Vi um vídeo interessante falando mais ou menos sobre esse assunto.
Parece que hoje é impossível alguém te considerar fotógrafo se você não publicar suas fotos, e os próprios fotógrafos parecem que expõem suas fotos para ter aprovação de outros, quando surge então uma crítica, mesmo construtiva, é como um tapa na cara.
Pensando como um artista, que artista não tem prazer em expor sua arte? Mas será que esse artista ao expor sua arte precisa da aprovação de alguém? Creio que não, porque aquilo faz sentido para ele.
Vivian Maier tirou milhares de fotos, só depois da sua morte é que encontraram todos aqueles negativos, gerando grande repercussão. O interessante é que ela, em vida, nunca mostrou suas fotos.
Será que viramos fotógrafos que estão apenas atrás de tapinhas nas costas ou estamos realmente tentando encontrar algo que faça mais sentido para nós na fotografia? :ponder:
Cara na real tenho tirado tantas fotos que me satisfazem ultimamente. Não tenho postado essas fotos no fórum, pois considero que as críticas construtivas postadas não fizeram minha fotografia melhorar.
Na real o que fez minha fotografia melhorar foi estudo e muita , muita prática e observação. Essas fotos estão, aos poucos, sendo postas para venda em bancos de imagens e tem vendido aos poucos . Evolução sempre existe e sempre estamos evoluindo. Comparo minhas fotos de 5 anos atrás com hoje e noto uma considerável melhora. E sempre há espaço pra melhora. E quem precisa identificar este processo fotográfico sou eu mesmo, não terceiros.
Então não preciso da aprovação de terceiros. Isso não significa que não esteja aberto a considerações de terceriso. Mas se eu for agradar todo mundo sem antes de agradar a mim primeiro, não rola. Primeiro eu escolho ficar satisfeito e confiante com o que eu faço. Existe um ditado antigo que diz assim: “As pessoas vão te amar e outras pessoas vão de detestar. Mas nada disso se refere a você e sim a elas mesmas.” .
Rarissimamente posto para os outros. Já tive um Flickr bem cheio mas apaguei quase tudo.
Não sou profissional, não vivo disso, então realmente para mim tanto faz se gostam ou não das minhas fotos. Elas são meramente documentais ou uma ou outra que tento caprichar mais. São para arquivo pessoal, geralmente de viagens ou experimentos, nada mais.
Antônio , bem legal ver esses pontos de vista. O que eu acho mais engraçado é o seguinte. Existem 3 visões sobre o assunto (pra quem é profissional):
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Suas fotografias e sua relação com elas; como você se conecta com a fotografia e as histórias que você conta através dos serviços prestados para seus clientes;
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O que o seus clientes acham;
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O que outros fotógrafos geralmente com ego inflado acham.
Esse assunto é interessante.
Mas antes de qualquer coisa o que todos os fotógrafos deveriam estudar e entender é sobre a maneira como cada fotografia que ele produz se relaciona com as pessoas, os espectadores.
Quando o/a cara produz uma foto, e essa foto é publicada, a sua criação foi entregue para o mundo. Cada espectador vê, enxerga e interpreta aquela foto a sua própria maneira, que na maioria das vezes é diferente, em vários aspectos, da maneira original fotografo criador imaginou.
O/a cara fotógrafo, precisa perceber entender isso, e desapegar de sua criação, para o fotografo a foto pode até ser a perfeição para ele mesmo naquele momento, mas isso se dá de acordo com seu próprio entendimento. Precisa saber que será diferente para os outros, espectadores, porque a reconstrução da imagem na cabeça do espectador, acontece de maneira diferente, de acordo com o conhecimento, noções e experiências dele espectador, que são diferentes da do criador.
O fotografo constrói a imagem, e o espectador reconstrói de maneira diferente.
Dai em diante, esse processo de construção e desconstrução da imagem tem vários desdobramentos e objetivos, como por exemplo para um trabalho pessoal, ou um trabalho profissional, com o objetivo de atender as demandas de um cliente.
Concordo. É outro mundo, com amarras e exigencias bem diferentes.
Aqui vai meus 2 centavos sobre o assunto, eu acho que o ego nunca anda sozinho ele sempre está acompanhado da vaidade o do orgulho, tudo aquilo que a gente bota tempo, esforço e dinheiro, se bem feito aos nossos olhos vai gerar um bom sentimento se não, uma frustração, esse sentimento pelo que temos ou fazemos como resultado do nosso esforço é única e exclusivamente particular e o que nós achamos pode diferir os olhos dos outros e a maneira como reagimos as divergências refletem a nossa maturidade sobre o assunto em questão.
Bom não é uma receita de bolo, nem todo mundo é igual, tem uns que se importam mais e outros menos, tem gente que se fecha e tem gente que a força do ego impulsiona o sujeito para frente (ou não).
O que eu estou falando não é só sobre fotografia, mas tudo na vida, é quando vc teima em consertar o vazamento da torneira e quando termina sua esposa diz “ficou uma porcaria, a gente devia ter chamado o encanador” ai vc olha e vê que ficou ruim mesmo, a frustração não vem em ondas, vem na forma de uma carreta descontrolada.
Voltando para a fotografia, a gente cria uma expectativa pq bota tempo e esforço e quando não recebe aquele tapinha nas costas a gente fica amuado, para uns vem na forma de uma carreta e para outros num fusquinha, mas a frustração sempre vem e bate na gente.
Era anos 60 e 70, ela pode ter mostrados para os amigos dela ou para o casal para quem ela cuidava das crianças,
além do mais as vezes o extraordinário no meio comum nem sempre é reconhecido.
aqui um experimento interessante
outro experimento que já foi feito é colocar fotos de grande fotógrafos (sem revelar o nome) para fotógrafos iniciantes avaliarem,
mesmo os mais experientes, será que sabem o pq eles ficaram famosos? pq suas fotografia são boas, ou o que torna elas boas?
será que alguém aqui sabe pq a fotografia do Cartie Bresson é excelente?
pq o Ernst Haas é excelente?
ou Robert Frank? ou Edward Weston?
acho que tudo depende do meio em que a gente se encontra e como vc encara esse meio,
se vc convive com outros fotógrafos muito bons, pintores escultores e desenhistas,
pessoas cujo objetivo não é apenas ganhar dinheiro com foto (nada contra, é possível conciliar os dois) mas tbm aprender sobre estética, linguagem e conceitos,
o crescimento pessoal é muito grande,
se vc esta num ambiente onde as pessoas só falam de equipamento, o que se pode esperar da fotografia dessa pessoa?
troca de informação, vivência, expor seu trabalho, receber críticas, receber elogios, correr atrás pra melhorar e depois mostrar seu trabalho de novo.
eu e o Lindsay, a gente participava de alguns grupos bem legais, o Luminous, o fotroca, desenho em qualquer canto,
na verdade eram quase as mesmas pessoas que iam no evento de cada grupo, era uma energia muito boa e uma excelente troca de informação
100% de acordo, entender esse processo é uma das melhores maneiras de se evoluir.
Ninguém é mais que ninguém para dizer que fulano é ou não fotógrafo.
Cada pessoa é diferente e alguns gostam e outros não de mostrar. É muito pessoal.
Tudo nesse mundo que é visto pode sofrer críticas etc.
Normalmente os artistas querem mostrar suas obras, principalmente quem vive disso.
Ele vai ter o cliente certo.
Ela apenas amava fotografar, nem devia saber que era genial e isso pouca diferença fazia na sua vida.
Era muito reservada e fazia parte de sua personalidade não mostrar para ninguém.
Pelo que entendi de Vivian Maier, ela nem chegou a revelar a maioria das fotos.
Desviando um pouco do assunto, porque me deixou pensativo.
Uma caixa de filmes ou fotos impressas, apesar do risco de serem danificadas pelo tempo, é muito mais fácil de ser encontrada e recuperada do que RAWs num HD.
Justamente por isso que gosto de colocar no papel. Percebi que mesmo com organização estava perdendo muitas fotos.
Com certeza.
Isso é fato comprovado. Fora que se as fotos estiverem em uma midia obsoleta, depois de um tempo corre o risco de nunca mais conseguir recuperar. Estive na França em outubro e visitei um museu que continha dezenas de milhares de imagens em meio químico no acervo, entre milhares de placas de vidro e peliculas.
o queeeee ???
Caraca meu sonho de consumo é conhecer esse museu.
Não sei se vc conhece a historia desse banqueiro, mas o projeto dele tem um papel muuuito relevante para a fotografia, para o cinema, e o seu legado documental representa bastante para a historia da humanidade.
Tem uma série que a BBC produziu, são acho que 9 ou 10 episódios, onde os caras vão a fundo no trabalho que ele deixou.
Albert Kahn é referencia pra mim, pensa só no projeto fotografico que ele desenvolveu, a começar pelo tamanho do projeto, pela concepção e execução.
Estudei bastante esse cara e tudo o que ele fez e deixou, pra mim Albert Kahn é mais que uma referencia, é um herói.
Vale a pena, garanto.
Na real este é um dos motivos pelos quais vejo poucos vídeos de fotografia e mesmo passo muito pouco aqui no fórum ultimamente.
Já notaram que esses tempos a Canon do Brasil solicitou aos Youtubers suas câmeras Canon cedidas novamente? Pois é. Da noite pro dia, a Canon virou a vilã e a Sony virou a queridinha dos Youtubers brasileiros que só falam de equipamentos.
Infelizmente essa paranóia atingiu o fórum há alguns anos e pra mim ficou difícil ter uma contribuição significativa e positiva. Quem só fala de equipamento está do outro lado de quem enxerga a fotografia como arte (pessoal) e como negócio.
Até me lembrei do Bagnola fazendo um video pra que ninguém gaste 50.000 reais com uma R3. Claro que alguns irão precisar da R3, mas fazendo uma analogia: os Youtobas (digo Youtubers) incentivam as pessoas a gastarem rios de dinheiro pra trocar de equipamentos e daqui 1 ano essa câmera pra eles “não presta mais” porque a de 1 ano atrás fazia 20 fotos por segundo no obturador eletrônico. Mas a nova mirrorless faz 200 fotos por segundo no eletrônico. Agora essa câmera é a que “presta”, até sair outra que faça 600 fotos por segundo no obturador eletrônico :hysterical: :hysterical: :hysterical: :hysterical:.
No final das contas: é um nível insano de consumismo e incentivo a pessoas desinformadas fazerem dívidas, à toa.
Isso foi apenas um exemplo, mas creio que está intimamente ligado à questão: você fotografa pra você mesmo, pros seus clientes ou pra agradar ao ego mimado de outros fotógrafos? No meu caso são as opções 1 e 2 combinadas. A opção 3 elimino e descarto de vez.
Acredito que essa questão depende muito do tipo de fotografia que se faz. Não sou profissional, gosto de fotografia de paisagem e acabei desenvolvendo um gosto por retratos ao longo do tempo, especialmente depois dos filhos. No processo de aprendizagem lento em que me encontro inserido, a validação dos outros é um feedback muito importante. É necessário um trabalho interno para a aceitação de críticas negativas, mesmo que construtivas, é inerente ao nosso ego. De um modo geral, eu diria que fotografo pra mim, mas é inevitável essa confrontação com a opinião alheia, a partir do momento em que resolvemos mostrar as fotos, seja aqui no fórum ou para familiares e amigos.
Eventualmente, me pedem para tirar fotos em aniversários, encontros de amigos. etc., e aí acaba que essa preocupação em agradar acaba sendo uma questão relevante, ainda mais hoje em dia que todos se acham fotógrafos com um smartphone na mão e a necessidade de compartilhamento imediato. Então, enviar as fotos uma semana depois acaba inserindo um elemento negativo na percepção das pessoas, que tem que ser compensado com boas fotos: olhar diferente, resultado de cores e qualidade de imagem superiores ao que eles compartilharam no Instagram uma semana antes.
Para quem é profissional, imagino que essa questão de agradar aos outros acaba vindo naturalmente com a consistência do trabalho e o fotógrafo acaba podendo focar no auto aprimoramento, melhorias que acha relevante no próprio set de equipamentos, etc.
Eu gosto de fotografia de viagens, principalmente para guardar e relembrar momentos, que muitas vezes acabamos esquecendo com a correria do dia a dia.
Eu considero a opinião dos outros mas não faço para agradar, ja que não é meu ganha pão