Frase

Permitam-me chamar a atenção para um dos mais freqüentes erros que se comete quando se trata de fotografia: o erro de se classificar trabalhos de alto nível como profissionais, e usar o termo amador para transmitir a idéia de produção imatura e para desculpar fotografias pobres e detestáveis. Na realidade, quase todos os trabalhos de alto nível estão sendo feitos — sempre foram feitos — por aqueles que estão seguindo seu amor pela fotografia, e não meramente por razões financeiras. Como o nome subentende, o amador é aquele que trabalha por amor; e visto sob este ângulo, o erro da classificação popular fica totalmente aparente.

Alfred Stieglitz


Transcrito do site do Ricciardi www.ricciardi.eng.br

Perfeita colocação!!! :thmbup:

E isso não vale só para fotografia…

Já tinha lido essa frase do Stieglitz. Ela faz bastante sentido, ainda hoje. Claro que ela não vale para tudo; imagine se fôssemos comparar um médico “profissional” e um médico “amador”. Mas na fotografia, até o produto final do profissional e do amador são muito diferentes.

É fundamental entender que o profissional atua em função de um resultado ideal esperado, muitas vezes pretederminado por outros (clientes, diretores de arte) e não por ele mesmo. Já o amador tem a vantagem de poder atuar de acordo com o que lhe interessa e lhe agrada.

É muito mais fácil ter um bom resultado quando se tem um escopo mais amplo de possibilidades de atuação do que dentro de um roteiro.

Po, verdade…Boa colocação! Nunca tinha reparado isso!

Quase todos aqui, então, vão ser sempre amadores! Mesmo que sejam profissionais (como profissão, claro :laughing: )!

Abraços!

ALELUIA!!!

:clap: :clap: :clap: Adorei Ivan!

Já conhecia esta idéia, embora não me lembre de ter lido propriamente a frase citada.
Justamente para evitar o senso-comum pejorativamente direcionado ao termo Amador é que me defino como um Entusiasta.

Não tenho o rigor, o equipamento e o controle de qualidade que um profissional precisa. Busco a qualidade que posso com o que tenho. Fotografo muito, fotografo porque gosto, fotografo porque quero mostrar algo às pessoas, fotografo com entusiasmo. Sou mesmo um entusiasta.

Bem, eu sou um amador. Não existe razão prática nenhuma para fotografar a não ser meu desejo de fazê-lo.

Bem, eu sou um amador. Não existe razão prática nenhuma para fotografar a não ser meu desejo de fazê-lo.
Interessante, já tinha visto a frase ou a idéia mas não conhecia o autor.

“Não existe razão prática nenhuma para fotografar a não ser meu desejo de fazê-lo.”
Exatamente. Perfeito. Conseguiu expressar com exatidão meu sentimento. Acho que eu não conseguiria uma melhor definição.

's

Bem, eu sou um amador. Não existe razão prática nenhuma para fotografar a não ser meu desejo de fazê-lo.
Ivan, permita-me provocá-lo um pouco, pois acho que a motivação para a fotografia rende assuntos muito interessantes. Dentro da maior parte das abordagens psicológicas, dizemos que nossas ações são determinadas; o que varia entre elas é onde está essa determinação. Ou seja, dizer que "eu faço isso porque gosto", na verdade é uma explicação que passa ao largo do que seria o real motivo para agirmos. De onde vem (ou para onde vai) o seu desejo de fotografar?

Rodrigo:

As pessoas tendem a gostar das coisas que para elas são fáceis, mesmo quando propositalmente as fazem de forma difícil (é um difícil fácil, um colocar a vara em uma altura que sabe ser ultrapassável).

Tenho uma longa história ligada à forma. Desenho desde criança, provavelmente naquele tempo desenhava para ganhar afagos e elogios de meus pais e avôs, como toda criança. Isso criou talvez um “sucesso” pequeno, sucesso infantil, que com caracteristicas de imprinting criou uma tendência de desenhar, de lidar com forma, de interessar-me por artes plásticas, arquitetura. Da mesma forma, também creio por circunstãncias familiares (pai arquiteto e avô engenheiro), tornei-me mais ou menos adestrado em ciências exatas, em mecanismos, em funcionamentos. De certa maneira, a fotografia é uma junção do desenho com a tendência técnica, ao qual foi acrescido o aspecto oriundo da leitura no que tange ao drama e narrativa da cena.

A resposta: “Por que fotografo?”, eu responderia: “Porque hoje tenho grande parte das formações necessárias para fazer isso com alguma facilicdade.”. Por outro lado, isso mantido em um nível impreciso de exigência, isto é, sem necessidade de produzir esta ou aquela foto para vender e viver dela, permite-me brincar em um território vasto, interessante e sem compromisso".

Dizendo a coisa de forma mais gaiata: “Fotografo porque não sou fumante!” -risos. É um espaço de brincadeira e divertimento.

Já maduro, talvez a resposta certa seja: “inventamos aventuras para viver a vida”

Ivan, acho bastante interessante a sua resposta. Acho acertado ir além do “faço porque gosto” e procurar na história de vida, nas influências pessoais e nos erros e acertos os porquês daquilo que fazemos.

Gostaria de aproveitar estender a pergunta aos outros, também.

Rodrigo:

Então vamos fazer o seguinte… E você? Por que fotografa? Por que fotografa e pensa na fotografia como pensa?

Gostei do desafio… mas precisarei pensar por um tempo até formular uma resposta concisa.
Creio que já comecei a forjar a resposta no último post… mas ainda cabe algumas colocações.

Gostei do desafio... mas precisarei pensar por um tempo até formular uma resposta concisa. Creio que já comecei a forjar a resposta no último post... mas ainda cabe algumas colocações.
Manda ver!

Tentando responder a pergunta.

fotografo como forma de expressão, tenho uma dificuldade imensa de me expressar falando, então sempre fiz isso de forma escrita, a fotografia apareceu como mais uma forma de expressão, que tem me possibilitado passar mensagens que antes eu não conseguia, apesar de querer.

Rodrigo:

Então vamos fazer o seguinte… E você? Por que fotografa? Por que fotografa e pensa na fotografia como pensa?


Ok, vamos lá. Como um bom psicólogo comportamental, preciso começar pensando que fotografo e penso na fotografia porque estive e estou num ambiente que favorece isso.

Há a influência do meu pai e do meu tio, que sempre gostaram de fotografia. Meu pai usava uma Pentax K1000 e eu, quando criança, não entendia porque as fotos que tirava com as câmeras automáticas que eu tinha não saíam como as dele. Meu pai é desenhista, então sempre houve em casa essa coisa da criação.

Junto com isso, tive uma formação por parte dos meus pais em que sempre esteve presente o contato com a arte, especialmente museus, livros, concertos e exposições de artes visuais.

Já minha formação acadêmica fortaleceu em mim o gosto pela leitura e pela escrita, o questionamento e a crítica. Comecei a ler e escrever muito cedo.

Acho que esses elementos foram os que possibilitaram, dentro de uma determinada condição, que fosse possível esse gosto pela fotografia. Essa condição apareceu especialmente no contato com a Tati, minha noiva, que também foi um modelo de criatividade e experimentação. Quando comecei a fotografar, continuei pelo simples fato de que as pessoas gostavam das minhas fotos.

De lá pra cá, no entanto, a fotografia tem se tornado uma coisa mais íntima, que me satisfaz quando consigo representar através dela algo que reconheço como verdadeiro na minha relação com o mundo que me cerca. Ou seja, já não me basta que gostem de minhas fotos (exceto quando são pessoas a quem prezo muito); há um caráter de representação que procuro atingir, e talvez tenha a ver com o que o Alex falou. Essa “representação” não se limita a um ponto de vista, mas a fatores intangíveis presentes tanto na minha percepção como no resultado da captura fotográfica. Nas fotos que eu fiz da , por exemplo, fiquei contente com o resultado, pois há nelas algo — no corte, nas sombras, nas formas, na profundidade de campo — que mostra um pouco a maneira como concebo a cidade. Ainda é um princípio, mas em que já vejo um pouco desses elementos não-tão-formais aparecendo.

Leio, penso e escrevo sobre fotografia porque acho que esse conhecimento me faz entender melhor aquilo que faço e procuro e, de alguma forma, isso acaba modificando o que eu produzo.

Isso ai Ivan! Eu também sou amador mas posso falar de fotografia com qualquer um,fotografia é uma forma de ver o mundo.Dê uma passada no meu blog o texto fala disso.

Isso ai Ivan! Eu também sou amador mas posso falar de fotografia com qualquer um,fotografia é uma forma de ver o mundo.Dê uma passada no meu blog o texto fala disso.
Dado, se você postou lá um texto de interesse, por favor, transcreva aqui que é mais útil ao debate para todos.

Abraços,
Ivan

Já conhecia esta idéia, embora não me lembre de ter lido propriamente a frase citada. Justamente para evitar o senso-comum pejorativamente direcionado ao termo Amador é que me defino como um Entusiasta.

Não tenho o rigor, o equipamento e o controle de qualidade que um profissional precisa. Busco a qualidade que posso com o que tenho. Fotografo muito, fotografo porque gosto, fotografo porque quero mostrar algo às pessoas, fotografo com entusiasmo. Sou mesmo um entusiasta.


Expressou o que é fotografar de forma resumida.