Minha primeira ML foi a EOS M50… Antes eu tinha uma 70D e uma 5D clássica que troquei com o Cheferson pela SL2. Vendi a 70d e a Sl2 e peguei a M50.
Ela é uma camera muito boa, pequena no tamanho mas muito versátil em tudo. De lambuja ainda tem o EVF (visor eletrônico) que permitir uma focalização igual as das DSLR com a vantagem de poder ver em tempo real como está ficando a exposição. Aqui existe um detalhe… a exposição mostrada pela câmera na verdade é uma simulação, pois se está mais claro ou com uma velocidade de captura mais lenta, o que a câmera faz é ajustar o ISO No visor.
A M50 tem cores bacanas, é rápida (10 fps), mas peca por não ter mais dials. Suas irmãs M5 e M6 tem isso (dial fica em torno do botão de disparo e do SET/OK, além do dial de compensação de exposição). Eu diria que ela é a câmera ideal para um entusiasta, ou quem quer levar para a viagem. Tem uma boa variedade de lentes pois aceita lentes Canon EF-M e todas as EF/S comuns além dos fabricantes paralelos tipo Sigma, Viltrox, etc.
Um acessório que eu acho muito bacana é o adaptador Speedbooster. Ele transforma a M50 em 90% ela em uma Full Frame, ganhando 1 ponto de luz em qualquer lente Full Frame e reduzindo o fator de corte de 1,6 para 1,1x. Ele é sensacional! Uma lente 50mm f1.4 fica com enquadramento praticamente da 50mm na FF mas com abertura de f1.0! é absurdo. Uma 24-105 F4, com ele acaba virando uma F2.8, então não teria nem muito porque gastar mais para se ter uma lente assim mais clara.
O que é rum dela é que não tem como colocar um Grip de bateria, não é que nem a 6D que você remove a tampa da bateria e insere outra , nela a porta da bateria é tipo fixa. Se tivesse como por o grip, ficaria com uma ergonomia muito boa.
Para quem faz ponto de passaro, ela talvez não seja tão boa, pois o sistema de foco apesar de ser bem superior do que os das DSLR, ainda tem uma certa dificuldade para focar assuntos assim tão complexos. Se o pássaro estiver entre galhos por exemplo, a câmera se perde um pouco para encontrar o animal, e também fica caçando o foco até encontrar o assunto.
Caso o assunto seja uma linha horizontal, ele certamente não consegue adquirir o foco devido a limitações do sistema de DPAF. O buffer dela também não é muito bom, então numa metralhada ela satura rapidamente. Outro ponto é que usar lentes Tele com ela ficam extremamente desbalanceadas devido ao peso diminuto do corpo, fica tipo diferente, vc segura a lente e apoia a câmera ao invés de segurar a câmera e apoiar a lente. O ruim é que se for uma Zoom, uma hora vc vai precisar girar o anel de zoom e segurar o conjunto pela câmera enquanto gira, definitivamente não é muito legal… Parece que você está fazendo malabarismo.
Quer uma câmera discreta e leve? pode ir de ir M50 sem pestanejar, existem boas lentes para ela que são bem pequenas e trabalham bem com os sistema de foco dela.
Falando nisso, as opções de foco são poucas, mas são efetivas. Temos 2 modos: Disparo Único e Servo, o servo é o modo que o ponto de foco vai acompanhando, diferente do One shot que foca e fica. Depois temos as opções da área de foco, que na M50 são: Área total (aqui ela ativa o foco em pessoas e olho), o modo de ponto e por último o modo de área menor (um quadrado que cabem outros 9 quadradinhos dentro). Outras câmeras (falarei mais para frente) tem mais opções de foco, mas esses 3 já são bem efetivos.
Pontos de destaque: portabilidade e versatilidade. Pontos fracos: ergonomia e o Cripple Hammer da Canon (famoso martelo de capar funções) que levou o Dual Pixel no 4k, o Log, a saída de áudio, o IBIS, o buffer e os Dials.
Depois de quase 1 ano com a M50 peguei a RP. Na época estava com medo de ser tributado e quis economizar uns R$1500-2000 ao escolhê-la à EOS R.
A RP é uma câmera sensacional. Ela ainda é muito portátil, mas ainda tem boa ergonomia. Eu diria que ela é o equilíbrio perfeito entre ergonomia e portabilidade. Se ficar maior melhora a ergonomia, mas perde portabilidade, se diminuir fica muito ruim de segurar. Ela já conta com os Dials que a M50 perdeu da M5, um pouco mais de botões e uma boa pegada.
Estou com a minha a pouco mais de um ano, e depois dela não me animei mais de pegar a 6D que eu ainda tinha como corpo reserva. O sistema de foco dela já deu uma avançada se comparado com o da M50. Ela faz foco no olho, tanto em foto quanto em filmagem continuamente. Também tem mais opções de áreas de focagem.
Acho que para quem faz fotos de ensaios ou eventos ela uma câmera que vai suprir muito bem. O que ela não é: é uma câmera para ação, pois é muito lenta na quantidade disparos que é de 4,5fps, não sei porque a Canon resolveu capar ela aqui, poderia simplesmente ter deixado com pelo menos 7 fps que já estaria razoável.
Outra coisa simples que faltou foi o disparador silencioso, também conhecido como obturador eletrônico. As vezes você precisa captar um momento sem deixar com que a pessoa que está sendo fotografada perceba, aqui certamente seriam uma alteração no software dela bem simples.
Mais uma coisa que a Canon resolveu o capar foi o modo Log e 4k… o primeiro nem existe, enquanto segundo é porcamente implementado, restringindo o sistema de foco para um sistema arcaico de detecção de contraste, igual das T4i de 10 anos atrás. Engraçado que a concorrente dela da Sony (A7 II), entrega o Modo Log e IBIS e ainda custa mais barato. Da Nikon, a Z5 ainda entrega slot duplo de cartão pelo quase mesmo preço mas sem parecer “pé de boi/corte de custo”.
A bateria dela se fosse a LP-E6 seria ótimo, mas resolveram colocar uma “pilha palito” numa câmera com sensor enorme, as mesmas usadas nas câmeras Rebel, que tem um sensor 60% menor . Caso a sessão seja um ensaio dinâmico, a bateria tem fôlego, mas se for para usar naquele tipo de foto que você fica “namorando” a composição antes de clicar ela não dá conta. Na DSLR vc consegue fotografar assim (namorando) porque o espelho não gasta bateria, você consegue visualizar a composição e até mesmo pré focar manualmente, porém na ML isso não funciona assim.
A questão da bateria é simplesmente pão durismo meu que não quis comprar uma bateria original. Eu acabei pegando 4 paralelas da Batmax + um carregador duplo pela metade do preço da LP-E17 original Canon. Elas quebram o galho, mas tem o problema de não ter o chip que mostra o percentual da bateria. As vezes ela fala que está carregada, coloco na câmera e faz 30 disparos e morre sem dar aviso e isso já aconteceu várias vezes. Eu acabo tendo que “Sobrecarregar” (dar duas cargas) pra ter mais confiança que vai funcionar. Quando funciona, é quase igual a original, mas quando dá pau, costuma ser justamente na hora que vc está com as calças na mão.
Eu tenho a feia mania de roer às unhas, então pra tirar a bateria é sempre um parto, daí chega uma hora que vai aporrinhando.
Uma coisa que tenho muito medo de acontecer é acabar a bateria numa filmagem. Dizem que se isso acontecer, só resta chorar, pois a câmera (pelo que andei pesquisando) pára de gravar e não “fecha” o arquivo, que acaba ficando corrompido com 0 bytes.
Eu gosto muito das cores da RP, muitas fotos já saem prontas do clique se bater o branco certinho. Acho que é a melhor câmera que tive nessa questão (ou talvez eu esteja aprimorando como fotógrafo, mas não sei).
Por outro lado eu não gosto da questão de ISO e recuperação de sombras, que tem haver com alcance dinâmico do sensor.
Aqui eu acho que ela deixa a desejar, em situações que você precisa fotografar muito rápido, pode acontecer de um flash falhar ou não conseguir dar tempo de reajustar uma configuração (tipo trocar muitos valores dos 3 pilares de exposição rapidamente). Se a câmera tem um bom alcance dinâmico, você consegue remediar isso na pós produção, mas a RP é fraca neste aspecto. Dá pra recuperar 1, ou estourando 2 stops, mais do que isso fica inutilizável, mesmo assim tem que puxar muito o slider de sombras, e reajustar totalmente o desembaçar, o clarity o preto, o branco e os hightlights, fora o contraste e dar um tapa nas curvas e saturação, enfim, um baita trabalho.
A borracha do visor ocular dela é bem dura/rígida, em mim fico sentindo dor na sobrancelha depois de um tempo usando.
Pontos de destaque: Cores, Portabilidade, ergonomia. Fraquezas - capacidade da bateria e falta de recursos que se esperaria.
Hoje chegou aqui uma EOS R.
Conforme eu comentei antes a RP não estava me atendendo bem em dois quesitos: bateria e recuperação de sombras. Acredito que a R tenha resolvido o problema, ou pelo menos remediado bem.
A pegada da R é fenomenal, encaixa perfeitamente na mão.
Uma coisa que cagaram nela foi não terem colocado o terceiro dial: o do indicador seria para Velocidade, o ombro (o que ela já tem atrás perto do AF-ON) para Abertura e o que não colocaram ao redor do botão Q/SET seria para ISO.
Outra coisa ruim é que o botão de ligar fica somente ao alcance da mão esquerda. A R10 é legal que você consegue ligar com o mesmo dedo que gira o dial (polegar).
Mais uma coisa que falta é ter o botão de pré visualização de profundidade de campo.
Os menus são bem parecidos com a sua irmã mais nova a RP, só muda que ela tem uma aba extra de foco (a roxinha) enquanto essas funções na RP estão em páginas do menu vermelho.
Em questão de menu a RP é 90% igual, pouca coisa é diferente.
Em cima a R tem um botão extra que é o de iluminar o LCD e que pode ser atribuído para outra função, é legal mas, ele fica fora do alcance do dedo, você tem que segurar a câmera com a mão esquerda para liberar a mão pra alcançar o botão, ou então treinar bem o polegar para encontrar ele ali em cima, o que é uma tarefa meio difícil já que ele é bem pequeno e fica no que seria um vale.
O visor ótico dela dizem que é melhor, mas confesso que não vi diferença da RP. A borracha dele é a melhor de todas, macia e cobre bem.
Uma coisa que achei estranha é que mesmo com a câmera desligada a tela LCD superior fica ligada mostrando o modo que está (MASP…) isso eu definitivamente não gostei. Lembro que a 60D foi minha última cam que não comia bateria se estivesse desligada, depois a 70d, 6D, entre outras, se eu deixo com a bateria dentro, passa uns dias e ela drena. Eu não sei porque isso acontece já que é uma coisa intermitente, pode acontecer ou não. Mas voltando para a R, ser fica ligado, alguma coisa está gastando bateria.
A Canon é legalzinha por deixar o usuário customizar, pero no mucho: Você consegue colocar algumas funções que ELES determinam, mas não são todas. Uma coisa que seria ótimo era poder atribuir o modo de Corte um botão (Full frame / Crop 1.6x), aqui teríamos 2 lentes em uma. O legal dela é que os 30 MP estão no ponto certo, nem de menos, nem demais. Se quiser 30MP já dá uma ampliação considerável. Se quiser cortar, ela fica com aproximadamente 12MP (4176X2784) no modo APSC 1.6X. Outra função que seria bom ter era poder atribuir o disparo silencioso para um botão, mas a Canon não deixa fazer isso, acredito que a coisa mais próxima disso seja atribuir para um modo Customizado (C1…C3).
Gosto de uma função que ela tem que permite adicionar uma sobreposição de proporção de corte, sempre deixo 4:5 pois para Instagram ou web em geral fica melhor.
A roda de seleção de modo da R funciona por combinação de botões. Para trocar de modo, tem que apertar o botão Mode no meio, depois girar o Dial. Na RP isso é mais fácil pois já tem um seletor dedicado. Na R para mudar de foto para vídeo há um caminho a se percorrer: Mode, INFO, MODE (ou SET/Touch para confirmar). Isso deixa a operação mais lenta, mas por outro lado permite que se tenha Pré Configurações de fotografia separadas das de vídeo. Apesar desse rolê todo para mudar o modo, ela permite gravar vídeo rapidamente caso o usuário deixe o botão REC atribuído pra isso, nesse caso pelo que entendi ela grava o vídeo conforme as configurações que se tiver no modo C3.
Ela tem a Touch Bar que todo mundo é unânime em dizer que foi mal implementada. Funcionaria bem se não ficasse numa posição de descanso do dedo. Você tem como deixá-la travada e segurar por 2 segundos para desbloquear. Tem também como deixar o dedo inteiro cobrindo para ela, o problema é que ali é justamente um lugar que vc acomoda seu dedo para descansar, então vai acabar desbloqueando a dita cuja. A melhor configuração que vi para a barra é deixar ela bloqueada pelo botão LOCK. daí ativar ele e num lado colocar a Ampliação (tipo aquela que ajuda no foco) e no outro lado para ligar e desligar o Histograma. Se ao invés da touch bar tivessem colocado um Joystick acho que ninguém iria reclamar, mas quiseram inventar moda, e olha que os Japas da Canon não costumam ser muito disruptivos.
Outra coisa que a Canon peca é de não ter como se obter o histograma por região. Por exemplo ao ampliar uma foto tirada, aparecer o Histograma somente do que está no quadro. Seria ótimo saber se em determinado ponto temos um estouro/cliping. Além disso, uma função que eles tem embutida mas sempre deixam desativada por padrão é o modo Zebra.
Exceto pela leitura e interpretração do histograma, a câmera não tem um alerta de estouro de altas luzes ou sombras. Você só tem isso depois que faz o clique, com o famoso pisca pisca. Acho engraçado que sempre que mostro uma foto, alguém me pergunta por que fica piscando algum pontinho, aí tenho que explicar que é um aviso de falta de informação daquela área.
Gostei muito da R que o corpo dela equilibra bem com lentes mais pesadas. Usar a RP com lente de plástico dá bom, usar a RP com lente maior, tipo a Ef-24-105 F4 não fica legal, fico com a sensação de estar segurando uma pá cheia com uma mão só. Já a R, por ser um pouco mais profunda, larga, alta e ser um pouco mais pesada, equilibra melhor o centro de massa do conjunto. A minha mão encaixa perfeitamente no corpo da R, o dedo não fica sobrando. Eu sei que a RP tem um acessório que prolonga a pegada, mas sinceramente acho que ele deve atrapalhar para tirar o cartão de memória ou a bateria.
Por falar em cartão… achei ótimo a R ter a porta dedicada só para cartão.
Tem a galera que reclamou aqui dizendo que deveria ter entrada dupla de cartão, mas a Canon compensou isso pelo modo de transmissão sem fio embutido. O grande problema é que a taxa de transferência é baixa e pelo que entendi só envia automaticamente os JPGS.
Ainda não peguei pra analizar os arquivos da minha cópia, no que se refere a nitidez e recuperação de sombras, logo mais irei dar uma conferida, hoje fiquei só configurando e atualizando o Firmware. Peguei uma que foi da primeira remessa lá de 2018, estava com o Firmware 1.0 e ela virou outra Câmera depois do 1.4, que aprimoraram muito a focagem nos olhos e outras coisinhas mais. Só mudando o firmware ela ficou muito mais rápida, sendo que no 1.0 parecia uma 10D em responsividade.
Nos pontos de destaque vou deixar em aberto pois ainda é cedo para falar. Mais pra frente eu volto e digo.