2 anos. Note que o diretor se referiu não apenas à Canon. Há 2 anos atrás, a Nikon teve que se reestruturar pois estava passando anos de prejuízo. Mas isso são outros fatores.

Falando sobre o ‘protecionismo’ eu acho uma balela. Regulamentar a profissão de fotógrafo no Brasil traria sim algumas vantagens para quem se profissionalizar, mas pensando nos pós e contras, o lado dos contras é muito , muito maior.

Prós:
Regulamentação legal da profissão;
Exigência de valores mínimos para hora trabalhada.

Contras:
Sindicalização : sindicatos no Brasil representam o maior nível de arrecadação de dinheiro de todo mundo que trabalha. Ainda bem que com a reforma trabalhista, pelo menos isso tiraram a mamata. O Brasil é o país com maior número de sindicatos do mundo!

Falta de estrutura: se houver leis para regulamentar a profissão de fotógrafo, um sindicato teria que fiscalizar. Mas o Brasil é um país com dimensões continentais, seria impossível fiscalizar tudo.

Jeitinho brasileiro: brasileiro é malandro e é corrupto e isso inclui eu e você. Você acha que não iriam pagar fotógrafos “por fora” pra fazer festas, casamentos e eventos. Oras, se brasileiro é o povo muito , muito ignorante, vocês acham que não iria se fazer isso… muita inocência pensar o contrário.

Mercado e tecnologia: é simplesmente impossível controlar a venda de câmeras , lentes e qualquer pessoa pode se tornar fotógrafo hoje em dia. Ademais, as leis do mercado nem sempre são as mais justas, mas tem-que se adaptar a elas e assim criar novos meios, novos produtos, novos nichos, etc. Prova viva disso foram os taxis, cuja licença em São Paulo vendida no mercado negro valia até 300.000 reais. Dai chegou o Uber e os taxistas diziam que o Uber era ilegal, mas pra você ser taxista era precisa tirar 300.000 do bolso . Esse discurso da cultura brasileira é , no mínimo, muito vitimista e hipócrita. Se for assim, o Brasil se torna um país comunista onde o governo decide quantas câmeras cada fotógrafo pode ter, enfim algo rídiculo!

Quando páro pra pensar no dia-a-dia, vejo que ainda há muito potencial a ser explorado na fotografia e talvez ainda não estejamos alcançando o máximo potencial que este mercado possa alcançar.

Colocar equipamentos a valores astronômicos não protege o profissional, pelo contrário, cria uma enorme barreira para alguém viver de fotografia e transforma a fotografia em um hobby seleto para pessoas do alto da pirâmide social.

Lembre-se, no Brasil, se você ganha 2500 reais por mês, já faz parte dos 10% mais ricos do país.

Existem vários aspectos na crise das 2 marcas:

  • Parte dos clientes (seja europeu, japônes ou mesmo de um país de 3º mundo) que tinha uma DSLR ou Prossumer pra viagens e fotos de família, as vezes hoje está se contentando com fotos do Iphone;
  • Novos Players: Sony, Panasonic e mesmo Gopro (não que uma gopro seja equivalente, mas o cara comprou a gopro pra vídeos de esporte, mergulho e etc e ele nao compra mais uma DSLR e uma caixa estanque)

Não adianta regulamentar, se não tem meios pra fiscalizar. O único conselho de classe que funciona melhor no Brasil é a OAB, tanto pela importância que ganhou com o tempo, como pelos valores que arrecada (A anuidade é perto dos 1.000,00 reais), e porque você tem um funil que se chama Justiça. Qualquer um pode falar Leis, escrever contratos e etc, a Lei impede, mas não há como fiscalizar. Mas toda ação passa pela Justiça, e exceto os Juízados Especiais, você precisa SER advogado para ter sua ação aceita! Faça uma petição inicial e assine: “João da Silva - Bacharel em Direito” e você responderá por exercício ilegal da profissão.

Com fotografia, seria impossível fiscalizar! São como as modelos. Existe DRT, que exige curso, e valores a serem pagos. Mas quantos de nós fotografamos modelos, ou vimos garotas bonitas em editoriais, propagandas e etc, SEM DRT!

Sindicato podem ser de empresas (patronais) ou de empregados. Sindicatos não são ruins, eles basicamente são uma organização coletiva com a finalidade de exigir os direitos de uma categoria. O problema é você pagar sindicatos e eles não defenderem seus direitos. Idem para os conselhos de classe das categorias de autônomos: Sindicatos/Federações que funcionam:

  • OAB: está se enfraquecendo, mas ainda tem bastante poder, e é uma das poucas que coloca alguma ordem na sua categoria;
  • Bancários: Acordo coletivo nacional, 6 horas, pisos em diversos cargos, se não fosse sindicato forte, os bancos pagariam igual telemarketing;
  • Metalúrgicos ABC Paulista: É um sindicato regional, mas com bastante força, que na medida do possível barra demissões, consegue pisos mais altos;
  • Metrô SP

Agora veja, isso é um privilégio de poucas categorias. A maioria dos empregados, simplesmente vai se submetendo a pagamentos cada vez menores e condições piores. E os sindicatos apenas recebiam o valor do imposto sindical e nada faziam.

Veja, não sei se é basicamente uma questão de malandragem, mas é lei da oferta e da procura mesmo. O Taxi custa, 50 reais, o Uber 25 reais… Normalmente pegamos o Uber! Não só nós, os americanos, os europeus…!
Não acredito que o mercado esteja fácil, mas veja, existem formas de se diferenciar:

  • Site bem elaborado
  • Ter ou não ter estúdio/escritório pra atender seu cliente(mesmo que um coworking)
  • Qualidade do seu portfolio (tanto as fotos como apresentação)
  • Os pacotes que você oferece (pense num fotógrafo de books que não tem maquiadora sequer pra indicar)

Ainda acredito que fotógrafos deveriam perder mais tempo estudando marketing e administração.

A tecnologia em geral mudou alguns ramos de forma irreversível. Não dá pra chorar, e tentar barrar isso com leis.

Antes da internet, ou mesmo nos primórdios da internet, ter Sebo (de livros, revistas) era algo relativamente rentável. As pessoas quando precisavam de dinheiro iam vender os seus livros e coleções por um valor ínfimo (muitas vezes o herdeiro de algum dono de muitos livros se desfazia dos livros dessa pessoa pra “desocupar espaço” e no meio poderia haver alguns tesouros, ou simplesmente a venda no varejo desses livros era altamente lucrativa). É dessa época, que eu colecionava Revistas Playboy, e qualquer edição mais rara em um sebo de SP passava dos 500,00 as vezes 1.000,00, pois você telefonava ou batia nos sebos conhecidos, e só determinado local tinha aquele número.
Chegou a internet, chegou o estante virtual, mercado livre e etc, e de repente você tem acesso a quase todos os sebos do Brasil! Não só a eles, mas qualquer pessoa que tenha alguns livros parados em casa e quer vender não vai mais ao sebo, ela pesquisa o preço médio no google e anuncia ela mesmo. O que aconteceu? Muitas coisas tidas como “raras” não são mais, porque é muito mais fácil achar os vendedores, e os preços DESPENCARAM!
Prós: Finalmente completei minha coleção de Playboys (1987-2017)
Contras: Uma coleção de Gibis minhas do Tio Patinhas despencou de preço também

Semelhante é com fotografia:

Prós:
Mais clientes interessados em fotos/vídeos
Equipamentos mais baratos
Treinamentos mais acessíveis, aprendizado facilitado

Contras:
Uma enxurrada de novos fotógrafos
Antes um cliente perdia um dia inteiro pra fazer 2 orçamentos, hoje na internet ele faz 5 numa tarde
Maior oferta de fotógrafos (associado ao desemprego) e preços despencam*!

*Ainda sobre o último item, vejam, você tem nesse grupo tanto o aventureiro que comprou uma câmera, e sem emprego vende ensaios por 50 reais. Como você tem aquele hobbysta que manja MUITO e as vezes até sonhou em viver de fotografia, mas que não estava no mercado porque tinha um emprego estável, e de repente desempregado, ele vira fotógrafo e tem equipamento e conhecimento.

Administração até que tudo bem, mas mkt sou muito ruim estou estudando bastante e pendurando no meu filho mais novo (o doido está se formado em P&M)

Uma frase que escuto muito é “o produto é irrelevante”, claro que não vai se vender maquina de escrever, mas se não trabalhar esses dois pontos o funil piora muito e certamente para fotografia não é diferente e sem um mkt digital descente não vai dar samba mesmo

Protecionismo sou contra sempre.

Regulamentação x protecionismo… os dois são a mesma M…

Regulamentação da profissão é um tiro no pé. Sob uma pretensa “exclusão” dos não regulamentados você chama o estado para ser seu sócio, tem custos extras, sustenta um vagabundagem de entidade de classe, sindicatos, etc. E no fim o fotógrafo não regulamentado continua trabalhando com custos menores.

Acabou de acontecer com o turismo. Agora os guias turísticos são regulamentados e descobriram que o estado e as entidades de classe não fiscalizam os não regulamentados. Tiro no pé.

Fotografia não envolve risco. Não tem por que querer excluir pessoas da profissão por conta de qualquer pretexto. As boas e velhas leis de mercado são suficientes para regular a profissão e filtrar quem tem competência.

Ai temos um problema cultural.

   Mas eu nao acho que a industria popularizar a fotografia foi o centro da questao. 
   Eu acho que a popularizacao da comunicacao, e uma economia liberal americana tem causado este fenomeno em varias areas.

De vez em quando acontecem ofertas que causam conflitos.

E a realidade.

Alguém que tenha medo da concorrência apenas porque os aparelhos fotográficos se tornam mais baratos não deve ser um profissional muito bom.

Só porque a pessoa tem acesso a uma câmera profissional ela não vira fotografo profissional. Entendo que agora com muitas pessoas com acesso a câmeras DSLR, muitos tentam entrar no mercado. Isso pode ser um inconveniente temporário. Mas se o seu cliente da trabalho a outro (e não só a uma vez), o serviço prestado obviamente e melhor que o seu, ou e mais barato e dentro do padrão que o cliente espera.

Não tem como evitar novos concorrentes desta forma por muito tempo. A unica forma de se proteger contra a concorrência é oferecer um custo/beneficio ótimo. Isso não significa “ser barato”. Isso significa que o cliente tem que enxergar seu serviço tão bom que vale a pena pagar seu preço.

Tem trabalhos simples onde uma pessoa tirando fotos no modo automático até que pode ser suficiente. Qualquer pessoa com uma câmera (até as vezes com um celular) pode fazer. E outros onde é muito importante ter o profissional certo. Tanto como não todos os fotógrafos profissionais são ideal para qualquer trabalho. O especialista em casamento, provavelmente não faz o seu melhor trabalho em fotografia de produto, o fotografo de paisagem/natureza provavelmente não é ideal para retratos, etc.

Vc descreveu perfeitamente como funciona o mercado, nao do da fotografia mas qualquer mecado. O objetivo de toda empresa eh sobreviver a competicao, e nao pensar na acrreira de um publico que compra seu produto para ser quebrado pelo competidor.

Mas vamos ver a questao por outras perspectivas.

A primeira perspectiva eh a mais simples, que seria supor que nenhuma marca de camera competisse entre si, o que so seria possivel com um numero muito limitado de fabricantes/marcas. E nenhuma delas fizesse cameras de baixo custo e menor qualidade. Isso faria com que nao houvesse popularidade da profissao e os profissionais poderiam continuar cobrando seus precos compensadores. Mas por outro lado, isso tambem significaria que nao teriamos formato 35mm ou mesmo cameras digitais. Lembrando que a popularizacao das cameras comecou com Kodak, Agfa, Adox, entre outras, na epoca em que formato 35mm ainda nao existia.

Uma segunda perspectiva, o fato da Nikon ter sido a camera referencia para profissionais por causa de sua qualidade, ate que um dia os profissionais em massa migraram para a Canon que inventou a guerra dos MP e Full-Frame como referencia de qualidade. A Nikon poderia ter mantido seus precos e qualidade enquanto perderia vendas e inevitavelmente reduziria seu status para se parelhar a marcas como Pentax ou Hasselblad (ou nem isso quebrando e fechando as portas para o mercado fotografico de vez). A Hasselblad que de qualidade deixou a desejar por decadas, vendendo cameras caras so por causa do nome e de suas edicoes especiais limitadas, e Hoje a Hasselblade nao passa de apenas uma marca ela ja nao produz lentes, cameras nem nada.

Uma perceira perspectiva. Os proprios profissionais largaram mao da qualidade em busca de meior comodidade, velocidade, etc. Afinal de contas, o foto-jornalista ou fotografo editorial que entreguasse o resultado mais rapido passou a ser mais valorizado pelas empresas. No final das contas, os fabricantes nao estavam apenas atendendo a demanda do publico amador por precos mais baixos, mas sim a demanda do publico profissional.

A Nikon pode agora nao estar conseguindo mais vender cameras como antes. Mas ela sobreviveu tal competicao ate aqui atendendo a demanda do mercado.

E da mesma forma que as marcas precisam se adaptar ao mercado para sobreviver, tambem precisam os fotografos. Nao adianta querer proteger a profissao e salarios dos fotografos, ignorando a demanda e natureza do mercado, apenas para que tais profissionais tenham o comodismo e vantagem de nao precisarem se adaptar e competir na nova realidade.

Foi o que a Kodak e outras fabricantes de filmes fizeram quando as cameras digitais de baixo valor e menor qualidade se popularizaram. E nao vejo ninguem se lamentando de usar cameras digitais que fecharam tantas industrias e empbreceram tantos fotografos.

O mundo muda. Quem nao se adapta morre.

Nao so hobby, mas tambem para os profissionais. Imagina o custo das agencias e publicacoes pagando fotografos que tem que pagar por seus equipamentos caros, o que afeta empresas e consumidores tambem.

O fotografo que aparece com um equipamento que mostra resultados mais rapidos por menor custo, mesmo tendo menor qualidade o que na maioria dos casos nao afeta o resultado do trabalho, saira na frente nos negocios com publicacoes fechando editoriais em cima da hora.