O fotógrafo artista

Um tema que considero polêmico e paradoxal.

Percebo que na fotografia há dois nichos, duas tribos. O pessoal que frequenta Wedding Brasil e congressos digamos, mais comerciais, e também temos a galera que frequenta festivais como Paraty em Foco por exemplo. Ambos com palestrantes e workshops com temáticas bastante específicas.
Tive a oportunidade de participar uma vez do Paraty em Foco e percebi que a galera que estava por lá era um pessoal totalmente diferente, descolado, altruísta, socialista. Muita maconha! Uma galera mais de esquerda mesmo. Não curti muito, me senti meio fora do contexto. Achei uma viagem!!! Como pagar as contas fotografando temas complexos, autorretratos do vazio que permeia a nossa alma. Como colocar comida na mesa sendo um fotógrafo artista? Será que dá?

:ponder:

Os melhores artistas são aqueles que passaram perrengue. Hoje vivem na história da humanidade.
Por outro lado, grandes fotógrafos de casamento morreram de barriga cheia mas anônimos, e permanecerão assim.

Com um pouco de sorte, dá pra viver de arte, sem dúvida, mas precisa ser autêntica e expressiva.
:snack:

Fui no paraty em foco, e não vi ninguem fumando maconha lá não :hysterical:
Eu vejo da seguinte forma, fotografia de eventos e ensaios ja tem um caminho certo a seguir, e seria o jeito mais fácil de viver de fotografia, porém eu acho que ‘mata’ a criação artística, pois nesses você não tem muita liberdade.
Por outro lado a fotografia artística,seja de natureza, retratos,viagens,street, etc… é um caminho que você tem que fazer você mesmo, pois não existe uma fórmula de como viver disso, e são poucos que conseguem. Ai é que entra se tu quer realmente viver disso ou ser somente um hobby.

Eu concordo com essa dualidade de fotógrafo comercial e fotógrafo “de arte”.

Quanto ao aspecto financeiro de viver da sua arte, isso é o mesmo pra qualquer outro artista, não só o fotógrafo. Você pode fazer algo mais comercial e sobreviver, ou fazer algo mais pessoal e ser o eterno artista da fome.

Ou você pode balancear os dois. O faz um trabalho tão extremo, que até como artista celebrado ele tinha dificuldade de vender as fotografias que fazia, e pelo menos no início da carreira ele era fotógrafo de estúdio e fotógrafo de arte em paralelo, provavelmente para poder sobreviver. Fotojornalistas bons conseguem fazer os dois; tem fotografias em museus e galerias de arte, mas é essencialmente um jornalista.

Foda é querer ser artista e fotógrafo de eventos ao mesmo tempo. Esse tipo de fotografia deve ser a mais travada de todas. Ninguém quer que você faça fotos sombrias sobre a condição e miséria humana num casamento… eles querem fotos fofinhas e bonitas e super bem iluminadas onde tudo é lindo. Não tem espaço pra subjetividade ali.

Hahahahahah com certeza!!! Esse paradoxo é complicado. Eu admiro muito os fotojornalistas e acho q esse é o único ramo fotográfico no qual o cara consegue pagar as contas e criar fotos magistrais artisticamente. Fotografar eventos? Arrrgh… Eu acho muito chato cara rsrsrsrs

Também noto isso, quanto mais comercial é o tema, mais focada é a galera.

Rapaz, atruismo e socialismo numa mesma oração, só mesmo em um fórum de fotografia, kkkkk. Quanto a maconha, lá em Paraty sempre tem, experimenta ficar para fotografar depois que o sol se pôe… não dá para pôr só na conta do PEF. Se for para os lados do Cachadaço, Trindade, etc… aí então é que você não fica sossegado.

Acho que só avaliando perfil, mas a minha percepção é de que no PEF tam mais gente focada na produção artística que na produção comercial (pessoas que não dependem da fotografia para subsistir), diferente do WB. Da última vez que fui no PEF, fomos em quatro, todos servidores públicos e dos quatro, só eu que acabei também fazendo fotografia profissionalmente…

Hahahahahaha com certeza! Tb sou funcionário público. Engraçado que eu fui lá esperando uma coisa e fui surpreendido. Na primeira palestra que eu fui estava lá o Evandro Teixeira (na minha opinião o maior fotojornalista do Brasil) e uma senhorinha de cabelo branco, fotógrafa tb e bem conhecida no meio artístico (esqueci o nome dela). O Evandro vinha bem contando um pouco da sua vida e do seu trabalho quando a senhorinha começou a xingar a polícia e falar dos camaradas da revolução. rsrsrsrsrs

Foi legal como evento imersivo. A cidade realmente respirava fotografia, mas voltei pra casa com um aprendizado: Aquele não era o meu mundo rsrsrs.

E pq não poder ser os dois, fotógrafo de eventos, ensaios, etc e no resto do tempo exercer sua criatividade em outro estilo fotográfico?

Haja tempo!!! rsrsrsrs

Fotografos conceituais renomados, de tempos em tempos fazem trabalhos comerciais para conseguir pagar as contas. Mas veja que nao levam as duas atividades de maneira paralela. Ficam no conceitual e quando o dinheiro aperta, faz algo comercial, que gracas ao seu nome conseguem trabalhos em que possam utilizar de sua linguagem. O que faz ate mesmo que muitos confundam com coneitual mas eh comercial… Igual aquelas fotos em revistas de moda onde ha pessoas que nao percebem que nao eh conceitual, mas mera propaganda publicitaria, se utilizando de uma linguagem de um fotografo conceitual.

O problema é chegar até lá e ser renomado para ter esse luxo né? rsrsrs
Não me recordo de algum fotógrafo conceitual (artista) brasileiro que flerte com o comercial. Vc sabe algum?
Sei do Bob Wolfenson q as vezes larga a moda e se envereda na publicidade… Mas um fodão tipo um Scavone, Salgado etc… Não me recordo.

Eu tambem nao sei.