Que beleza hein!? ![]()
Achei que ele só fazia reparos em Leica.
Que beleza hein!? ![]()
Achei que ele só fazia reparos em Leica.
Minha 2.8F chegou um pouco antes de eu sair em viagem. Desse modo, não mexi com ela até a volta. Apesar do estado 0km que ela estava, o tempo cobrou seu preço. O obturador não estava disparando e havia um “embaçamento” na objetiva inferior.
Muito provavelmente, se devia ao famoso fenômeno da sublimação do lubrificante antigo. Probleminha bem chato…
Aí procurei pela Internet e encontrei um blog do próprio Celso Eberhardt com depoimentos de vários clientes. A maioria, serviços em Leica. Mas tinha um depoimento sobre Rolleiflex.
Contatei o mestre mandando fotos da camera e narrando o problema. Mandei a camera no dia 18/04 e ontem fui retirar no Correio.
Meu receio, naturalmente, era que o revestimento da camera não suportasse a remoção, mas é simplesmente impossível dizer onde houve a remoção e recolocação. Tudo perfeito!
Hoje coloquei um filme “estragado” nela que uso pra teste…
As Rolleiflex pós-guerra, mais conhecidas de modo geral como AUTOMAT, são incríveis…
Na maioria das TLR, quando se coloca o filme, é necessário avançá-lo com a camera aberta até que duas setas de referência no papel-guia do filme se alinhem com dois pontos dentro da camera.
Nesse momento, se fecha a tampa e começa-se a avançar o filme até chegar na posição 1.
Como comparação, na minha Flexaret III, é necessário achar essa posição 1, lendo diretamente no papel-guia do filme, visível através de uma janela de vidro vermelho no centro da tampa traseira. Daí pra frente, avançar para o próximo quadro a cada foto tirada, sempre olhando a janela, pois o automatismo de frame dela não funcionava direito… Ah! Sempre lembrando, que na Flexaret III, não há relação entre avanço de filme e rearme do obturador. São operações independentes.
Na Flexaret VI, é necessário “casar” a marca do papel com o corpo, fechar a camera e girar continuamente o botão de avanço do filme até que ele pare imobilizado. Nesse momento a camera está no frame certo e com o obturador armado. A cada foto tirada, basta avançar o filme até o botão parar novamente. Houve aqui um grande progresso.
Mas na Rolleiflex, a coisa é impressionante… Não é necessário “casar” a marca de referência do papel-guia. Basta engatar a ponta do papel no carretel superior certificando que não escape. Aí fecha-se a tampa e gira-se a manivela de avanço até que ela pare. A camera estará automaticamente no frame 1.
Mais um detalhe interessante… Quem já observou um fotógrafo usando uma Rolleiflex, sabe que após avançar o filme, é necessário voltar a manivela pra trás até a posição de repouso…
Essa “marcha-a-ré”, é necessária, pois é nesse movimento que o obturador é armado! Sem retornar, temos filme avançado mas o obturador ainda não estará em situação de disparo.
Outra característica interessante… O filme é avançado, girando o carretel de cima, ou seja, o carretel de RECEPÇÃO. Na medida em que se avança o filme, o carretel vai ficando “mais grosso”, pois o diâmetro do filme+papel enrolado vai aumentando com o acúmulo. Isso provocaria um espaçamento irregular entre os frames, certo? Pois é… O curso da manivela, MUDA CONFORME O FILME VAI AVANÇANDO…
Saber quando o filme realmente começa e variar o curso da manivela, são duas características que exigem uma “inteligência” da camera. Para tanto, são necessários “sensores” de espessura do conjunto filme + papel para detectar o momento de parar no primeiro frame e de diâmetro do carretel de recepção.
Fazer isso com a tecnologia atual, seria algo até simples… Os caras fizeram isso MECANICAMENTE na década de 30 do século passado…
Cara, mecanismos elaborados desse tipo existem desde a antiguidade, não é nada de excepcional terem feito isso na década de 1930… Veja os relógios astronomicos de Praga (1410) e de Berna (1220), são prodígios da mecânica e matemática.
O que me admira mesmo é que hoje em dia, sem um microprocessador a galera não sabe nem mais piscar um led…
Fora isso, parabéns pela câmera, aguardando aqui as fotos rsrsrs…
Entendo o ponto. Entretanto, contextualizando na década de 30, especificamente em cameras fotográficas TLR, nenhum mecanismo dito “de automação” chegava sequer perto disso. A automação da Flexaret VI (só pra citar um exemplo), não chegava nem perto.
Aliás, a própria Rolleiflex em algum momento perdeu a mão da coisa… Após a falência a empresa trocou de mãos e resolveram retomar a produção. Foi quando surgiu a 2.8 GX, que mesmo “modernizada”, perdeu o automatismo do início do filme, voltando às tradicionais setas de referência do papel guia, pois simplesmente não conseguiram retomar a precisão necessária pra manter a característica.
Com relação à geração “Powered by Arduino”, estou 180% de acordo!
Amanhã, colocarei uma bobina de Ilford HP5 que trouxe do Canada ano passado e ela vai trabalhar…
Eduardo, concordo com você, a Rollei perdeu a mão depois que lançou a Rolleiflex SL35 em 1970. Depois só veio porcaria, literalmente. A SL35-M então me dá calafrios. Tanto a câmera quanto as objetivas QBM “de três pinos”, a construção mecânica é incrivelmente ruim em toda a linha.
Tenho uma SL35 e diversas objetivas QBM, as de 1a geração “1 pino” são bem decentes , mas as últimas chegam a desmontar na mão, o projeto mecânico e a execução são uma brincadeira de péssimo gosto.
Durante muito tempo persegui uma SL35 pra comprar… Acabei desistindo pois nunca achei uma que estivesse num estado minimamente razoável. E isso é uma redflag, pois nem toda camera foi mal cuidada. Quando vc não encontra NENHUMA que esteja boa, é sinal que nem mesmo bem cuidada ela sobreviveu…
Uma que tenho curiosidade mesmo, é uma da geração 6000. Mas se tiver alguma por aqui, vai custar um rim e meio…
Então… Parece difícil, mas não é ;-)))))
Quando ensinei meus filhos a fotografar com minha velha Minolta SRT-102, Eles acharam complicado no início. Mas logo entenderam que metade desse malabarismo todo, acaba passando para o cerebelo e você acaba fazendo involuntariamente.
O mais velho, digitalizou totalmente. Hoje trabalha com engenharia de software para aplicativos de celular e nem no Brasil vive mais… O mais novo, fez faculdade de Jornalismo. Quando foi cursar uma disciplina de fotojornalismo, entendeu finalmente que trazer no feeling conceitos de luz e profundidade de campo, dava um push violento na coisa.
Tenho receio de automatismo excessivo. Na faculdade, tive um professor que dizia: “Quando você projeta um equipamento que pode ser utilizado até por um idiota, ele só vai ser operado por idiotas”…
Rapaz, se eu soubesse ! Até pouco tempo atrás estava com DUAS aqui a venda, uma black, Singapura e outra chrome Germany, impecáveis, revisadas pelo Medaglini durante a pandemia e sim custou uma nota, mas valeu cada centavo (na verdade quase mil pratas cada uma).
A SL35 é uma câmera muito, muito boa mecanicamente.
Acho que sou da sua geração Eduardo. Comecei meu hobby lá pelos 80s com uma Pentax KX zero Km e a cinquentinha.
Também curto o ritual descrito no cartum quando saio para fotografar, em particular com filme. Repetindo o que já falei em algum lugar, sempre comparo isso ao pescador que usa caniço e anzol, quando poderia adquirir peixe no mercado.
Entendo também a busca pelo automatismo por pessoas que precisam/dependem dele, destacando o campo profissional.
A Kodak sacou que muita gente só queria se preocupar com o click quando cunhou o slogan “Você aperta o botão e nós fazemos o resto”, ~120 anos atrás.
Acho que o maior ganho (talvez) da fotografia atual está no pós processamento. O que se tem de retorno hoje com os sw de edição era impossível de conseguir/conceber antes pelos hobbistas como eu ou mesmo pela grande maioria dos profissionais.
Concordo totalmente contigo em relação ao automatismo no campo profissional. Hoje, resultados fantásticos só são possíveis graças ao automatismo (ex: foto do Gabriel Medina pulando da água com a prancha no ângulo certo).
O que me pega com o automatismo para um profissional, é o “embrutecimento de princípio”. Explico: Muitos profissionais ao se acostumarem com o automatismo, perdem a essência operacional. Isso talvez não seja problema para um fotógrafo, mas dois dos piores acidentes aéreos da atualidade (AF447 e TAM3054), aconteceram exatamente em função de profissionais que estavam tão automatizados, que simplesmente não souberam o que fazer numa situação básica…
Isso.
Ninguém ainda hoje, que tenha frequentado uma escola, é permitido usar calculadora sem saber a tabuada.
Mesmo no uso dos sw de edição que mencionei, uma boa teoria dos tempos do analógico, de otica, etc. ainda vale como base para tirar proveito dos recursos oferecidos.
Tirei algumas fotos neste f.d.s. … Pegando o jeito da “alemoa”… Mas o melhor de tudo foi a legião de incrédulos vindo perguntar o que era aquilo…
Uma SLR, não chama tanta atenção assim, pois parece uma camera atual, mas TLR pira a cabeça da molecada…
Hahaha ! Não te perguntaram quantos megapixeis ?
Não, mas perguntaram como fazia pra ver a foto logo depois do clique…
E ainda deram pra molecada uma saboneteira com auto winding… Queria ver se eles tivessem de carregar o filme avançando na unha…
Vocês conhecem o sr Perez ? Que tal ?
Se for o Peres da Anatec, já usei sim mas já tem mais de 20 anos. Foi em uma Pentax travada com vazamento de luz. Chegou toda ajustada: (obturador, fotometro) e limpa.
Foi recomendada pelo Braga.SP lá do Esquina da Foto, lembra?
Se for mesmo a Anarec dá uma confirmada se ainda estão em atividade pois aparece 'fechada temporariamente ![]()
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O Sr. Peres já tinha alguma idade quando falei com ele naquela época.