Qual o status da fotografia analógica atualmente?

Já faz alguns anos que faço fotografia analógica influenciado por uma curiosidade de ter uma câmera de médio formato sem gastar uma fábula de dinheiro para isso. Os equipamentos se acumulavam a preços módicos, o filme era barato e haviam algumas boas opções para revelar, ampliar ou escanear meus filmes aqui no Rio de Janeiro onde vivo.

Segui fotografando, conheci pessoas que compartilhavam do mesmo gosto, aprendi sobre revelação e muitas outras coisas que permeiam a fotografia analógica, comprei até um scanner.

Um bom tempo depois veio a pandemia, a coisa no Brasil piorou, mas no mundo, bem no mundo parece ter se agitado com novas emulsões, novas câmeras, youtubers e todo um mercado voltado para a produção analógica até mesmo em super 8.

Aqui no Brasil surgiram novos laboratórios com boa qualidade, mas aqui no Rio a coisa vive meio que num estado zumbi, esquisito. Como vocês vêem a fotorafia analógica no estado de vocês?

Há mais ou menos uns três meses voltei a fotografar com filme em uma Fed2 que apareceu do nada por uma pechincha. Infelizmente ela começou a sentir as consequências do tempo, com vazamento de luz e algumas velocidades mal sincronizadas. Mas o estrago em mim já tava feito: o processo de fotografar com câmera analógica é realmente apaixonante!

A partir daí fui atrás de uma câmera em condições funcionais. Chegou tem pouco tempo e terminei o primeiro rolo de filme no último final de semana, um Kodak Ultramax 400 vencido lá pelos idos de 2010 que adquiri em um laboratório aqui de Brasília. Até o final dessa semana levo pra revelação. Ansioso pelos resultados. E já carreguei a câmera com outro rolo de filme, dessa vez um Fuji Superia 200.

Intenção é continuar me divertindo com a fotografia de filme. Sigo com meu equipamento digital para jobs esporádicos - estou afastado do fotojornalismo, dedicado à assessoria de imprensa agora - mas gosto muito de fotografia. E esse retorno às câmeras de filme, junto a todo estudo que a fotografia analógica requer, reacendeu em mim a paixão de sair por aí observando o mundo em busca de imagens que façam significado pra nós e, com sorte, para os outros também!

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Meu plano era retomar a fotografia pelo lado analógico. Sou uma pessoa que não tem celular, usa TV de tubo, um computador com Windows XP (qualquer hora dessas talvez eu precise atualizar o sistema, mas se sim, vou usar Linux|), tenho discos de vinil em casa e o toca-discos. Meu marido e eu somos quase que inteiramente analógicos. Eu cheguei a comprar inclusive uma “saboneteira”, mas ainda sequer testei por falta de tempo. Aqui em São Paulo temos vários lugares com filmes analógicos, eu sempre compro eles Galeria 7 de Abril. Mas, sempre são os mesmos filmes da Fuji (Fuji Superia ISO 200 ou ISO 400), é difícil encontrar material fotográfico além disso. Fora isso, é difícil encontrar locais para revelação, embora eu já tenha escolhido um onde sempre revelo as fotos. Gostaria de encontrar um lugar que amplia fotos ainda de forma analógica, mas é bem difícil (e caro!).

Eu comprei uma Nikon D90 para voltar a fotografar, já que não fotografava desde que larguei o celular, propositalmente por não ser uma câmera tão nova. Estou aprendendo por fotografia hobby, mas a falta de tempo me pega. Mas, isso não tirou meus planos de fotografar analogicamente, inclusive por toda a emoção de aguardar as fotos, ainda mais para uma iniciante como eu.

Fora isso, por causa da série “Mundo da Lua” (o pai do Lucas tinha um laboratório fotográfico em baixo da escada), eu sempre quis aprender a revelar fotos analógicas em casa. Talvez um dia, né?

(Pessoal, me desculpa se eu saí um pouco do propósito do tópico :neutral_face:)

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que legal Renato, acho que é sempre ótimo se conseguir reativar a paixão pela fotografia.

Aprendi a fotografar com meu finado pai. A camera era uma velha Meopta Flexaret IIIa para filme 120. Passei mais tarde pra uma Minolta SRT-102, que “morreu de véia”… Com o advento da fotografia digital, praticamente abandonei a fotografia. Aí, descobri que eu não tinha deixado de gostar de fotografia e sim que eu gostava demais de fotografia química (a.k.a. “analógica”). Adquiri novas cameras e reconstruí meu laboratório. A alegria voltou!

Hoje estou com 4 cameras SLR (Nikomat FT2, Nikon F2, Nikon F4 e Nikon F5). Estou restaurando uma Meopta Flexaret VI pra voltar a brincar com médio formato e tenho planos de adquirir uma Mamiya 645…

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Que relato maravilhoso ! Eu não “vivi” de maneira consciente a fotografia analógica, é claro que a vivi como hoje pessoas leigas usam seus celulares para fazer fotos, mas só vim a me interessar por fotografia mais tarde, já na era digital, pelos idos de 2004/2006.

Atualmente faço muita fotografia analógica, adoro, para mim é uma higiene mental num mundo tão acelerado e volátil. Tudo é efêmero, fulgaz. Então pensar no quadro, pensar mais naquilo que você está fazendo, se conectar ao momento, não gastar seus “cliques” com qualquer coisa (embora eu sempre gaste), tudo isso te conecta mais ao momento, te faz apreciar um passeio, coisas que hoje em dia neste mundo tão conectado estão cada vez mais difíceis.

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Bela 303!!! Quase idêntica à minha finada 102. Por falar niso, sempre considerei a Minolta como uma marca sub valorizada. Comparando uma SRT-102 com minha Nikomat FT2, a SRT ganha de 1000x0. Não à toa, a Sony comprou a Minolta pra aprender como se fazia cameras de verdade…

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Filme e vinil sempre!!!

Duas dicas pra você:

  1. Quer filmes fora do mainstream? A Angel Foto tem. Sugestões: Aerostill 100 (Aerocolor rebobinado por eles) e Ferrania P30;
  2. Comece a planejar teu laboratório. Diferentemente do que a maioria das pessoas pensa, não é necessário vender o rim pra montar um bom laboratório em casa. Se tiver dúvidas, use e abuse das perguntas…
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Oi Eduardo, tudo bom?

Eu imagino que não seja tão caro montar um laboratório, mas a parte mais difícil é ter um é o espaço físico. O espaço acaba ficando apenas para aquela finalidade. Agradeço pela dica dos filmes. Mal vejo a hora de voltar a fotografar com câmera analógica e quem sabe até ter uma SLR. Com o relato de vocês, me lembrei que o gosto por fotografia veio com o hobby do meu pai, com uma Yashica, a qual ele inclusive tinha duas lentes. Logo irei postar, com autorização dele, as belíssimas fotos analógicas que encontrei na coleção, e até mesmo digitalizar uns negativos perdidos (mas pelo que olhei contra a luz, lá só te foto de quando eu era pequena).

Atualmente, quem fotografa analogicamente, mas não chega ser um hobby, e sim fotografias de família em ocasiões especiais, é o meu marido. Inclusive, no dia do meu casamento eu pedi para o fotógrafo fazer uma foto do Diego tirando uma foto minha com a câmera analógica, e também irei postar, pois achei que aquela foto resume um pouco a nossa história analógica.

Sobre a parte digital, eu estou também aproveitando bastante. É mais fácil aprender com o digital, e eu estou me divertindo muito.